Foto: Agnes Elena Crăciun - Unsplash

O Bloco de Esquerda vai apresentar na Assembleia da República uma iniciativa para pôr fim à proibição da pesca lúdica nos 52 quilómetros do Tejo entre Ortiga, em Mação, e a ponte da EN 243, que liga os concelhos da Golegã e da Chamusca, anunciou o partido.

Este troço do Tejo está atribuído às zonas de pesca profissional de Constância/Barquinha e de Ortiga, onde apenas são permitidas a pesca profissional e a pesca desportiva. A proibição impede os pescadores lúdicos de acederem ao rio e usufruírem de uma atividade social, de convívio, e de contacto com a natureza.

“Antes de definir a nossa posição quisemos conhecer o estado das populações de peixes do Médio Tejo, tendo o Ministério do Ambiente informado que estas se encontram em bom estado de conservação”, adiantou a deputada Fabíola Cardoso.

“O Governo disse-nos também que o número de licenças pedidas por pescadores profissionais é hoje cerca de metade da quota máxima atribuída à região, o que sugere que o esforço de pesca naquele troço do Tejo não é elevado. Por isso consideramos que abrir aquelas águas à pesca lúdica – se bem gerida e monitorizada – não coloca em risco o bom estado de conservação da fauna e permite devolver às pessoas uma atividade social importante na região, especialmente depois de uma situação prolongada de confinamento pandémico que as privou do convívio e do contacto com a natureza”, sublinhou ainda a deputada do BE eleita por Santarém.

Fabíola Cardoso e o vereador da Câmara Municipal de Abrantes, Armindo Silveira, estiveram na segunda-feira, dia 20, reunidos com o Grupo Unidos pelo Tejo, que representa uma comunidade de pescadores lúdicos que reivindicam o fim da proibição da pesca lúdica no Médio Tejo.

Os eleitos do Bloco assumiram na reunião o compromisso de avançar com uma iniciativa que ponha fim à proibição, “desde que esteja salvaguardado o acompanhamento do estado de conservação da fauna piscícola”, lê-se em nota de imprensa. Os bloquistas sublinharam ainda “a necessidade de as entidades governamentais trabalharem de perto com os grupos de cidadãos e associações que usufruem e defendem o Médio Tejo, para com eles articularem medidas que garantam uma gestão eficaz daquele troço do rio”.

O Bloco de Esquerda vai agendar uma visita às zonas de pesca profissional do Médio Tejo e diz continuar a ouvir associações e organizações ambientalistas.

Deputada do Bloco de Esquerda, Fabíola Cardoso. Créditos: DR

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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