Foto: mediotejo.net

A vila de Mação acolheu esta segunda-feira, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, uma cerimónia de homenagem aos combatentes do concelho, honrando igualmente a memória daqueles que perderam as suas vidas nas Grande Guerra e no Ultramar. No Largo dos Combatentes reuniram-se dezenas de pessoas, acompanhando a celebração organizada com o Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes e seguindo o protocolo com honras militares de secção do RAME.

A cerimónia, presidida pelo Tenente Coronel de Infantaria António Ferreira, 2º Comandante do Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME), iniciou com arruada da Sociedade Filarmónica União Maçaense, que fez entoar o hino nacional, acompanhado pelas vozes de todos os presentes, num ato de elevação da sua portugalidade.

Após deposição de coroas de flores e prestação das devidas honras junto dos dois monumentos de memória aos combatentes maçaenses, quer os que participaram na Grande Guerra, quer os que participaram na Guerra do Ultramar, foi executado toque de silêncio com hino aos mortos em combate.

O pároco de Mação, Amândio Mateus, logo proferiu invocação religiosa, momento após o qual se seguiu o toque de alvorada e de deu início aos discursos que marcaram o concelho neste dia.

O presidente do Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes, Tenente-Coronel de Artilharia António Hilário, iniciou a sua alocução referindo-se ao propósito das cerimónias a nível nacional, nomeadamente as que decorreram esta segunda-feira em Portalegre e o Encontro Nacional de Combatentes em Lisboa, levando à participação ativa de todos os que queiram “celebrar Portugal e prestar homenagem a todos quantos, ao longo da História chamados a servir o seu país, combateram e combatem por Portugal”.

António Hilário mencionou ainda a colaboração entre o Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes e o Município de Mação no sentido de levar por diante esta celebração, no centro da vila, à semelhança de outros anos, e com o mesmo fim e objetivo “o de prestar uma sentida homenagem a todos quantos serviram a Pátria-Mãe e a todos aqueles que combateram por Portugal, em particular aos 28 combatentes do concelho de Mação que perderam a vida por Portugal”, disse.

Também “os que serviram” e que estiveram presentes, não só os do Ultramar, mas também os que serviram em Missões de Paz no estrangeiro foram lembrados.

“Homenageamos, hoje, aqueles que no cumprimento de um dever militar se bateram fazendo a guerra, ou acabando com ela (…) homenageamos todos os que sofreram a guerra e dela fora vítimas, vendo as suas vidas traumatizadas, afetadas e destruídas”, prosseguiu o Tenente-Coronel de Artilharia, concluindo que, após a iniciativa, o Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes seguirá convicto de que fora “reforçada a memória imaterial do povo português e em particular do concelho de Mação”.

O Tenente Coronel sublinhou ainda a importância do “dever de memória” que tem sido cumprido pelo Município maçaense.

“homenagear os nossos mortos é manter viva a nossa identidade e o respeito que temos por Portugal, pelos portugueses, e pelos maçaenses”

As razões para a continuidade desta cerimónia passam pela “procura contínua e invocação permanente dos valores humanitários e da paz, no mais amplo sentido da palavra”, segundo o presidente do núcleo abrantino da Liga dos Combatentes, que considera importante continuar “a honrar os combatentes mortos e a lutar pela garantia da dignidade dos combatentes vivos”.

Por seu turno, Vasco Estrela, autarca da CM Mação, começou por dirigir-se a todos os presentes, congratulando-se com o elevado número de pessoas presente no Largo dos Combatentes, e fazendo referência à presença no local de Veteranos da Juventude Desportiva Lajense, vindos da Ilha Terceira, Açores, para participar num Torneio de Futebol do Núcleo de Veteranos da Associação Desportiva de Mação.

O edil notou ser o décimo ano consecutivo em que o município acolhe esta cerimónia, comemorando o dia 10 de junho, e homenageando os portugueses que sucumbiram nas Grandes Guerras.

Vasco Estrela lembrou o compromisso firmado com o Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes, após inauguração do memorial aos combatentes da Grande Guerra, agradecendo “a forma como têm sido honrados a palavra e o compromisso, significativos daquilo que é uma das grandes virtudes da instituição militar: o cumprimento da palavra e da missão”, frisou.

Por outro lado, o presidente da Câmara de Mação mostrou gratidão por tudo o que os militares portugueses , incluindo os do concelho, têm feito ao longo das últimas décadas, nomeadamente em Missões de Paz em todo o mundo, algo que “tem dignificado o nome de Portugal”.

“Num tempo efetivamente diferente, onde a instituição militar passa por novos desafios, onde a atratividade para a vida militar está em cima da mesa, e que obrigará seguramente o país a uma enorme reflexão”, disse Vasco Estrela, salientando a polivalência no que toca a convocatórias para “novas missões” de defesa da população em Portugal, “não de guerra, mas noutros contextos não menos importantes e não menos preocupantes”, apontando para o caso regional, que sucede com a abertura e abrangência de atuação do RAME, instalado no Quartel de Abrantes.

O autarca, referindo o acentuar de assimetrias que se fazem cada vez mais sentir em território nacional, notou a importância da missão militar cada vez mais voltada para a proteção das pessoas, dos bens, de proteção civil, nomeadamente em quadros de catástrofe, como os incêndios florestais que martirizaram o concelho de Mação e o país em 2017, e aproveitou para deixar na pessoa do 2º Comandante do Regimento de Apoio Militar de Emergência “uma palavra de estímulo e de coragem para aquilo que possam vir a enfrentar, na certeza que o RAME estará cada vez mais preparado para o cumprimento da missão a que vai estar obrigado a cumprir”.

A cerimónia do dia 10 de junho terminou com um almoço de confraternização da Liga dos Combatentes, num restaurante em Mação.

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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