Foto: CMM

A população da freguesia de Ortiga, no concelho de Mação, voltou este ano “enfeitar das fontes” da aldeia na noite de sexta-feira para sábado, de 30 de abril para 1 de maio, dando continuidade a uma tradição centenária que esteve em vias de se perder. O ano passado, por força da pandemia, a tradição esteve suspensa.

A tradição hoje já não se faz exclusivamente com os vasos namoradeiros mas sim com desenhos no chão e com o enfeitar das fontes com motivos alusivos à história da Ortiga. Na Fonte mais velha de Ortiga, as pessoas ainda enfeitam com vasos. Difícil dizer é quando começou esta tradição, que se prolongou até aos dias de hoje por via da tradição oral.

“Ortiga acordou este sábado, 1 de maio, especialmente bonita” deu conta a Câmara de Mação, em comunicado, tendo relatado que a população “juntou-se, com cuidado, distanciamento e segurança, para manter a centenária tradição de “enfeitar das fontes” da aldeia na noite de 30 de abril para 1 de maio.

Todas as fontes estão enfeitadas, da Estação ao Monte Novo passando pela Fonte Velha, que data de 1639 e onde tudo começou. Diz-se que foram os rapazes que começaram a tradição indo na véspera do 1 de maio buscar os vasos das casas das raparigas de quem gostavam.

Quando, de manhã, as raparigas iam à fonte buscar água lá estavam os seus vasos e os rapazes aproveitavam para “meter conversa”! Estendeu-se, depois, às outras fontes, 9 no total. Palco de namoros e casamentos, a tradição e as fontes passaram os anos e lá continuam. Este dia 1 de maio especialmente bonitas.

A Junta de Freguesia de Ortiga costuma organizar no dia 1 de maio um passeio pedestre pelas fontes enfeitadas, atividade que este ano não se realizou de forma preventiva tendo em conta a pandemia.

Mário Rui Fonseca

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

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