A freguesia de Belver, no concelho de Gavião, volta a celebrar as Santas Relíquias, este fim de semana, festejos organizados pelo Clube Recreativo e Desportivo Belverense. Contrariamente ao que sucedeu em 2020, por causa da pandemia, as festas voltam a animar a população, ainda que de forma mais contida, nomeadamente com cumprimento de regras de contenção do vírus SARS-CoV-2, mas onde não faltam os habituais petiscos e espetáculos musicais.
Nos dias 14 e 15 de agosto, em honra das Santas Relíquias de Belver, a festa regressa com momentos musicais, a habitual missa alusiva às Santas Relíquias seguida de procissão (mas sem acompanhantes) e com o evento “Relíquias ao Largo”, no Largo Luís de Camões. O Clube Recreativo e Desportivo Belverense dinamiza o programa com momentos comemorativos, nomeadamente um jantar convívio no sábado, 14 de agosto.
As inscrições para o jantar são obrigatórias e podem ser feitas através de um formulário online ou através do contacto 913 217 784. Tem uma lotação máxima de 100 participantes, com um máximo 8 pessoas por mesa, em espaço delimitado. Em alternativa, os convivas podem encomendar a refeição em regime take-away.
Os concertos iniciam às 15h00, no sábado, com a atuação do Grupo de Cantares Terras de Guidintesta. Das 18h00 às 20h00 decorre uma arruada musical pela freguesia de Belver com Marco Morgado.
No domingo (15 de agosto) as saudações à população são dadas pela Banda Filarmónica Alveguense, às 09h00. E às 17h00 tem lugar a missa alusiva às Santas Relíquias de Belver seguida então da procissão, com concerto pelas ruas de Belver com a Banda Filarmónica Alveguense.
No entanto, as normas e recomendações da DGS tal como as regras do plano de contingência têm de ser seguidas, nomeadamente o uso obrigatório de máscara, a distância de segurança, a higienização das mãos, o respeito pela sinalética de entrada e de saída.
As festas surgem em honra das Santas Relíquias, isto porque num dos altares da Igreja Matriz de Belver encontra-se uma arca com as ditas. Para dignifica-las realiza-se a festa anual da terra. São relíquias que diz-se terem vindo da Terra Santa.
Na Idade Média, Belver era uma terra de Hospitalários, também chamados de Ordem de Malta fundada em Jerusalém, que foi evoluindo à sombra do castelo que é Hospitalário, do século XII, do reinado de Dom Sancho I. As relíquias foram entregues ao Grão Prior da Ordem de Malta que as foi ‘colecionando’; as mesmas que se encontram na arca da Igreja Matriz.
No castelo de Belver está ainda a Capela de São Brás, construção do século XVI, que ostenta um retábulo/relicário. Outra lenda relata então que as Santas Relíquias foram depositadas nessa Capela, pelo Infante D. Luís (filho do rei D. Manuel I), local de onde foram roubadas.
Todo o retábulo é composto por pequenas esculturas que têm um buraco no peito e a maioria não tem mãos, precisamente para guardarem o conjunto de relíquias que se diz terem sido trazidas da Terra Santas pelos Cavaleiros Hospitalários.
Do culto das Santas Relíquias, fenómeno de religiosidade popular enraizado na população de Belver, nasceram os festejos, que regressam no próximo fim de semana.