No Médio Tejo há seis bandeiras azuis, e 14 praias fluviais com 'Qualidade de Ouro'. Na foto: Praia fluvial de Fernandaires, em Vila de Rei. Foto: CM VR

A associação ambientalista Quercus classificou 393 praias portuguesas como tendo “Qualidade de Ouro”, menos 47 do que na época balnear do ano passado, com a região norte a registar a maior queda no número de praias galardoadas.

Em comunicado, a Quercus revela que, das 393 praias galardoadas, 327 são costeiras, 56 interiores e 10 de transição, com todas as regiões do país a registarem uma diminuição no número de praias distinguidas.

Das 56 praias de interior referenciadas em todo o país (72 em 2022) com o selo ‘Qualidade de Ouro’ da Quercus consultar AQUI), o Médio Tejo tem este ano 14 praias com este galardão de excelência, mais uma relativamente ao que a região havia alcançado em 2020, 2021 e 2022. A diferença relativamente ao ano passado vai para a reentrada na lista da praia fluvial do Lago Azul/Castanheira, em Ferreira do Zêzere.

Aldeia do Mato, em Abrantes. Foto: CMA

Vila de Rei destaca-se no território do Médio Tejo com as suas cinco praias fluviais com “Qualidade de Ouro” (Pego das Cancelas, Penedo Furado, Fernandaires, Zaboeira e Bostelim), seguido de Tomar, com três:. Alverangel, Montes e Vila Nova-Serra.

Na região ostentam ainda o galardão ‘Qualidade de Ouro’ a praia fluvial de Aldeia do Mato (Abrantes), Carvoeiro e Cardigos (Mação), Agroal (Ourém), Lago Azul/Castanheira (Ferreira do Zêzere), e Ribeira Grande (Sertã).

A região do Médio Tejo apresenta em 2023 um total de 14 praias com “Qualidade de Ouro” para a época balnear. Foto: DR

“Verifica-se uma forte descida na atribuição do galardão nas águas balneares costeiras”, menos 32 praias, e “as águas balneares interiores registaram uma diminuição de 16 praias”, refere a Quercus.

A região Norte é a que registou uma “maior queda” e a região do Tejo e Oeste a que reúne um maior número de praias galardoadas (98).

Nas zonas costeiras tiveram a classificação de “Qualidade de Ouro” 45 praias dos Açores, 32 da Madeira, 74 do Tejo e Oeste, 47 no Norte, 84 do Algarve, 24 do Centro e 21 do Alentejo.

Nas zonas do interior foram galardoadas 24 do Tejo e Oeste, 14 no Norte, 14 do Centro e quatro do Alentejo.

Praia fluvial de Fernandaires. Foto: CM Vila de Rei

A Quercus tinha atribuído no ano passado, em 2022, a bandeira de “Qualidade de Ouro” a 440 zonas balneares portuguesas, o maior número de sempre, sendo na altura mais 47 praias do que no ano anterior (2021), exatamente o mesmo número que agora baixou.

Praia fluvial de Alverangel, em Tomar. Foto: DR

O galardão “Praia com Qualidade de Ouro” distingue anualmente a qualidade da água balnear das praias de portuguesas, com base na informação pública oficial disponível, tendo exclusivamente em consideração as análises efetuadas nos laboratórios das diferentes Administrações Regionais Hidrográficas, explica a associação ambientalista.

Praia fluvial de Aldeia do Mato

Para receber a classificação de praia com “Qualidade de Ouro”, a água balnear tem de respeitar vários critérios, como uma qualidade da água “excelente” na classificação anual das cinco épocas balneares anteriores à última e todas as análises realizadas na última época balnear (2022) deverão ter apresentado resultados melhores em vários indicadores bacterianos.

Praia fluvial do Penedo Furado (Foto: mediotejo.net)

Época balnear com 589 praias vigiadas no país, mais quatro do que em 2022

Portugal conta na época balnear deste ano com 589 praias vigiadas por nadadores-salvadores, mais quatro do que em 2022, de acordo com a lista de águas balneares publicada este mês em Diário da República.

No ano passado, segundo o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, foram identificadas 654 águas balneares no total, 585 das quais qualificadas como praias de banhos, ou seja, com vigilância.

Este ano, indicaram os ministérios do Ambiente e da Defesa Nacional em comunicado, a lista de todas as águas balneares (com ou sem vigilância) ascende a 658, registando também um aumento de quatro praias face ao ano passado. Em causa estão as áreas balneares costeiras, de transição e interiores no continente, nos Açores e na Madeira.

“Este número pode aumentar desde que, entre as águas balneares identificadas como tal nos termos da portaria, mas que à data não são classificadas como praias de banhos, passe a estar assegurada assistência a banhistas pela respetiva autarquia ou entidade gestora”, refere a nota divulgada.

O Governo ressalva que a Agência Portuguesa do Ambiente realizará análises para avaliar se as águas se mantêm aptas para o banho e indica que a aplicação InfoPraia – na qual é possível consultar informação sobre as praias e a qualidade das águas – “está novamente ativa”.

Praia fluvial do Agroal. Foto: mediotejo.net

Conforme indica a portaria publicada a 5 de maio, que entrou em vigor no dia seguinte, a época balnear decorre desde 01 de maio e até 30 de outubro, podendo os municípios estabelecer, dentro deste período, a época específica de cada zona.

Na região Norte, por exemplo, quase todas as praias do litoral iniciam a época em 17 de junho e terminam em 10 de setembro. A exceção é a praia de Pedras Ruivas, em Caminha (distrito de Viana do Castelo), onde este período é mais curto, de 01 de julho a 31 de agosto. No caso das praias interiores, o arranque dá-se entre junho e julho e o encerramento entre agosto e setembro.

No Centro, a época tem também várias datas de arranque, entre os meses de junho e julho, e o fecho da época decorre entre agosto e setembro.

A Praia fluvial do Lago Azul, em Ferreira do Zêzere, uma das praias no Médio Tejo em que a qualidade das suas águas conquistou o prémio Qualidade de Ouro da Quercus. Foto: DR

Na região Tejo e Oeste a época tem início em diferentes datas entre maio e julho, terminando em setembro ou outubro. Cascais tem oficialmente a época mais longa, de 01 de maio a 15 de outubro, mas, tal como noutras regiões do país, outros municípios anunciaram vigilância também em maio, mesmo com a época formal a ter início em junho.

Em diferentes dias de junho abre a época balnear no Alentejo (apenas na praia do Lago, em Moura, começa em 01 de agosto), terminando em setembro ou outubro consoante a zona, e no caso do Algarve esse período vai, na maioria dos casos, de 01 de junho a 30 de setembro. Uma das exceções é o concelho de Albufeira, com época oficial entre 15 de maio e 15 de outubro.

Nos Açores, a época começa em junho e encerra em setembro na maioria das praias, mas no ilhéu de Vila Franca (São Miguel) estende-se até 13 de outubro, e na Madeira o início dá-se sobretudo entre junho e julho e o fecho entre setembro e outubro. No Porto Santo e em Porto Moniz algumas datas de início estão fixadas em maio.

Os ministérios do Ambiente e da Defesa Nacional recordam que a Autoridade Marítima Nacional terá nesta época balnear 20 estações salva-vidas, mais de 30 embarcações e 29 motas de salvamento marítimo, entre outros meios.

Portugal conta este ano com 432 praias, marinas e embarcações com Bandeira Azul, mais uma do que em 2022, apesar de uma diminuição de praias fluviais na lista devido à seca e aos incêndios, segundo a Associação Bandeira Azul Europa.

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c/LUSA

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

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