As chamas envolveram a sede concelho de Mação. Foto: Zé Gigante

“É uma tragédia impensável. Nunca ninguém, nos seus maiores pesadelos, poderia imaginar o que está a acontecer”. Assim definiu ao mediotejo.net o presidente da Câmara de Mação Vasco Estrela a situação dramática que se vive no concelho, considerando que os meios no terreno são, uma vez mais, manifestamente insuficientes para conseguir salvar locais como Casal da Barba Pouca, Aboboreira e Penhascoso, que estão neste momento na linha de fogo. Estas são zonas mais povoadas do que as aldeias por onde o fogo já passou e que colocam maiores dificuldades aos operacionais no terreno para fazerem evacuações. Em Penhascoso, por exemplo, poderão haver cerca de 200 pessoas em perigo e os bombeiros desesperam para tentar evitar que o incêndio chegue ao aglomerado populacional. Junto a São Miguel também há duas frentes que ameaçam uma zona de vivendas na zona norte.

Do Posto de Comando Operacional de Mação, onde se encontra neste momento a equipa de reportagem do mediotejo.net, vê-se de forma clara que, contrariamente ao que aconteceu há três semanas, não é a zona sul que arde mas sim a zona norte, e o fogo está já novamente no perímetro urbano da vila de Mação, na zona industrial.

Incêndio em Mação, visto do Posto de Comando Operacional. Foto: Paula Mourato/mediotejo.net

Existe muito fumo no ar e um grande frenesim, com o autarca Vasco Estrela e vários elementos da Protecção Civil, dos bombeiros, do INEM e da GNR tentando reagir à evolução da situação no terreno, que é muito dramática.

O plano distrital de emergência está ativado desde as 18h. As pessoas evacuadas pelas autoridades estão a ser encaminhadas para a Santa Casa da Misericórdia de Mação.

No ar, ainda se ouvem os helicópteros e os aviões que continuam a dar apoio aos mais de 800 operacionais no terreno, mas o sol está quase a pôr-se. Prevê-se mais uma noite muito difícil para os bombeiros em Mação.

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

Entre na conversa

2 Comentários

    1. Boa tarde. a foto não estava assinada por ter sido apanhada a circular nas redes. mas, uma vez alertados, a mesma foi imediatamente referenciada com os devidos créditos. obrigado pelo alerta. bom trabalho

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *