Filipe Moita Silva desapareceu no dia 30 de dezembro. (fotografia cedida pela família ao mediotejo.net)

A investigação sobre o paradeiro de Filipe Silva passou da alçada da GNR para a Polícia Judiciária, confirmou o mediotejo.net. No terreno está agora uma equipa da secção de homicídios em busca de pistas que possam vir a explicar este desaparecimento.

“A Judiciária está no terreno desde ontem [segunda-feira]. Hoje passaram a manhã na casa da minha cunhada a fazer perguntas, a pedir contactos, registos telefónicos e a ver a conta de email do Filipe, a tentar cruzar dados. Também falaram comigo. Ainda não temos conhecimento de pistas novas, mas se a PJ está a investigar é porque de alguma coisa está à procura. E, claro, percebo que não nos digam tudo enquanto estiver a decorrer a investigação”, explicou Manuel Novais, cunhado de Filipe Silva, ao mediotejo.net.

Recorde-se que Filipe Silva desapareceu no dia 30 de dezembro. Sandra Almeida viu o marido pela última vez nessa manhã, em casa, antes de sair para deixar os filhos na escola.

Posteriormente, segundo relatos de populares, o homem, de 48 anos, terá sido avistado junto a uma casa devoluta, no centro da aldeia, dentro de um carro preto que não seria o seu e, depois, há quem assegure tê-lo visto a pé nas proximidades. Nos dias seguintes algumas pessoas indicaram a sua presença em Torres Novas e no Entroncamento, mas essas pistas não vieram a confirmar-se como certas.

Família de Filipe Silva juntou a população e organizou buscas em Alcorochel. Foto: mediotejo.net

No domingo, 15 de janeiro, a família, em conjunto com a população, desenvolveu buscas na aldeia de Alcorochel. Percorreram zonas de mato, terrenos baldios, procuraram em poços e casas abandonadas e ainda junto a uma lagoa, nas imediações. Mas sem resultados.

Devido a um problema de saúde, Filipe Silva encontrava-se há um ano e meio sem trabalhar. Antes disso, dedicara-se à construção civil em França.

No período em que esteve desempregado começou a negociar carros e peças, conforme explicou ao mediotejo.net o seu cunhado: “Não era bem um negócio, porque um negócio é movimentar todos os dias, vender e comprar regularmente. Ele fazia isso esporadicamente. Conhecia muita gente. Então, pediam-lhe e ele arranjava algumas peças e faturava alguma coisa com isso, com certeza. Ele tem lá [em casa] alguns carros velhos, que devia comprar para ir restaurando aos poucos e realizar algum dinheiro, enquanto estava de baixa. Mas não sei com quem é que ele se relacionava nessa área. Não sei quem lhe fornecia as peças, nem se havia intermediários. Acredito que a PJ agora, tendo acesso ao telemóvel do Filipe, consiga identificar com quem ele falava e com quem trocava mensagens.”

Com a PJ no terreno, a família vive um misto de emoções: “Sentimo-nos mais amparados mas, por outro lado, a ansiedade aumenta muito mais. Agora sabemos que as coisas podem ter um desfecho muito rápido, e que pode não ser o melhor…”, desabafa Manuel Novais.

“Estamos muito mais ansiosos, estamos a ser interrogados, estão a entrar na nossa privacidade. É o trabalho deles e nós queremos ajudar em tudo, porque isso pode levar a outro tipo de indícios. Mas é muito difícil.”

Ansiosos por respostas, os familiares continuam a apelar à colaboração da população: “Pedimos a toda a gente que esteja mais atenta e que pensem em alguma coisa que possam ter visto de suspeito, algo que possa ajudar, e digam-nos, por favor. Achamos que estamos a fazer tudo bem, tudo o que está ao nosso alcance. Mas dependemos do resto.”

Filipe Moita Silva, de 48 anos, com 1,77m e 85 quilos, foi visto pela última vez vestindo uma camisola azul escura, calças de fato de treino pretas, kispo comprido preto com forro vermelho e ténis pretos com sola em branco.

Qualquer informação sobre o seu desaparecimento deve ser comunicada à PSP ou à GNR de Torres Novas, presencialmente ou através dos telefones 249 413 860 / 249 839 340.

Carla Paixão

Natural de Torres Novas, licenciada em jornalismo, apaixonada pelas palavras e pela escrita, encontrou na profissão que abraçou mais do que um ofício, uma forma de estar na vida, um estado de espírito e uma missão. Gosta de ouvir e de contar histórias e cumpre-se sempre que as linhas que escreve contribuem para dar voz a quem não a tem. Por natureza, gosta de fazer perguntas e de questionar certezas absolutas. Quanto ao projeto mais importante da sua vida, não tem dúvidas, são os dois filhos, a quem espera deixar como legado os valores da verdade, da justiça e da liberdade.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *