Gala Vinhos do Tejo decorre em Tomar. Créditos: Gonçalo Villaverde

Os dados relativos ao primeiro semestre (janeiro a junho 2021) revelam que os Vinhos do Tejo, com selo da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo), registaram um aumento de 14,33% na certificação e de 36,76% no volume de exportação, face ao mesmo período de 2020.

Neste primeiro semestre de 2021, a certificação de Vinhos do Tejo aumentou 14,33%, com mais de dezassete milhões de litros de vinho a serem alvo de certificação pela CVR Tejo. Destes, 1.249.609 litros como DOC (Denominação de Origem Controlada) do Tejo e 15.902.457 litros de IG (Indicação Geográfica) Tejo.

Os vinhos, para serem DOC Tejo, têm de ser provenientes exclusivamente de uvas produzidas dentro da área Geográfica da DO “Do Tejo” e vinificados dentro da região.

Já os vinhos IG Tejo, embora tenham também de ser obtidos a partir de uvas produzidas dentro da região, dispõem de um conjunto mais alargado de castas autorizadas, além de o seu processo de certificação, embora semelhante, ter menor exigência em termos de análise sensorial.

No primeiro semestre de 2021, a certificação de Vinhos do Tejo aumentou 14,33% face ao período homólogo de 2020. Foto: Gonçalo Villaverde

Tendo em conta que estes números correspondem apenas a metade do ano, a perspetiva, conforme referido em comunicado pela CVR Tejo, é de que o valor anual seja superado novamente. Em 2020, e inesperadamente, tendo em conta o fator pandémico, registou-se um crescimento na ordem dos 28%, o qual se perspetiva assim ser ultrapassado este ano até além dos 5% – projeção feita pela CVR Tejo para 2021 face a 2020, acreditando agora esta Comissão Vitivinícola que o incremento deve alcançar os dois dígitos.

Relativamente à exportação, a CVR Tejo registou, em volume, um aumento de 36,76% no primeiro semestre 2021, onde os principais mercados foram a Suécia, o Brasil, a Polónia, a França, os Estados Unidos da América e a China, respetivamente. A CVR Tejo prevê também que este ranking possa sofrer alterações até ao final do ano, uma vez que se está a notar uma boa retoma no que toca ao mercado brasileiro, podendo este país sul americano voltar ao pódio do principal importador de vinhos da região do Tejo.

A nível nacional, e segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados pelo Ministério da Agricultura, no primeiro semestre de 2021 (face ao período homólogo de 2020) as exportações de vinhos aumentaram 14,5% em volume e 19,3% em valor, atingido a marca de 435,6 milhões de euros, mais 70,5 milhões de euros do que o ano passado.

Com destino ao mercado comunitário, as exportações avançaram, na primeira metade do ano, 14,6% em volume e 19% em valor, enquanto o preço médio cresceu 3,8%. Por sua vez, para os países terceiros as exportações progrediram 14,4% em volume e 19,6% em valor até junho, em comparação com o mesmo período de 2020. França, Estados Unidos da América, Reino Unido, Brasil e Alemanha foram os mercados mais importantes neste período.

mapa doc vinhos tejo
Mapa DOC (Denominação de Origem Controlada) do Tejo. Imagem: CVR Tejo

A Região Vitivinícola do Tejo consiste num território vitivinícola com uma área global de cerca de 7 mil km2, dos quais 12.500 hectares são compostos por vinhas. Abrange 21 municípios (um no distrito de Lisboa e os restantes no distrito de Santarém) e o seu elemento central é o rio que lhe dá o nome, o Tejo, o qual imprime uma profunda influência nos seus vinhos.

A Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo), responsável por controlar o cumprimento das regras e a certificação dos vinhos brancos, rosés, tintos, espumantes, licorosos e vinagres produzidos na região com direito a Denominação de Origem do Tejo (DOC do Tejo) e a Indicação Geográfica Tejo (IG Tejo), foi criada a 24 de novembro de 2008, sucedendo a antiga Comissão Vitivinícola Regional do Ribatejo.

A CVR Tejo é uma associação interprofissional que representa a produção e o comércio do sector vitivinícola da região e que ajuda os produtores a aumentar a sua presença nos mercados estratégicos.

Rafael Ascensão

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Jornalismo. Natural de Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, mas com raízes e ligações beirãs, adora a escrita e o jornalismo.

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