Mação voltou a ser solidário com as matilhas e matilheiros e acolheu no sábado, dia 30 de abril, a segunda edição do Encontro de Matilhas de Caça Maior, com 400 cães de grande porte, convívio entre matilheiros e população em geral, homenagens, gastronomia, música e algumas reivindicações.
Promovido pela Associação ibérica Juntos Pelo Mundo Rural, o presidente daquele entidade, Luís Gusmão, defende que as matilhas de caça maior devem ter o estatuto de cães de trabalho atribuído pelo governo, pelo sua importância como agentes de saúde pública e pelo trabalho que desenvolvem em prol do mundo rural.
O evento contou ao longo do dia com programação diversa, como um cortejo religioso pelas ruas e a bênção dos cães e matilheiros junto à Igreja Matriz da vila de Mação. Também Hugo Gonçalves, matilheiro de São José Das Matas (Envendos), foi homenageado pelos seus pares.

Este pretendeu ser um evento também de celebração e convívio, segundo os organizadores, numa iniciativa que acolheu no Largo da Feira uma exposição com cerca de 400 cães de grande porte, onde se privilegiava uma raça portuguesa: o Podengo Português Grande, de pêlo liso e cerdoso.
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“Fiéis companheiros, representativos das bravas matilhas de caça maior de Portugal e Espanha, atualmente desenvolvem a sua atividade nos campos, serras e milheirais portugueses e são autênticos agentes de saúde pública”, destacou Luís Gusmão, tendo feito notar a importância de controlar a “praga dos javalis”.

O objetivo do encontro, além do convívio e da promoção do mundo rural, era mesmo o de sublinhar o papel destes cães de matilha, que são cães de trabalho, e cuja missão assume particular relevância uma vez que passa por “prevenir acidentes rodoviários, combater os estragos nas culturas e controlar o excesso de densidade de javalis, evitando a propagação de doenças”.
Estiveram expostos animais “plenamente funcionais e com provas dadas nas épocas de caça”, sublinhando a organização não se tratar de uma exposição canina, mas sim de um evento que quis dar a conhecer a vertente da caça maior e de todos os seus elementos.

O evento, de entrada gratuita e aberto ao público, decorreu centralizado no Largo da Feira (junto ao Museu e à GNR) e permitiu “conhecer a tradição, os trajes, os utensílios e os costumes dos proprietários destes animais e das matilhas de caça maior” enquanto “verdadeira expressão rústica do Mundo Rural, que se mantém inalterada ao longo dos anos”. O almoço convívio teve a caça como inspiração e o javali como prato principal.

Entre o programa, destaca-se o cortejo religioso com cães, trajes, armas e sons, pelas ruas da vila de Mação, num percurso que culminou junto à Igreja Matriz, onde decorreu a bênção dos animais e matilheiros.
Também a gastronomia esteve patente neste evento, que “foge aos conceitos tradicionais das feiras de caça”, e que teve entrada gratuita, música ao vivo e momentos de degustação de carnes de caça e de espécies autóctones, com o intuito de “dar a conhecer ao público o fantástico património gastronómico que tem à disposição em Portugal e Espanha”.
Existiu um showcooking com degustação, contando com receitas pelo chef Rodrigo Castelo, do Restaurante A Velha, em Abrantes, a par de uma visita à exposição das matilhas com entidades oficiais e convidados, seguindo-se uma homenagem ao matilheiro Hugo Gonçalves e ainda a atuação do grupo de Sevilhanas “Las Rocieras”, da Golegã.