Uma cerimónia singela, mas profundamente sentida e com respeito e homenagem prestadas durante este momento que assinalou a efeméride do dia 10 de junho, Dia de Portugal, Camões e Comunidades Portuguesas, com honras militares prestadas por uma secção do Regimento de Apoio Militar de Emergência de Abrantes, comandada pelo Segundo-Furriel José Pinheiro. O Coronel César Reis, Comandante do RAME, presidiu à cerimónia, acompanhado do presidente da CM Mação, Vasco Estrela, bem como o presidente do Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes, Sérgio Augusto de Matos.
No início da cerimónia, que arrancou após chegada ao Largo dos Combatentes, em Mação, de todos os intervenientes, bem como a própria Sociedade Filarmónica União Maçaense, que entrou neste registo após arruada, os músicos interpretaram o hino nacional, acompanhados pelas vozes dos militares do RAME, bem como das dezenas de populares presentes.
Sérgio Augusto de Matos, naquele que foi o seu último ato enquanto presidente do Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes, mencionou que o objetivo deste momento foi o de “prestar uma sentida homenagem a todos quantos serviram a Pátria-mãe, e todos os que combateram por Portugal, em particular os sete combatentes do concelho de Mação que na I Guerra Mundial perderam a vida por Portugal, e aos 28 combatentes do concelho que perderam a vida na Guerra do Ultramar”, referindo-se ainda aos ex-combatentes que também serviram e que se encontravam presentes, não só do concelho de Mação, mas também de Abrantes e Gavião.
O presidente do Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes lembrou e prestou reconhecimento ao falecido [no dia 26 de maio] associado e combatente, natural do Pereiro de Mação, Coronel António Lopes Lourenço.

Deixando agradecimento à postura da CM Mação quanto ao reconhecimento e homenagem que sempre tem prestado aos seus combatentes, Sérgio Augusto de Matos reforçou que são estes que “reforçam a nossa identidade como povo e que testemunham a grandeza da nossa memória imaterial”, notando que “é importante dar a conhecer a todos os portugueses o dever de memória”.
O mesmo responsável terminou mostrando-se solidário para com a comunidade maçaense e seus combatentes, dadas as tragédias do verão de 2017 devido aos incêndios florestais. “Na hora de serem ajudados e reconhecidos, que Portugal vos contemple sem discriminação”, conclui.
Por seu turno, o Coronel César Reis mencionou que no RAME o “dever de memória assume um significado muito especial”, nomeadamente pelo facto de no quartel de Abrantes, na altura Regimento de Infantaria nº2 tenham sido “incorporados, treinados e mobilizados cerca de 60 mil militares para integrar o teatro de operações da Guerra do Ultramar”, lembrou.
“Deixo uma palavra de profundo respeito, imenso reconhecimento a todos os antigos combatentes” disse, durante a sua intervenção, acrescentando que o “testemunho de coragem e capacidade de sofrimento perante as adversidades que tiveram de enfrentar em nome de valores superiores, é um legado que tem de ser transmitido às gerações mais novas”, algo que afirmou acontecer na preparação dos jovens formados no RAME para ingressarem no Exército Português.
“O vosso testemunho [dos ex-combatentes] vale mais do que todas as palavras ditas (…) deste modo estaremos a contribuir para que os nossos jovens se consciencializem tanto das consequências da guerra, como também e sobretudo das dificuldades da vida”, terminou o Coronel de Artilharia César Reis.
O Comandante do RAME, situado em Abrantes, endereçou também palavras ao presidente cessante do Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes, relembrando a sua postura “proativa e dedicada à causa”.

Por fim, tomou a palavra Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, agradecendo o apoio e cooperação tanto do Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes, como do RAME. O autarca frisou que esta homenagem aos combatentes, falecidos ou não, serviu o “compromisso” de reconhecer homens “capazes de lutar pela pátria e assumir compromissos, e honrar o nome de Portugal”, deixando as suas famílias em momentos de dor, mas que “nunca voltaram a cara à luta e à sua pátria”.
Encerrando-se a cerimónia, que contou também com presença de alguns presidentes de Junta de freguesia e da vereadora Margarida Lopes, Vasco Estrela terminou deixando “uma palavra de esperança e confiança no futuro”, tendo-se seguido um almoço convívio com combatentes do concelho.
Vídeo – excerto da homenagem:
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