O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e o Hospital Distrital de Santarém (HDS) assinaram esta quarta-feira, 5 de janeiro, um protocolo que visa a união de esforços e criação de sinergias para levar consultas de Nefrologia a doentes renais crónicos do distrito.
A equipa de Nefrologia do CHMT é composta por 11 médicos especialistas e cinco internos, sendo que em Santarém a consulta desta especialidade é assegurada por apenas uma médica, semanalmente.
Na sequência da assinatura deste protocolo, as consultas de Nefrologia no Hospital de Santarém passam a ser asseguradas mensalmente pelo quadro médico do CHMT nas instalações do HDS, em Santarém, com o objetivo de “evoluir gradualmente para consultas semanais”, disse o presidente do Conselho de Administração (CA) do CHMT, que agrega as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas.
ÁUDIO | CASIMIRO RAMOS, CONSELHO ADMINISTRAÇÃO DO CHMT:
“O que trazemos aqui de novo com este protocolo é a criação de sinergias no âmbito do SNS entre unidades hospitalares da mesma região, que vem possibilitar aos doentes uma maior acessibilidade à consulta e permite potenciar o encaminhamento para tratamento em diálise nas unidades do CHMT, nomeadamente em Torres Novas, onde o serviço de Nefrologia é uma das atividades diferenciadoras da nossa atividade”, disse Casimiro Ramos.
Estes tratamentos, notou o gestor hospitalar, podem incluir, entre outros, a “transplantação renal, a hemodiálise crónica, técnicas depurativas extracorpóreas e diálise peritoneal”, serviços que são disponibilizados no Serviço de Nefrologia do CHMT.

Neste sentido, acrescentou, “está também em preparação a realização de um protocolo no âmbito do serviço de Nefrologia por profissionais do CHMT no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria”, ainda no distrito de Santarém.
Com este acordo de parceria, cerca de uma centena de doentes renais crónicos do HDS, que tinham o seu acompanhamento assegurado até esta quarta-feira através de um protocolo com o Hospital de Santa Maria/Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLUN), veem garantida através do CHMT uma “continuidade de cuidados de saúde diferenciados de excelência, numa lógica de proximidade” no âmbito de um trabalho de “complementaridade e racionalização de recursos do SNS”.
ÁUDIO | ANA INFANTE, CONSELHO ADMINISTRAÇÃO HOSPITAL SANTARÉM:
Ana Infante, presidente do CA do HDS, destacou a “otimização de recursos” que resulta deste protocolo de cooperação entre o HDS e o CHMT. “A celebração deste protocolo, que espero seja o primeiro de muitos, representa a otimização dos recursos existentes no SNS, contribuindo para prestar cuidados de saúde de qualidade e proximidade à população que serve”, afirmou.
Segundo explicou ainda a responsável ao mediotejo.net, os utentes continuam a ter a sua consulta de nefrologia e o Hospital de Dia em Santarém, mas em caso de hemodiálise, por exemplo, terão que se deslocar a Abrantes.
Para as entidades envolvidas no processo, a “relevância e racionalidade” do protocolo de cooperação “enquadra-se numa tendência nacional de crescimento anual da Doença Renal Crónica Avançada (de nível 5) superior à média dos países da OCDE”, apresentando o nosso país “das taxas mais elevadas de incidência e prevalência na Europa”.
Os pilares do protocolo assinado, que pretende “responder em tempo útil e de forma diferenciada às necessidades dos utentes do HDS”, assentam em “prevenir e tratar a patologia renal crónica o mais precocemente possível, e oferecer aos utentes uma melhor acessibilidade a uma consulta de especialidade hospitalar numa lógica de proximidade”.
C/LUSA