Prestes a arrancar mais um ano letivo, o Agrupamento de Escolas Verde Horizonte de Mação está a postos para receber os seus alunos e enfrentar novos desafios em termos curriculares e de aprendizagens, com aplicação do Plano de Autonomia e Flexibilidade Curricular. Mantendo-se número de turmas idêntico, com acréscimo de uma turma de CEF, rondará as cerca de 35 turmas no total.
“A novidade é a experiência de aplicação do Plano de Autonomia e Flexibilidade curricular, e estamos muito interessados em que as coisas funcionem e arranquem bem. E que este projeto tenha sucesso”, disse ao mediotejo.net o diretor do Agrupamento, José António Almeida.
Novas turmas de cursos profissionais irão estar a funcionar, e surgem no curso de Cozinha e Pastelaria, Mecatrónica Automóvel e Estética, além das turmas de 2º e 3º ano dos mesmos que já vêm estando em funcionando de anos letivos anteriores, confirmou o docente, acrescentando que “existem ainda duas turmas de CEF com formação para cozinheiro e mecânico de automóveis ligeiros”.
O objetivo em termos de projeto educativo e estrutura curricular é conseguir “alguma autonomia”, aproveitando a implementação do plano Autonomia e Flexibilidade Curricular, tomado como uma das medidas do atual Governo no âmbito da Educação. “Vamos poder mexer numa parte currículo até 25%, o Ministério dá-no essa possibilidade, tentando integrar o nosso cunho pessoal. E levar a que todos os cursos, os encarregados de educação, os alunos adiram a esta nossa leitura das aprendizagens essenciais, no sentido de se tornarem mais sólidas”, explicou o docente.
A ideia é dar estabilidade à aprendizagem dos alunos, de forma a serem “mais sustentadas no tempo” pois no seu entendimento “durante muito todas as escolas valorizaram muito o ensino apelando à memória, que com alguma facilidade se perde”. É nesse sentido que a direção do Agrupamento e o corpo docente está focado em possibilitar “aprendizagens muito mais significativas e muito mais duradouras no tempo e nos alunos, que possam com base nelas vir a ser quer melhores estudantes, quer melhores profissionais na sua vida futura”, terminou José António Almeida.
A aplicação deste plano vem mudar aquilo que tem sido a habitual rotina na maioria das salas de aula, dando-lhe um cariz cada vez mais envolvente na prática. “Já tive várias reuniões com professores, apelando-lhes exatamente para que as aulas sejam muito mais interativas, muito mais apelativas, para que haja um envolvimento muito maior por parte dos alunos e que o professor, muito mais do que um transmissor, seja um orientador que consiga ir balizando o trabalho dos seus alunos, que nós queremos que seja mais intenso e que tenha resultados mais sólidos e melhores”, disse.

Quando ao primeiro ciclo, José António Almeida mostrou-se relativamente esperançoso pelo facto de o número de alunos de primeiro ciclo ter “aumentado ligeiramente”. “Temos nove turmas a funcionar, mais uma do que no ano anterior. Já no jardim de infância o número de alunos diminuiu ligeiramente, temos cinco turmas, o mesmo do ano passado”, frisou, justificando que esse facto é “reflexo da baixa natalidade”. Continuam no ativo as escolas de Carvoeiro e Cardigos, quer em termos de jardim de infância, quer em termos de primeiro ciclo, além da Escola Básica que recebe também pré-escolar e primeiro ciclo.
A “sorte”, expressou, prende-se com o facto de o AEVH Mação continuar a ser chamariz para os alunos de concelhos vizinhos nomeadamente quanto à oferta de cursos profissionais. “Continuamos a receber este ano alunos de Abrantes, Gavião, Sardoal, Vila de Rei… que fazem com que a nossa resposta, essencialmente no ensino secundário, ainda seja mais ou menos sólida. Porque temos tido essa capacidade de atrair alunos dos concelhos limítrofes”, concluiu.
O projeto educativo fora apresentado à comunidade, como anualmente é hábito do agrupamento, no auditório do Centro Cultural Elvino Pereira, numa sessão solene aberta à comunidade e dirigida essencialmente a pais, encarregados de educação e alunos. José António Almeida não deixou de assumir que nunca consegue “a adesão que gostaria”, caraterizando-se como “naturalmente insatisfeito”, ainda que note “de ano para ano, algum interesse no sentido de as pessoas virem ver e perceber os projetos que ancoram a resposta educativa do AEVH de uma forma abrangente para os jovens”.
“Foi com algum agrado que vimos a sala não totalmente cheia, mas meio cheia. O que parece um bom sinal”, indicou.
Quanto ao projeto educativo, o docente refere que as grandes bases se mantêm, introduzindo-se alguns aspetos de modernidade na linha da flexibilidade, disciplinas novas, e que têm o nosso cunho pessoal para possibilitar aprendizagens mais significativas e mais enquadradas em termos espaciais. Que sejam adaptadas à nossa região, da zona, e que sejam muito marcadas pela qualidade”.
“É precisa toda uma aldeia para educar uma criança”, mantém-se como mote do Agrupamento e como definição da “forma de ver a educação”. “Todos nós somos demais, mas queremos que sejamos o suficiente para elevar a educação das nossas crianças”, algo que “felizmente temos tido a sorte de ter a aldeia toda envolvida nessa nobre missão de construir os nossos jovens e os homens e mulheres do amanhã, de uma forma sólida e com futuro”, concluiu o diretor.
Relativamente ao arranque deste novo ano letivo, José António Almeida diz-se “muito esperançado que as coisas corram bem. Temos os professores praticamente todos, com muita vontade, tendo já feito a reunião geral de professores, reunião com os assistentes operacionais e assistentes técnicos. Também foi feita a apresentação juntamente com os pais, e como tal, os indicadores apontam para uma comunidade competente e motivada e por isso tudo leva a crer que corra bem”, terminou.