A greve de trabalhadores da Hitachi, que iniciou na segunda-feira, teve uma adesão de quase 100% na fábrica em Abrantes, disse ao mediotejo.net o sindicato. O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) apresentou no dia 4 de dezembro um pré-aviso de greve dos trabalhadores da Hitachi para os dias 14, 15 e 16 de dezembro, caso a empresa insista em recusar aumentos salariais “condignos”.
“A greve está a ter uma adesão a rondar os 100%” indicou o SIMA ao mediotejo.net. Na semana passada o SIMA reuniu com a administração da empresa quatro vezes no sentido de chegar a um acordo. Ontem (segunda-feira) voltou a reunir mas ainda sem acordo apresar das propostas apresentadas pela administração, a greve manteve-se esta terça-feira.
No seguimento do aprovado por 90 % dos trabalhadores que participaram em plenário convocado pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins, o SIMA apresentou no dia 4 de dezembro um pré-aviso de greve para os dias 14, 15 e 16 de dezembro, na Hitachi em Abrantes.
O motivo do mesmo deve-se “à intransigência da empresa em levar a cabo aumentos salariais condignos. Num ano de extrema dificuldade não podem ser só os trabalhadores os únicos a suportar o fardo da pandemia. O aproveitamento deste contexto para que não haja aumentos levou os trabalhadores a tomar esta decisão”, explicou o sindicato.
O mediotejo.net sabe que as revindicações dos trabalhadores baseiam-se nos proveitos relativos a 2019, ano em que a empresa apresentou lucros.
Em declarações ao jornal mediotejo.net, António Costa, da comissão sindical do SIMA, disse “que os trabalhadores pretendem um aumento de 25 euros no salário mensal para 2021” mas a entidade patronal “propôs inicialmente 170 euros de bónus em cartão referente a 2020 e 25 euros para 2021 mas só a partir de abril”, proposta que os trabalhadores recusaram.
Esta segunda-feira, em reunião, a empresa apresentou nova proposta que será hoje transmitida pelo sindicato aos trabalhadores. “Se aceitarem, a greve agendada para quarta-feira será desconvocada”. A proposta situa-se agora “num bónus de 220 euros relativo a 2020, em cartão, e aumento salarial de 27 euros mas apenas a partir de abril” explica António Costa.
Segundo o dirigente sindical, “o que pedimos pode ser aceite pela empresa sem colocar em causa a mesma, nem os postos de trabalho”. O Sindicato entende que “os trabalhadores da Hitachi demonstraram que estão sempre ao lado da empresa quando esta precisa e disso tem dado provas. É tempo da empresa também retribuir esta situação; é tempo da empresa seguir outros exemplos por essa Europa fora em que os trabalhadores viram os seus salários aumentados, tendo até sido atribuído um complemento devido à pandemia”.
O SIMA, e os trabalhadores da empresa, pretendem “que a empresa tenha uma atuação como sempre teve ao longo dos últimos anos e que abandone a atual intransigência”.
Apesar da greve já em decurso o Sindicato manifesta-se “esperançoso que o bom senso e o diálogo prevalecerão por parte da empresa”. Esta segunda-feira, 14 de dezembro, o secretário Geral do SIMA esteve na entrada da fabrica das 15h30 às 17h00.
A Hitachi – ou CBI – Chassis Brakes International é uma das maiores empresas do concelho de Abrantes. Conta com 179 funcionários, sendo no total mais de 200 os trabalhadores contabilizando também os temporários. Desde 1982, a Chassis Brakes International Portugal tem produzido travões de tambor e submontagem na fábrica de Abrantes.