Grupo Desportivo de Pontével 2* – Grupo Desportivo de Alcaravela 2
(Pontével venceu no desempate através de grandes penalidades: 3-2)
Liga Fundação Inatel de Santarém 2022/23 – Final Distrital
Campo Municipal Agostinho Pereira Carreira, em Mação – 14-05-2023

O calor da tarde soalheira no Municipal Agostinho Pereira Carreira, em Mação, ficou ainda mais quente com os cerce de três milhares de adeptos de ambas as equipas que disseram “sim” ao apoio ao seus clubes. Muitos vieram de longe, mas a maior parte das bancadas vestiam de branco com a camisola de 12º jogador.

Obviamente que eram os adeptos do Alcaravela, que vinham do vizinho concelho de Sardoal, apoiando a única equipa sem derrotas a nível nacional, dentro do tempo regulamentar. De mais longe, viajaram umas boas centenas de adeptos do concelho de Cartaxo, que preenchiam um colorido, misto de branco e vermelho, numa festa que prometia ser bonita.

E, se fora das quatro linhas as coisas estavam a animadas, assim começou em campo logo após o apito inicial de Paulo Magalhães, chefe da equipa de arbitragem que viajou desde Viana do Castelo para dirigir esta final da Liga Inatel de Santarém.
O Pontével começou com tudo e em força. Ao cabo de três minutos já tinha conquistado três pontapés de canto, todos do lado esquerdo do seu ataque. Cedo se percebeu que esta seria a sua linha de aposta para chegar com mais eficácia ao último reduto do seu adversário. Para já, defensivamente, o Alcaravela ia resolvendo as situações, mas o Pontével avisava ao que vinha.

Após esta entrada de rompante do Pontével, o Alcaravela foi – aos poucos – assentando o seu jogo e, logo de imediato, numa recuperação de bola a meio campo, Frederico Silva isolou-se com perigo, mas já sem forças, rematou ao lado da baliza do guarda redes que viajou do Cartaxo.
Aos 8 minutos, João Gaspar ganha um pontapé de canto em mais uma incursão do ataque da equipa de Sardoal, mas, na sequência, a marcação do mesmo saiu largo, acabando por sair do outro lado do campo.

O Alcaravela tentava sacudir a pressão inicial do Pontével e, Frederico Silva ganha um livre, de certo modo, perigoso, mas o capitão Bruno Santos marca largo e sem perigo. O esférico sai mesmo pela linha de fundo, quase junto à bandeirola de canto do lado oposto.
Só que o Pontével vinha disposto a levar a Taça para casa e, aos 11 minutos, Miguel Ferraz cruza com perigo para a zona de segurança de João Carlos. O guardião do Alcaravela não conseguiu controlar a confusão que se instalou junto a si, aproveitando Bernardo Coelho para dar o toque final para a baliza. Alguma contestação e no ar ficou a dúvida se o esférico teria entrado na totalidade, mas o assistente foi perentório a dar a indicação para golo.

Tentou reagir o Alcaravela, e aos 24 minutos, através de um livre direto, Bruno Santos não fez melhor do que cruzar para lá da linha final. Três minutos depois, foi a vez de João Mourato colocar à prova o guarda redes Ricardo Vicente, que parou o remate com segurança.
Na sequência, foi o Pontével que esteve à beira de ampliar a vantagem, com João Carlos a evitar o golo a Miguel Ferraz que se preparava para festejar. Grande intervenção de João Carlos, que nem sempre se mostrou seguro dentro dos postes, mas que desta vez evitou males maiores para a sua equipa.

Os últimos minutos da primeira parte foram até bastante interessantes, com a turma de Rui Serras a conseguir equilibrar a partida mas, perante a pressão do adversário, o Pontével espreitava oportunidades para surpreender a equipa de Sardoal. Foi o que aconteceu perto da meia hora do último tempo, quando (uma vez mais) Miguel Ferraz tentou a sorte, sem a conseguir. Neste momento, as coisas também não estavam a correr muito bem ao Pontével.
A prova disso, foi colocada em prática por Bruno Santos que, num cruzamento venenoso, assistiu Mauro Covas, que podendo fazer melhor, deu uma “orelhada” na bola, com esta a subir por cima do travessão da baliza de Rodrigo Vicente, que, por esta altura, estava obrigado a estar atento às investidas do Alcaravela. Todavia, mesmo à beira do intervalo, foi João Carlos, guardião do Alcaravela, que ia sendo surpreendido após cabeceamento de Rafael Vicente, que quase ampliava a vantagem, mesmo antes do intervalo.

As explicações de Rui Serras no período de descanso não parecem ter dado muito resultado, até porque logo no reatamento da partida, ainda o cronómetro não atingia o terceiro minuto, o Pontével ampliava a vantagem por intermédio de Rafael Vicente.
Em ataque conjunto, bem definido e com qualidade, o jogador do Pontével aproveitou um cruzamento milimétrico para dizer “sim” à bola e fazer o segundo golo da sua equipa.

A perder por dois golos de diferença, o Alcaravela mostrou que não sabe o que é desistir e, foi nesse sentido, que foi para cima do adversário. Obrigado a recuar linhas e a mudanças táticas, o conjunto de Vasco Belmonte, apesar de estar em vantagem com dois golos de diferença, “saboreou” aquilo que o Alcaravela tem de bom: não deitar a toalha ao chão. Marcava o minuto 8 do segundo tempo, e Bruno Santos (o homem das bolas paradas) tentou a sorte e, por pouco, não surpreendia o guardião adversário.
Três minutos depois, foi João Paulino que teve duas grandes chances de faturar para o Alcaravela. Primeiro, levou demais o esforço e rematou já desequilibrado sem conseguir alvejar o alvo. Logo a seguir, consegue-se desenvencilhar dos centrais e “cara a cara” com Rodrigo Vicente, deixou que o guardião chegasse primeiro.

Decorria o minuto 11 da segunda parte e o momento do jogo, mudou tudo, quando João Paulino foi agredido com uma cotovelada por Diogo Nogueira que, de imediato, recebeu ordem de expulsão. Sem discussão (talvez sabendo o que tinha acabado de fazer) saiu tranquilamente do campo. A preocupação estava centrada no atleta do Alcaravela que, após vários minutos em campo, foi aconselhado a receber diagnóstico hospitalar.

O Alcaravela acabara de perder um dos seus mais influentes jogadores, mas tinha trinta minutos para jogar com mais um elemento do que adversário e (apesar da contrariedade) estava com vontade em dar a volta à situação periclitante em que estava. Passado o (grande) susto, e depois de algumas mudanças no xadrez de ambas as formações, o jogo mudou.
Inicialmente, o Pontével ainda fez duas incursões na pequena área do adversário na tentativa de “matar” o jogo, mas a equipa que viajou do concelho de Sardoal tomou completamente conta do jogo a 10 minutos do final do tempo regulamentar, o suficiente para encostar às redes o Pontével, que até aí se mostrava tranquilo. A expulsão fez estragos e deu azo ao Alcaravela para acreditar.

Puxada pelo imenso, intenso e incansável apoio dos seus adeptos, a formação de Alcaravela consegue mesmo reduzir aos 32 minutos por Bruno Gaspar. Num lance quase idêntico ao do primeiro tento do jogo, a bola (segundo o assistente) terá atravessado na totalidade a linha de golo, com Rodrigo Vicente a tirar a “redonda” já para lá da linha legal… e o Campo Municipal Agostinho Pereira Carreira explodiu de alegria e de apoio à equipa de Sardoal.

O jogo caminhava rapidamente para o fim. Vieram os cartões, alguma confusão nas bancadas, mas o embate ainda não tinha terminado e (com 8 minutos de compensação) o Alcaravela não desistia. E foi mesmo no último minuto dos descontos que surgiu um lance mágico.

Bruno Santos assumiu a marcação de um livre direto, quase junto à bandeirola de canto (aquilo que na gíria se chama de canto de “mangas arregaçadas). O cronómetro marcava 7 minutos e 30 segundos do período de compensação…era mesmo o último suspiro do Alcaravela. E foi o que bastou para levar o jogo para o desempate de grandes penalidades, uma vez que o capitão do Alcaravela selou o jogo com um golo que quase levantou o estádio. Que momento, que euforia, que momento vivido pelo adeptos do Alcaravela.

Não demoraram muitos segundos para que Paulo Magalhães desse por terminado o jogo e a decisão sobre o Campeão Distrital ia ser decidida na marcação de grandes penalidades.
Até lá (e durante) as forças de segurança que estavam de serviço no campo tiveram imenso trabalho com a confusão que foi instalada. Mas havia um título para atribuir entre duas equipas que deram tudo dentro das quatro linhas, ao longo do tempo regulamentar.

Chegados a esta altura (há quem fale em “lotaria”), teríamos cinco oportunidades para cada equipa. Guarda redes de frente a um adversário…cara a cara. Com sorte, azar, eficácia ou falta de pontaria, foi o Pontével que levou a melhor, apontando 3 livres de onze metros contra dois do Alcaravela.

A festa fez-se com os tons vermelhos do Pontével, com a equipa do concelho de Sardoal a perder a terceira final, sempre no desempate por penaltis. O Alcaravela terminou a época sem perder nenhum jogo, durante o tempo regulamentar, mas mais uma vez a sorte não esteve do seu lado e viu novamente o título fugir-lhes das mãos. No ano passado, frente ao Seiça, a equipa de Rui Serras perdeu o título da mesma forma.

Jogo de grande intensidade na final da Liga Inatel disputada em Mação, num campo de jogos que contou com a presença de mais de duas mil pessoas a assistir à grande festa do futebol amador, organizada este ano pelo CCD de Carvoeiro. O Pontével sagrou-se campeão distrital após vencer o Alcaravela na desempate nas grandes penalidades, num jogo de grandes emoções. O Alcaravela, que chegou a estar a perder por dois golos, conseguiu chegar ao empate no último minuto mas voltou a não ser feliz da marca de nove metros.

Pontével, como campeão distrital, e Alcaravela, vice-campeão, vão agora disputar a fase nacional do Inatel. No próximo domingo, o Alcaravela joga em casa, no campo de jogos de Santa Clara, onde vai defrontar a equipa de Benagouro, de Vila Real. Já o Pontével recebe no sábado o Rituais ACF, de Beja.
FICHA DE JOGO:
Grupo Desportivo de Pontével:

Rodrigo Vicente, José Arruda, Diogo Martins, Diogo Lameira, Diogo Nogueira, Francisco Machado, Filipe Pereira (cap.), João Maria, Bernardo Coelho, Miguel Ferraz e Rafael Vicente.
Suplentes: João Cardoso, Manuel Rosa, Tiago Pereira, João Varanda, Ricardo Barros, Rui Pedro e Andrei Veromine.
Treinador: Vasco Belmonte.
Grupo Desportivo de Alcaravela:

João Carlos, João Paulino, Eduardo Góis, Renan Araújo, Bruno Santos (cap.), Marco Lopes, Mauro Covas, João Mourato, Ricardo Dias, João Gaspar, Frederico Silva.
Suplentes: Vasco Lopes, Bruno Gaspar, André Lobato, André Lavrador, António Serras, Francisco Reis e Fernando Lopes.
Treinador: Rui Serras.
Equipa de Arbitragem (Viana do Castelo): Jorge Fontes, Manuel Sousa e José Brito (como quarto árbitro).

Golos: Bernardo Coelho e Rafael Vicente (Pontével); Bruno Gaspar e Bruno Santos (Alcaravela).
Disciplina: Amarelo: Bernardo Coelho, João Varanda, José Arruda e Tiago Pereira (Pontével); Bruno Gaspar (Alcaravela).
Vermelho: Diogo Lameira (Pontével).
No final da partida ouvimos os treinadores de ambas as equipas sobre esta final decidida nos penaltis:

ÁUDIO | VASCO BELMONTE, TREINADOR DO PONTÉVEL:

ÁUDIO | RUI SERRAS, TREINADOR DO ALCARAVELA:
FOTOGALERIA:
Análise claramente tendenciosa. Parece que só o Alcaravela atacou. o Pontével dominou o jogo prácticamente todo, a primeira foi um banho de bola, só nós últimos 10min houve dominio, natural, do Alcalá vela em busca do empate.
Como se nota que esta página é da zona norte distrito.
O treinador do Pontevel é um grande tretas, nem há final merecia ir, depois de levar um banho de bola na segunda parte em Lavre, que só não saiu goleado por muita sorte, e ainda ser beneficiado na marcação de penaltis, fazia te falta um bocadinho de humildade.