A Requalificação do Emissário de Águas Residuais Domésticas para Ligação à ETAR do Caima, com um prazo de execução de 40 dias, que deveria estar concluída em setembro, viu esta segunda-feira a sua conclusão; ou seja, o emissário que leva as águas residuais da vila de Constância para a ETARI do Caima entrou em funcionamento. Recorda-se que a Câmara de Constância aprovou por duas vezes propostas de prorrogação do prazo, a última de trabalhos complementares, incluindo o aumento do valor da obra em mais 20 mil euros, elevando o investimento total acima dos 200 mil euros.
A empreitada para solucionar os problemas do emissário que leva os esgotos da vila de Constância para a ETARI (Estação de Tratamento de Aguas Residuais Industriais) do Caima, através do rio Tejo, arrancou no dia 2 de agosto. A obra, que implicou a perfuração do leito do rio e exigiu inicialmente um investimento na ordem dos 185 mil euros, terminou agora, em meados de dezembro.

As razões do atraso na execução foram duas, como então explicou Sérgio Oliveira (PS): “A obra esteve suspensa uma semana porque a maior parte dos funcionários ficou com covid” e, além disso, “durante a perfuração, numa parte do rio encontraram seixo rolado quando contavam encontrar rocha”. Foi assim “necessário repetir a perfuração, que decorre a 20 metros de profundidade”, justificou em outubro o autarca.
A 26 de outubro, a Câmara Municipal aprovou uma proposta de trabalhos complementares no valor de cerca de 20 mil euros, elevando para mais de 200 mil euros o custo total da obra.
A adjudicação da obra foi aprovada na reunião de Câmara Municipal de Constância realizada a 30 de março mas, antes dessa data, em janeiro deste ano, a autarquia aceitou um donativo no valor de 84 mil euros por parte da Celulose do Caima para a referida empreitada (também financiada pela autarquia e pela administração central, no âmbito do Fundo de Emergência Municipal).

Há cerca de duas décadas que os esgotos domésticos da vila de Constância são tratados na ETARI do Caima, na margem sul do Tejo, com os afluentes a serem levados da margem norte através de um emissário (tubo) assente no leito do rio.
“A solução implementada na altura foi através de estacaria, que se manteve durante algum tempo, mas nos últimos anos tem vindo a dar problemas”, explicou na ocasião ao mediotejo.net o presidente da Câmara de Constância. Tais problemas levaram à substituição da tubagem, em 2017, justificada pelo “elevado estado de fadiga” da conduta, que não oferecia as condições ambientais e de segurança necessárias para o seu normal funcionamento.
Feita a intervenção, o problema não ficou solucionado e, em 2020, um munícipe expôs em sessão de Assembleia Municipal um novo episódio de ruptura na respetiva tubagem, em que se viam esgotos a correr “a céu aberto”.
Na altura, o presidente da autarquia anunciou que iria haver uma nova intervenção no emissário, avançando então ao nosso jornal que estava a ser estudada a hipótese de perfuração do leito do rio. Uma solução “estrutural” e que espera “definitiva”.