Quando os primeiros manifestantes começaram a chegar ao Terreiro do Paço, os últimos ainda não tinham saído do Marquês de Pombal. Foi “a maior manifestação de sempre de professores e educadores em Portugal”, regozijou-se Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof). É a terceira vez neste ano que a Avenida da Liberdade é palco da luta dos professores, e os números foram sempre em crescendo: 80 mil, 100 mil, 150 mil pessoas na rua, num sábado de sol.
Esta manifestação foi convocada pela Fenprof, com a participação da Federação Nacional de Educação (FNE). O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que organizou as duas manifestações de janeiro e tem uma “greve por tempo indeterminado” a decorrer desde dezembro nas escolas, não fez parte da organização deste terceiro protesto, mas apelou à participação dos seus associados.
Mário Nogueira subiu ao palco referindo que “os colegas de Faro” ainda vinham a meio da Avenida. Como a manifestação foi organizada por ordem alfabética, muitos já não chegaram ao Terreiro do Paço a tempo de ouvir o dirigente sindical apelar à mobilização para uma “semana de luto e de luta”, pedindo aos professores para colocarem faixas negras em todas as escolas.
Está marcada uma nova ronda de negociações com o Ministro da Educação para os dias 15 e 17 de fevereiro, mas Mário Nogueira deixou o aviso, no final do protesto deste sábado: haverá nova greve nacional de professores a 2 e 3 de março, se o ministro não chegar a acordo com os sindicatos.
Num cartaz que se erguia um pouco acima da gigantesca maré de palavras de ordem, uma mensagem para António Costa: “Habituem-se. Não vamos parar.”