Praia fluvial do Alamal, em Gavião. Foto: DR

O concelho de Gavião está preparado para a abertura da época balnear, nomeadamente a praia fluvial do Alamal, que abrirá a 1 de julho, garantiu ao mediotejo.net o presidente da Câmara Municipal de Gavião, José Pio, explicando que a data fora definida mesmo antes da pandemia. A época balnear no concelho de Gavião decorre de 1 de julho a 30 de setembro e “a segurança das pessoas será uma das nossas grandes preocupações”, garante o autarca.

O clima de dúvida ainda persiste quanto às regras para as praias fluviais designadamente no que toca ao sistema de semáforos na praia no sentido de indicar o número de pessoas. “Não sei como vamos implementar, nem quem pode colocar o semáforo. A contagem das pessoas, a fiscalização, se cumprem as regras… não sei quem o vai fazer”, confessa, supondo que seja mais uma função do nadador-salvador.

José Pio avançou ao mediotejo.net uma deliberação tomada esta terça-feira no que toca às medidas nas casas-de-banho da praia. “Colocaremos em regime de permanência uma funcionária da autarquia para fazer a limpeza entre as 09:00 e as 17:00. Das 17:00 em diante iremos encontrar uma medida para solucionar esse problema” que poderá passar “pelo prolongamento do horário de trabalho da funcionária”, disse, assegurando que “as casas-de-banho serão limpas pelo menos de hora a hora de forma a garantir que possam ser usadas sem qualquer constrangimento”.

Recorda-se que as casas-de-banho da praia fluvial do Alamal mereceram obras de remodelação em 2019 “tendo todas as condições incluindo torneiras automáticas”.

O bar do Alamal encontra-se concessionado e abriu ao público esta segunda-feira, 18 de maio. O estabelecimento “está muito bem equipado, adotou todas as medidas de segurança, no espaçamento das mesas na esplanada e dentro do bar. Está tudo preparado para a concessão receber com toda a qualidade os veraneantes. Ontem já teve grande afluência” de clientes, notou.

Quanto a vigilantes, a Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores já manifestou duvidas dizendo que o número pode não ser suficiente, por falta de formação sendo que o curso dura um mês. Mas em Gavião essa questão está assegurada.

“Não temos esse problema! Temos dois nadadores-salvadores que garantem a praia do Alamal. São ambos funcionários da Câmara Municipal que na época da praia são deslocados para lá”.

Passadiços do Alamal, Praia Fluvial do Alamal, Gavião. Créditos: mediotejo.net

Nos passadiços do Alamal “as pessoas continuam a circular. Independentemente do Município ter aconselhado a não ser usado durante um determinado período. Sentem que é natureza, ar livre e que podem continuar a passar”, refere José Pio, dizendo que “está tudo preparado” para a abertura definitiva a 1 de junho.

Também as análises à qualidade da água do rio Tejo “têm decorrido com a regularidade necessária e têm revelado resultados bastante agradáveis”. No entanto, José Pio observou no dia 16 que “a água tinha uma cor mais escura do que o habitual. Ainda não analisámos. A análise, fora da época balnear é sempre no início do mês, durante a época balnear é mais regular. Aguardo com alguma expectativa o resultado”.

Na zona de lazer da Comenda a situação é semelhante à do Alamal, adianta o presidente, garantindo que poderá ser frequentada em segurança. O bar encontra-se concessionado e “deverá abrir no próximo fim-de-semana”.

Entretanto, a Câmara encontra-se “em negociações com duas empresas para a construção de uma piscina para adultos naquele espaço”. Mas “muito dificilmente” será uma realidade ainda em 2020 “devido a alguns constrangimentos relativamente à opção de colocação” que pode obrigar a repensar o projeto, justifica. O executivo prefere que a piscina seja construída no leito da Ribeira da Venda, “num dos dois braços mas as empresas têm colocado reticencias quanto à implantação. Receiam que o material não resista”, explica.

Observatório de Avifauna do Outeiro, Gavião. Créditos: mediotejo.net

O Observatório de Avifauna do Outeiro “pode ser frequentado desde já. Aliás, um dos espaços que não foi interditado. Ar livre e condições excelentes em termos de arejamento e de localização”.

Apesar da pandemia, o autarca deposita “esperança” de que o ano turístico possa vir a ser recuperado durante o verão. Se por um lado teme que os turistas nacionais receiem veranear por causa da covid-19, por outro acredita que o interior pode beneficiar sendo uma escolha, uma vez que o turista tenderá a procurar locais com menor risco de contágio, logo menor concentração de pessoas e Gavião “tem registo zero” de infeções pelo novo coronavírus até ao momento, lembra.

José Pio manifesta “grande confiança” que espaços turísticos no interior do País possam ser um atrativo para o turismo. “Levará a que as pessoas se desloquem para terras como Gavião, livre de covid-19 e que tem uma capacidade de alojamento que permite” aos visitantes escolherem este território do norte alentejano para passar férias.

Designadamente porque o eco-glamping “estará pronto no verão e o Alamal River Club tem todas as condições para receber turistas com muitas qualidade. Estamos preparados!” garante reconhecendo que a covid-19 poderá, apesar do otimismo, diminuir o número de turistas.

Igualmente o Parque para Autocaravanas poderá estar disponível uma vez que a obra estará concluída no dia 1 de junho, avança o presidente. Contudo, porque o espaço “está incluído num projeto muito mais vasto, que engloba 34 municípios do Alentejo, dependemos do Turismo do Alentejo que dirá se o podemos disponibilizar de imediato ou não”.

Também neste caso José Pio revela-se otimista. “Gavião e Ponte de Sor são os dois municípios com obra mais adiantada”.

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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