Em fase de rescaldo e de consolidação. É neste ponto que se encontra o incêndio que já lavrava há 20 horas em Tomar, na União de freguesias de Serra Junceira, e que foi dado como dominado às 12:30 deste domingo, 13 de agosto.
A presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, disse ao mediotejo.net que se viveram momentos muito complicados nas últimas horas mas que tudo agora está mais calmo embora esteja preocupada com a situações dos concelhos vizinhos de Ferreira do Zêzere e Vila de Rei. Ao final da tarde, a autarca recebeu no Centro de Comando, instalado na Campo da Bola da Serra, a visita do Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.
“O senhor Secretário de Estado tem estado a visitar os vários Teatros de Operações na região centro e norte, que tem sido muito fustigada com incêndios. Veio fazer o ponto de situação, saber como é que tinha corrido a noite e disponibilizar-se para o que for necessário”, contou Anabela Freitas.
As chamas obrigaram à retirada de cerca de 80 pessoas das suas casas situadas em várias localidades e há danos materiais a considerar: seis habitações, três delas devolutas, foram consumidas pelas chamas na Levegada e Venda e ainda três automóveis. Há ainda registo para um ferido grave, uma mulher, com cerca de 40 anos, que sofreu queimaduras em cerca de metade do corpo, ao ser apanhada pelas chamas em Outeiro do Forno.
Foi transportada para o Hospital de Abrantes antes de ser evacuada para Coimbra. No mesmo fogo, um homem sofreu também queimaduras de menor gravidade. Foi assistido no local e transportado à unidade hospitalar de Abrantes. Mantêm-se no terreno cerca de 150 operacionais. “Não há chamas neste momento. Estamos a fazer a consolidação e o rescaldo, um trabalho que vai durar toda a noite mas a situação está perfeitamente calma e controlada”, disse.

Em Ferreira do Zêzere, o incêndio preocupa. Na madrugada de domingo, foi acionado o Plano de Emergência Municipal devido às proporções tomadas pelas chamas. “Está muito complicado em Vale Serrão mas a sul do concelho também continua a gerar preocupação. Atravessou a estrada de um lado para outro e receamos que o vento tome grandes proporções novamente”, disse Jacinto Lopes ao mediotejo.net, cerca das 20:00 deste domingo.
Numa ronda pelo concelho, há uma mancha negra em toda a paisagem e que ali passa só pode imaginar a aflição da população a ver a sua aldeia a ser engolida pelas chamas. Parece inacreditável como é o pior não aconteceu uma vez que as habitações ficaram paredes meias com o bréu pintado pelo fogo. Apesar de muitos populares terem ajudado a combater as chamas, no Bêco, arderam três casas, sendo que uma delas é de primeira habitação, três automóveis e ainda muitos animais de quinta. As chamas ficaram a poucos metros da Igreja do Bêco. Também Dornes, freguesia Nossa Sra do Pranto, foi muito fustigada pelo fogo e ainda Castanheira e Lago Azul, freguesia de Ferreira do Zêzere.

O incêndio de Ferreira do Zêzere obrigou à retirada de “algumas pessoas” na aldeia de Dornes, face à passagem das chamas pela localidade, disse à agência Lusa a adjunta nacional de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, sublinhando que este fogo e o que começou no concelho vizinho de Alvaiázere eram “os mais problemáticos”, às 16:30.

Assusta. Em Vila de Rei, o incêndio assusta. A noite vai ser longa. O vice-presidente da autarquia, Paulo César, contou ao mediotejo.net que já foram evacuadas muitas aldeias por precaução. Este incêndio veio na sequência do incêndio de Ferreira do Zêzere tendo entrado no concelho com grande violência.
“Há muitas aldeias ameaçadas. Há muitos bombeiros, mas para a força do fogo eles também são poucos”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Vila de Rei, Ricardo Aires, referindo que “algumas dezenas de pessoas” tiveram de ser retiradas, sem conseguir especificar o número concreto.
De acordo com o autarca, o Plano Municipal de Emergência foi ativado às 19:30, sendo que “metade do concelho está a arder”.

C/LUSA