A praça verde da 88ª Feira do Livro de Lisboa encheu-se na tarde de sábado, 9 de junho, para assistir à apresentação do livro “Mação, Retrato Falado”, da socióloga Vera Dias António e editado pela Médio Tejo Edições. Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, louvou o trabalho de pesquisa realizado pela autora, que entrevistou dezenas de pessoas emblemáticas desta vila ao longo de vários anos, preservando para memória futura muitas das tradições mantidas pelas gentes de Mação.
“Este livro retrata pessoas que viveram dificuldades que, para muitos de nós, são hoje inimagináveis. Mação tem agora outras condições de vida, mas faltam-lhe as pessoas, infelizmente”, notou o autarca. “Estes maçaenses aqui retratados enchem-nos de orgulho”, frisou, porque resistiram, porque deram a volta. “Também Mação precisa de dar a volta, depois de tudo o que passou.”

A autora, Vera Dias António, agradeceu o apoio de todos os que a incentivaram a fazer esta recolha, lembrando que “há povos que cultivam o ser-se velho” e que “há até uma frase que nos diz que ‘cada velho que morre é uma biblioteca que se perde’. A seu ver, há muita razão nesta ideia. “Fica, neste livro, uma herança que não é minha, mas que fui reunindo, de Mação, para todos quantos o folhearem.”
A sessão atraiu, além de muitos maçaenses residentes em Lisboa, a curiosidade de quem passava pela praça verde e era convidado a provar as “fofas” de Mação ou o tradicional vinho “chave dourada”, das pipas centenárias desta vila.
Entre os presentes estava também Carlos Gueifão, autor do prefácio desta obra, a quem foi pedido que ajudasse a contar um pouco a história deste raro vinho, que se bebe apenas em ocasiões especiais.
A tarde terminou com um brinde a Mação e o desejo de que outras obras do mesmo género se possam seguir, retratando as gentes e os costumes das terras do Médio Tejo.
