Ação do IRA com a GNR em Atalaia, Vila Nova da Barquinha Créditos: IRA - Intervenção e Resgate Animal

A GNR e a organização IRA (Intervenção e Resgate Animal) realizaram na terça-feira, 29 de novembro, uma intervenção na freguesia de Atalaia, no concelho de Vila Nova da Barquinha, após uma denúncia de graves maus-tratos a animais por um homem ali residente, incluindo o uso de “um ferro de um metro e meio” para “espancar sem dó nem piedade” um cão.

Elementos do IRA acorreram ao local e divulgaram um vídeo nas redes sociais expondo a situação (as imagens são chocantes e podem sensibilizar os leitores). Contactada pelo nosso jornal, a GNR confirmou que foi levantado um auto de contraordenação por crime de maus-tratos a animais de companhia.

“Uma nojeira autêntica! Tudo repleto de fezes, colchões ardidos, lixo, sucata, etc.” Foi assim que o IRA descreveu o cenário que encontrou em Atalaia.

“No meio disso tudo um cachorro com 5 dias de vida cheio de pulgas, a mãe do cachorro com uma hemorragia e magríssima, um cão sénior magríssimo e completamente aterrorizado, uma cadela pitbull magríssima e claramente utilizada para reprodução e o cão que era espancado mais frequentemente”, acrescenta a informação.

A barra de ferro que era usada para bater nos cães e Thor, o labrador que surge no vídeo partilhado pelo movimento IRA. Créditos: IRA

Os animais entretanto resgatados foram levados para o canil intermunicipal de Torres Novas (centro de recolha oficial de animais dos municípios de Torres Novas, Alcanena, Entroncamento e Vila Nova da Barquinha), para ser elaborado o relatório de perícia.

“Após elaborados os relatórios de perícia, a nossa instituição irá recolher os animais e encaminhá-los para hospital veterinário, avaliação comportamental e se estiverem aptos, para adoção”, garante a organização sem fins lucrativos.

Cães recolhidos em Atalaia foram transportados para o canil de Torres Novas e IRA vai tentar encontrar novos donos para cada um. Créditos: IRA

Contactado pelo mediotejo.net, o capitão Ferrão, comandante do Destacamento Territorial de Torres Novas, afirmou que a GNR só teve conhecimento do caso no próprio dia, tendo-se deslocado ao local, onde levantou o auto de contraordenação e de notícia pelo crime de maus-tratos a animais de companhia, pelo que agora vai ser desenvolvido um inquérito sobre o qual Ministério Público depois irá decidir.

A lei 69/2014 estabelece como crime “quem, sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus tratos físicos a um animal de companhia”, sendo punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 120 dias.

O oficial da da Guarda Nacional Republicana disse ainda que esta não é uma situação frequente na região e aconselhou que quem presenciar este tipo de situações deve denunciá-las às forças de segurança territorialmente competentes.

O homem acusado nesta situação prestou serviço nos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha e ontem começou a circular nas redes sociais uma petição exigindo a sua expulsão (contava hoje com cerca de 2.200 assinaturas).

O comandante emitiu esta noite um comunicado informando que “desconhecia totalmente a situação” e que “o comando e respetivos operacionais deste corpo de bombeiros não se revêem nas atitudes e atos praticados pelo elemento em causa, lamentando o sucedido e repudiando os mesmos”.

Informa ainda que este bombeiro voluntário, “sem qualquer contrato de trabalho, solicitou a exoneração do seu cargo e função, o que produz efeitos imediatos”.

Rafael Ascensão

Licenciado em Ciências da Comunicação e mestre em Jornalismo. Natural de Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, mas com raízes e ligações beirãs, adora a escrita e o jornalismo.

Patrícia Fonseca

Sou diretora do jornal mediotejo.net e da revista Ponto, e diretora editorial da Médio Tejo Edições / Origami Livros. Sou jornalista profissional desde 1995 e tenho a felicidade de ter corrido mundo a fazer o que mais gosto, testemunhando momentos cruciais da história mundial. Fui grande-repórter da revista Visão e algumas da reportagens que escrevi foram premiadas a nível nacional e internacional. Mas a maior recompensa desta profissão será sempre a promessa contida em cada texto: a possibilidade de questionar, inquietar, surpreender, emocionar e, quem sabe, fazer a diferença. Cresci no Tramagal, terra onde aprendi as primeiras letras e os valores da fraternidade e da liberdade. Mantenho-me apaixonada pelo processo de descoberta, investigação e escrita de uma boa história. Gosto de plantar árvores e flores, sou mãe a dobrar e escrevi quatro livros.

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1 Comentário

  1. Nome e endereço de uma besta dessas, deviam ser publicados, para que além da parte penal, puderem também ter o tratamento adequado aos seus actos.

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