Luís Baião e Daniela Ricardo são os anfitriões da Casa dos Sonhos. Foto: mediotejo.net

E se lhe dissermos que há uma casa em Mação que é feita de sonhos, onde se ensina a arte de saber-viver? Situa-se na aldeia de Casas da Ribeira, a pouquíssimos minutos da vila de Mação, e desde 2015 recebe gente interessada em melhorar o seu estilo de vida através da interiorização e aprendizagem de hábitos saudáveis e de uma alimentação consciente. Por outro lado, permite experiências que atraem as energias certas, rumo ao equilíbrio, e estimulam a interação com o outro de forma mais amorosa e gentil. É nesta casa bio-eco-familiar que a lei da reciprocidade se assume como força motriz, recebendo todos com uma avalanche de boas vibrações. Foi esta “Casa dos Sonhos” que levou a apresentadora de televisão Fátima Lopes a desenvolver uma relação especial com Mação, onde lançou o seu mais recente livro e organizou o primeiro encontro de saúde e bem-estar do seu site “Simply Flow”. O mediotejo.net foi conhecer esta casa muito especial e os seus fundadores, que estão também a dar uma nova vida à aldeia onde há três anos decidiram viver.

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Saímos de Mação em direção a Casas da Ribeira, Carvoeiro, Vale do Grou. Mas é na primeira que queremos parar. Do alto, avista-se no fundo do vale muralhado pela serra a aldeia onde tudo acontece nos últimos tempos.

Tem já a insígnia de aldeia mais movimentada do concelho – algo que terá de disputar com Queixoperra, que tem sido rainha e senhora de muitos afazeres culturais e sociais.

Está uma brisa agradável que nos convida a descer para depois subir em direção ao centro e procurar a Rua do Sarrinho. É fácil perceber que estamos no caminho certo, até porque se verificam muitas obras de requalificação, quer do espaço público quer em propriedades circundantes.

Chegámos ao nosso destino: sejam bem-vindos à Casa dos Sonhos de Mação. E avaliamos o letreiro que nos recebe, desenhado de tal forma que dele parece sair uma melodia.

A vizinha acena-nos, diz boa tarde, cheia de sorrisos. É como se a boa disposição por aqui fosse geral. Somos convidados a entrar noutra dimensão.

Um verdadeiro éden, onde a natureza flui entre a construção e a arte, com decoração e pinturas sugestivas de um retiro zen.

Casa dos Sonhos, na aldeia de Casas da Ribeira, em Mação. Foto: Zen Family

O que aparentava, na fachada, ser uma moradia normal, demonstra afinal ser uma verdadeira caixinha de surpresas. De bom gosto e requinte, mas ao mesmo tempo cheio de simplicidade.

Tudo pensado ao pormenor, com cores vivas e fortes, onde o azul tem lugar de destaque. O contraste com o verde das plantas, com o aroma inebriante das aromáticas do canteiro que aponta para a piscina virada para onde o sol se põe num laranja forte, enigmático, enérgico.

Detalhes vão-nos fazendo demorar a cada passo, assimilando esta viagem sensorial que nos aguça o apetite e nos tenta a beliscar a pele, para ter a certeza de que tudo é real. Afinal, numa casa feita de sonhos, é bem possível estarmos acordados a sonhar.

Casa dos Sonhos, na aldeia de Casas da Ribeira, em Mação. Foto: Zen Family

Esperamos os anfitriões, atarefados para ir recebendo os convidados de honra para o fim-de-semana. Cheira a comida a fervilhar ao fogão. Eis que uma voz irrompe no silêncio tranquilizador, naquele pedaço de céu onde reina a paz.

É Luís Baião. Tem 49 anos e, sendo natural de Sintra, tem ligações de infância a Mação, mais propriamente à aldeia das Casas da Ribeira, tudo graças a uma tia, por afinidade, casada com um tio, irmão da mãe.

Isso fez com que viesse regularmente a esta terra em miúdo. “Andávamos na recolha da resina, nas ribeiras a apanhar enguias, andávamos por aí”, conta.

Depois a vida levou Luís para outras paragens. Alma de viajante, cidadão do mundo, é guia turístico, organizador e animador de viagens em grupo, o que o tem levado a conhecer todos os cantos e recantos de Marrocos, Índia, Nepal, Butão, Peru e tantos outros países.

Acontece que os pais de Luís, António e Vitália Baião, ele alentejano de gema e ela do Caramulo – tinham a pretensão de ter uma casa no campo, onde pudessem gozar a reforma, fora da sua residência, em Sintra. Conversa puxa conversa, e porque não a zona da tia, em Mação? A A23 ainda nem existia, o que colocava a vila a uma distância “maior” de Lisboa.

Casa dos Sonhos, na aldeia de Casas da Ribeira, em Mação. Foto: mediotejo.net

“Encontrámos aqui uma casinha, venderam aos meus pais e começámos a reconstrui-la como sendo uma casa de família. É a partir daí que começa a nascer a Casa dos Sonhos, há mais 20 anos”, explica Luís, fazendo contas de cabeça, a tentar decifrar o número exato.

A casa foi crescendo, tal como todas as casas da família, onde as portas se abriam aos amigos dos irmãos Luís e Vasco, vindos de todas as partes do mundo.

“Primeiro era para os nossos amigos, depois começou a ser para os viajantes que andavam connosco pelo mundo, e depois começámos a fazer alguns encontros”, e eis que se inicia o passa a palavra sobre a casa que todos elogiavam e queriam conhecer.

Daniela Ricardo e Luís Baião com os seus pais, na Casa dos Sonhos, em Casas da Ribeira, Mação. Foto: mediotejo.net

A casa hoje é aberta a eventos e retiros, por inscrição, não funcionando como alojamento local ou turismo rural, como muitos podem pensar. No fundo, esta é a casa de campo de Vitália e António, aquela que imaginaram um dia encontrar para curtir a velhice e manter vitalidade – que, já agora, têm de sobra aos 80 anos. É a sua residência, agora dividida com a que mantêm em Sintra. “Os meus pais vivem aqui”, frisa Luís, o que os pais confirmam, explicando que passam mais tempo no interior do que no litoral, sendo que em Sintra está a família, os vizinhos e amigos, razões que os motivam a visitar com frequência.

Entretanto, também Luís construiu casa na aldeia e foi viver para junto dos pais. Mudou-se do Porto, com a mulher, Daniela Ricardo, já vai fazer três anos. Dispõe agora de uma casa sustentável, à qual deram o nome Secret Garden. “É o nosso pequeno boutique hotel, e é fantástico”, diz, sorrindo, depois de nos mostrar um conceito de decoração e construção fora do comum. No topo da habitação do casal consegue-se uma visão periférica incrível, servindo quase como plataforma de carregamento de baterias, além de permitir atividades como meditação, concertos e prática de yoga ou chi kung.

Tudo isso se vive nos retiros que ali começaram a ser dinamizados, contando com apoio de todos os familiares, que dão o seu contributo em áreas de diversa ordem.

Daniela Ricardo é enfermeira e divulga o poder da alimentação na promoção da saúde Foto: mediotejo.net

Daniela, que foi enfermeira durante 20 anos no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, em paralelo foi fazendo outras formações para ajudar os seus utentes a ultrapassar os efeitos da quimioterapia. “Tirei curso de shiatsu, auriculoterapia, macrobiótica”, enumera, lembrando que fez um estágio em Espanha, e depois voltou a Portugal dinamizando um projeto que levou à abertura da delegação do Instituto Macrobiótico no Porto.

“Desde aí nunca mais parei de trabalhar com a alimentação, com pessoas a pedirem-me para fazer palestras ou workshops porque queriam aprender a cozinhar, outras a pedirem consultas… A verdade é que foram crescendo as duas áreas, exercendo enfermagem, onde sempre tive muito trabalho”, afirma.

Começou a tornar-se incomportável, porque Daniela queria estar “a tempo inteiro em tudo”, e lá pesou na balança, que pendeu para a área onde sente que consegue fazer a diferença e ajudar mais pessoas. “Eu queria trabalhar na saúde, e não no controlo de danos. E isso passa por ajudar as pessoas a evitar irem aos hospitais; a cuidarem da sua energia, do seu corpo, da sua saúde e não ficarem doentes. Com a alimentação posso fazer isso melhor”, diz, referindo que foi uma transição que aconteceu de forma orgânica, como gosta.

Casa dos Sonhos, na aldeia de Casas da Ribeira, em Mação. Foto: Zen Family

Hoje em dia, com papel determinante nos eventos dinamizados pela Zen Family e na Casa dos Sonhos, Daniela é chef, professora e consultora de alimentação consciente e natural, tendo já escrito quatro livros: “Viagens da Comida Saudável”, “Cozinhar com Amor”, “Sabores do Viajante” e recentemente “Cozinha das Emoções”. Foi galardoada com dois Gourmand Cookbook Award.

Os retiros têm um cariz familiar, com todos os participantes a sentirem-se acolhidos, mas principalmente porque toda a família Baião entra em campo para dar o seu contributo. Vitália costuma apoiar na cozinha, e a si cabe-lhe fazer sempre a sopa. “Faz sempre um molho pesto que é a loucura de toda a gente… é a coisa que mais ‘vende’ nesta casa… Se aqui pusesse um frasco, dez minutos depois já tinha ido”, conta.

Foto: mediotejo.net

Já António, que depois de o filho Luís ter sido diagnosticado com cancro, em 2011, num desafio de saúde complexo, começou a estudar reflexologia e agora dá esse miminho a quem frequenta os retiros.

“Nós colocamos as pessoas à vontade. Cria-se uma bonita dinâmica. É como se fosse casa. Algumas vão lavar a loiça, outros vão ajudar noutra tarefa… mas nada é imposto. Cada um vai de livre vontade. E se não quiserem fazer também está certo, estamos cá nós para fazer. É giro ver o espírito de união, de família, onde todos ajudam”, descreve.

Quanto à experiência, Daniela diz que a família pretende dar “mimos” às pessoas, dando-lhes oportunidade de experimentar algo que lhes dá prazer e transmite boas sensações. Algo que têm oportunidade de experienciar primeiro e que pretendem partilhar com o outro. Daí que as temáticas dos retiros sejam ligadas ao desenvolvimento pessoal, e também promovem o encontro com a natureza. Em todos os retiros há uma aula de cozinha, onde se aprende a cozinhar e onde as pessoas aprendem sobre o que colocar no prato mediante o que o corpo necessita.

Já Luís está sempre a despertar algo mais além, abrindo caminhos e possibilidades que não se imaginava alcançar. “Há pessoas que chegam fechadas e saem abertas, com um brilho radioso!”, explica Daniela.

Quanto ao objetivo em todos os retiros, independentemente do tema, é desenvolver corpo, mente e espírito. “Harmonizar o nosso ser, não esquecendo nenhuma das dimensões.”

Casa dos Sonhos, na aldeia de Casas da Ribeira, em Mação. Foto: mediotejo.net

Depois, deixam-se encantar pelo espaço. “Se deres uma volta à casa vais perceber que estás numa viagem”, diz Luís. Não só nas paredes e decoração, mas também na convivência entre os pares, promete ser uma jornada e tanto.

Na casa há televisor, mas não há televisão. A família escolhe o que quer ver “e não aquilo que nos querem dar”, mas mantêm-se informados e conectados ao mundo por via da internet e redes sociais. “A tua mãe é mais assídua no Facebook que eu!”, atira Daniela, sorrindo e reconhecendo a predisposição para a modernização. Nas estantes, livros sobre as temáticas dos retiros e assuntos e áreas de interesse para a família. “Olha, só hoje reparei que temos aqui um livro repetido”, desvenda Daniela, em conversa com Luís.

A corrida por uma comunidade ativa – ou como se reconstrói uma aldeia

Quando vinha para Casas da Ribeira em criança, Luís recorda que era uma aldeia cheia de vida, com muitas dezenas de crianças. Depois, como todas as outras, foi entrando num ciclo decadente, a desaparecer, a definhar.

Há 20 anos ainda ali viviam mais de 60 pessoas. Depois foram envelhecendo, os filhos foram partindo.

Há três anos, quando Luís e Daniela se mudaram definitivamente para a aldeia contaram 28 pessoas ali a residir.

“Comecei a fazer contas e disse que, mais cinco anos, e a aldeia estaria vazia. Estarão aqui os meus pais, o Chico das Neves já deve estar num lar por não ter autonomia. Já tentei convencer os filhos destas pessoas mais velhas a comprarem ou a recuperarem casas aqui”, conta-nos Luís.

Começou a ser intermediário, questionando sobre palheiros devolutos ou casas para vender, e foi estabelecendo a ponte entre interessados na compra e os proprietários. Com isto já foram compradas 10 casas no último ano, com bastantes já em reconstrução.

Foto: Zen Family

“Temos uma lista de pessoas interessadas em mudar-se para a aldeia, e ao sabermos de alguma casa ou propriedade para venda, encaminhamos e falam entre eles”, explica.

Outro âmbito de ação é a cidadania ativa, com verdadeira participação a nível local, onde se arregaçam mangas e se põe as mãos na massa. Vendo alguns pontos da aldeia a carecer de melhorias, a equipa da Casa dos Sonhos, por via de outro projeto comunitário, iniciou a requalificação de uma série de locais em espaço público, caso da Fonte dos Namorados e de todos os restantes fontanários da aldeia.

Foto: mediotejo.net

“Recuperámos um dos ícones da aldeia, e com isso, a autarquia partiu para requalificar a calçada e fazer arranjos no local. Outra questão em cima da mesa é a nossa proposta para um forno comunitário, porque sabemos que agrega as pessoas. A Câmara já nos disse que fará o forno, e nós temos uma casa que nos foi doada para esse fim”, enumera.

Também foi criada a Associação Campo Estival, de desenvolvimento cultural e humano, que juntou cerca de 200 sócios em menos de um ano. A ideia é seguir por várias temáticas, nomeadamente a manutenção de tradições, usos e costumes, por via de experiências como a apanha da azeitona, a criação de uma horta comunitária, manter viva a tradição.

Sempre com os conceitos de repovoamento e comunidade de aldeia bem presentes, e onde estão pessoas que vêm de vários pontos do país, desde o Porto, Lisboa, Ericeira, que querem fazer parte do projeto. O objetivo primordial é revitalizar a aldeia.

Foto: Zen Family

Outra intenção é recuperar a Casa do Povo, entre muitas ideias que foram surgindo no último ano e meio em que o casal esteve sem viajar internacionalmente.

“Estamos a viajar dentro da aldeia, e tem sido incrível. Com recuperação das ribeiras, limpeza de terrenos, desmatação, sensibilização das pessoas para limpar os palheiros, recolha de lixo em caminhadas…”, vai enumerando Luís.

Entre a iniciativa voluntária da família da Casa dos Sonhos surge ainda o incentivo para requalificação e pintura de casas na aldeia, onde a experiência passou por identificar a casa, angariar fundos e materiais, e pagar à hora ao proprietário da casa para que a pintasse. “Também se nota inclusivamente no cuidado com os campos e limpeza de terrenos, em que as pessoas vão seguindo o exemplo uns dos outros. Começam a ver que o do outro está lavrado e começam a agir também”, conta Daniela, visivelmente encantada com esta influência positiva.

“Há que recuperar o orgulho de quem foi embora. Para verem que a aldeia está a ficar bonita e não é só terra queimada ao abandono. Pretendemos incentivar o orgulho e o gosto pela terra”, afirma Luís

Tal também se vai fazendo pelo caminho da visibilidade, projetando Mação para o país e para o mundo. Do contacto regular com a comunicação social, da promoção dos projetos em comum e dos livros de Daniela Ricardo, surgem ainda os desafios a amigos que são figuras públicas. Já por ali passaram Isabel Silva, António Raminhos, Ana Galvão, Fátima Lopes, entre outros.

Fátima Lopes criou uma relação especial com Mação através da Zen Family. Créditos: Fátima Lopes

No caso de Fátima Lopes, foi Luís que a convidou a visitar Mação a certa altura. “Isto foi visto como uma seita há uns anos… A Fátima veio a um retiro aqui, em 2015, e aí as pessoas começaram a pensar que afinal a Casa dos Sonhos não é uma seita. Afinal até era bom… É o poder das figuras públicas”, afirma, explicando que a presença da apresentadora de televisão e escritora foi suficiente para desmistificar e quebrar preconceitos.

“Tendo em conta que temos amigos nossos que são figuras públicas, quando chamamos a participar, como tem visibilidade, tem um impacto diferente e muito maior. Os nossos amigos também nos ajudam nesse sentido, divulgando o concelho e os projetos aqui desenvolvidos”, conta o responsável pela Zen Family.

Fátima Lopes tem sido como que “madrinha” das Casas da Ribeira, sendo presença assídua no local, para recarregar baterias, já tendo participado em iniciativas locais, e apresentou até o seu mais recente livro em Mação.

Fátima Lopes, num retiro da Casa dos Sonhos, em Mação Foto: Zen Family

No sábado, 23 de outubro, Fátima Lopes e a sua equipa dinamizaram o Encontro de Saúde e Bem-Estar, no primeiro evento presencial do 5º aniversário da sua plataforma “Simply Flow”, com o auditório do Centro Cultural de Mação lotado, com mais de duas centenas de participantes e especialistas.

“O nosso objetivo final é colocar Mação como centro de saúde e bem-estar de Portugal”, e com isto, notar a esperança vertida no brilho do olhar dos habitantes de Casas da Ribeira, que voltam a ver a aldeia com movimento, com propósitos. Com futuro.

“Somos muito acarinhados por todos. Como em tudo, há sempre alguém contra ou com inveja, mas não ligamos. Nestas terras discutem por um palmo de terreno. E eu nessa situação, dou dois palmos de terra para evitar discussão”, afirma Luís, como quem não desliga do foco.

Chegaram a comprar uma ruína para alargar a estrada, para permitir uma passagem mais desafogada e uma melhor circulação de veículos de emergência. “Hoje temos uma autoestrada, mais larga que a estrada principal”, contam, referindo que pagaram 2 mil euros para isso e que a situação causou estranheza na comunidade. Já o casal, faria tudo de novo pelo bem-estar da comunidade e evitando quezílias entre vizinhança.

Foto: Zen Family

Ali pensa-se no agora que dá frutos para o futuro.

E falando em futuro, a família acredita que tudo pode passar pela nova era dos nómadas digitais e do teletrabalho, até porque muitos dos amigos de Luís e Daniela já o fazem ou pretendem vir a fazer. O problema reside na má qualidade da ligação à internet em Casas da Ribeira e a não existência de fibra ótica. Sem condições para fixação da população que sejam aliciantes e permitam o desempenho das profissões nas mais variadas áreas, nada feito.

“Quando tivermos uma net com qualidade, acredito que as pessoas se instalam. O problema é que estamos num vale. Em tempos a importância residia na construção de autoestradas, mas agora interessa criar autoestradas digitais”, sublinha Luís.

Portugal deveria apostar no Interior e na promoção de acessibilidades de qualidade, por forma a fixar pessoas, defende Luís Baião, crendo que se deve trazer essas pessoas para locais que até agora têm estado fora do mapa, mas onde é efetivamente bom viver. Sem pressa. Sem stress. Sem trânsito condicionado. Sem filas infindáveis. Sem agressividade no quotidiano. A Zen Family da Casa dos Sonhos é prova viva de que este é um sonho até bastante fácil de realizar.

Foto: Zen Family

Numa casa feita de sonhos, é imperativo sonhar – mais que não seja de olhos bem abertos. Só assim se renovam energias e propósitos definidos para, mais adiante, se conseguirem concretizar. Quem sabe se um dia a casa não vira terra – de sonhos e de sonhadores. Um sítio onde todos podem morar, como cantava Jorge Palma, às vezes basta escutar o coração.

♫ Na terra dos sonhos podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar ♫ 

♫  Se queres ver o mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar p’ra fora sem esquecer que dentro é que é o teu lugar
E se ás duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance tens de o reencontrar ♫ 

FOTOGALERIA | Casa dos Sonhos e a Zen Family

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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