ELÉCTRICO FUTEBOL CLUBE 3 – ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA DO FUNDÃO 2
Liga Placard – Campeonato Nacional 1ª Divisão – 10º jornada
Pavilhão Gimnodesportivo de Ponte de Sor
27-11-2021
Em Ponte de Sor as expectativas eram elevadas para o muito público que se deslocou ao Pavilhão, incluindo uma pequena mas ruidosa delegação da terra da Cereja.
Afinal, tratava-se do jogo mais atrativo da jornada, opondo o segundo classificado, o Fundão, e o quarto, o Eléctrico, ambos a fazerem um magnífico percurso na Liga principal do futsal nacional.

A equipa da casa vinha de três vitórias consecutivas, a última das quais em Portimão, e os serranos, a perderem algum fulgor, depois de derrotados no seu reduto pelo Quinta dos Lombos, haviam empatado na jornada anterior com os Leões de Porto Salvo.

Com as equipas recheadas de bons valores, notava-se a ausência de Nem nos visitantes, expulso na última partida. Depois de algum atraso no arranque devido a procedimentos sanitários de desinfeção dos bancos de suplentes, a partida foi iniciada com Thalles a assumir o primeiro remate. Passou ao lado da baliza de André Correia.
Com ambos os conjuntos ainda em processo de estudo, os visitantes, numa bem desenhada jogada de envolvimento, chegaram ao golo. Thalles serviu Mário Freitas e este endossou a Filipe Leite que rematou, abrindo a contagem. Estavam jogados cinco minutos.

A resposta dos alentejanos surgiu prontamente com Daniel Airoso, no recomeço, a rematar forte e obrigar o guarda redes Paulo Pereira a defender, cedendo canto. O Fundão sacudiu a pressão, saindo a jogar apoiado coletivamente. Mário Freitas, em boa posição, rematou um pouco acima do travessão da baliza de André Correia.
A vantagem dos visitantes iria durar um escasso minuto. Em jogada individual, Peixinho rematou de forma indefensável para Paulo Pereira, fazendo o empate.

Aos sete minutos, Bebé recebeu o esférico em boa posição, na sequência dum livre, mas atirou ao lado. Com André Correia a subir em busca de desequilíbrios, o jovem guarda redes serviu Russo que rematou muito por cima. A meio da primeira parte, com o jogo dividido mas o Fundão mais esclarecido, Thalles rematou por alto.
Algo começava a preocupar João Freitas Pinto, técnico do Eléctrico: a sua equipa colecionava a quarta falta com oito minutos para jogar. O Fundão não tinha nenhuma falta averbada o que gerou enorme descontentamento por parte do público da casa enquanto Ferrugem via o cartão amarelo.

Perante um Eléctrico expectante, o Fundão ia subindo no jogo e aproximando-se com perigo da baliza dos alentejanos. Mário Freitas rematou forte com o esférico a passar perto do poste e Iury Bahia rematou aos 13 minutos para uma enorme defesa de André Correia.
Numa segunda vaga Bebé quase marcou. Valeu nova intervenção de André de grande qualidade. Na resposta Ygor Mota podia ter marcado para a equipa da casa. Ficou na cara do guarda redes Paulo Pereira mas permitiu a defesa.
À passagem do quarto de hora Peléh assistiu Bebé que desta feita não falhou e colocou o Fundão de novo na frente do marcador. Estava feito o 1-2.

A perder, o técnico dos alentejanos pediu uma paragem de tempo e procedeu a ajustes que melhoraram o desempenho da sua equipa. Aos 17 minutos, Hugo Neves só não marcou porque Paulo Pereira executou uma defesa fantástica, deixando os adeptos da equipa da casa a “roerem as unhas”.
Depois de Filipe Leite ter feito uma “falta útil”, que lhe valeu a amostragem da cartolina amarela, John Lennon rematou, ganhando um canto. A subida do Eléctrico levou Nuno Couto, treinador visitante, a pedir a pausa técnica regulamentar.

Na verdade o jogo ganhou equilíbrio quando o descanso se aproximava. Tornou-se frenético, com alternância da posse de bola, mas as ocasiões de golo foram escassas. Ainda assim Peixinho teve um remate perigoso que não passou longe do alvo.
Numa saída rápida para o contra golpe dos alentejanos, o guarda redes dos visitantes defendeu com a mão fora da área uma jogada de golo eminente e viu-lhe ser exibido o cartão vermelho entrando para o seu lugar Tiago Couto para jogar o que faltava do tempo regulamentar: seis décimas de segundo!

Com um resultado favorável aos visitantes ao intervalo, justificado pela eficácia e competência defensiva, era o Eléctrico quem teria de correr atrás do prejuízo para somar pontos nesta partida. Tendo o Fundão de jogar o recomeço com menos uma unidade devido à exclusão de Paulo Pereira, o Eléctrico entrou em pressão alta e as ocasiões de remate sucederam-se.
No primeiro minuto do segundo tempo, John Lennon rematou forte para boa defesa de Tiago Couto e Célio Coque, na recarga, não encontrou o caminho da baliza.
Ainda com o adversário em inferioridade numérica, Daniel Airoso, por duas vezes, não conseguiu bater o jovem guarda redes que, conjuntamente com os outros dois, foram figuras em destaque na partida.

Já com o Fundão com cinco jogadores na quadra, Thalles obrigou André Correia a outra magnífica defesa. Aos 25 minutos, Edmilson viu o amarelo e na conversão do livre John Lennon deu a possibilidade de Tiago Couto somar nova defesa, desta feita, com os pés.
No minuto seguinte assistiu-se a um dos momentos mágicos que fazem do futsal um espetáculo que leva multidões aos pavilhões.
André Correia saiu a jogar com o pés, serviu o seu capitão, Russo, e este executou um chapéu perfeito a Tiago Couto. Como um míssil em voo rasante, surgiu Edmilson a tirar de cabeça para canto. Fantástico momento!

Aos 28 minutos John Lennon volta a estar perto do golo mas o guarda redes Tiago Couto volta a mostrar credenciais. No minuto seguinte foi Russo a atirar ao lado em boa posição para marcar.
À meia hora de jogo, o Fundão, a defender muito bem, ensaiou o contra golpe. Iury Bahia testou a atenção de André Correia, que defendeu. Logo de seguida John Lennon voltou a não descobrir o caminho da baliza dos serranos.

O Eléctrico estava lançado no ataque, correndo até alguns riscos, na procura dum resultado melhor. Aos 32 minutos, Hugo Neves obrigou Tiago a nova defesa de qualidade e na resposta Iury Bahia ia causando amargos de boca. Isolado, rematou ao lado.
Os forasteiros aproximavam-se perigosamente da baliza de André e Thalles permitiu a intervenção do guarda redes quando surgiu isolado. Em toada de parada e resposta surgiu o empate aos 36 minutos.
Ygor Mota, com uma “bomba”, conseguiu bater Tiago Couto que se vinha cotando como o melhor elemento do Fundão na quadra. Estava feito o 2-2.

De imediato o técnico Nuno Couto pediu uma pausa técnica para preparar o 5X4, com Mário Freitas como guarda redes avançado. Apesar da boa circulação de bola não houve objetividade e a defensiva da casa aguentou durante alguns minutos o assédio.
A um minuto e quinze segundo do final João Freitas Pinto pediu a última pausa, respondendo ao seu colega do Fundão. Russo “virou” guarda redes avançado. E foi mesmo o jogador nascido na Suíça a dar a vitória à sua equipa após assistência de Ygor Mota.
A seis segundos do final!…

Vitória saborosa dos alentejanos que ascendem a terceiros atrás dos eternos candidatos Sporting e Benfica. Conseguiram conquistar a quarta vitória consecutiva.
O Fundão defendeu bem mas o futsal é fértil em acontecimentos destes. O jogo acaba com o som da buzina, nunca antes… caiu para quarto na tabela, o que em nada belisca o magnífico campeonato que vem realizando.
Arbitragem polémica, desagradou muito ao público pontessorense, principalmente o escalar de faltas no primeiro tempo com um critério duvidoso. Melhorou ao longo do jogo e, na verdade, foi irrelevante para o resultado final.

FOTOGALERIA:
Ficha do Jogo:
ELÉCTRICO FUTEBOL CLUBE:
André Correia, Ferrugem, Matheus, Ygor Mota e John Lennon.
Suplentes: Diogo Basílio, Peixinho, Gustavo Rodrigues, Célio Coque, Daniel Airoso, Russo e Hugo Esteves.
Treinador: João Freitas Pinto.

ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA DO FUNDÃO:
Paulo Pereira, Thalles, Bebé, Mário Freitas e Filipe Leite.
Alexandre Rodrigues, Tiago Couto, Rui Moreira, Guilherme Duarte, Wilson Cabral, Edmilson Sá, Peléh, David Gomes e Iury Bahia.
Treinador: Nuno Couto.

GOLOS:
Peixinho, Ygor Mota e Russo (Eléctrico); Filipe Leite e Bebé (Fundão).
EQUIPA DE ARBITRAGEM:
Miguel Castilho e Filipe Duarte.
Ricardo Fernandes (cronometrista).

No final fomos ouvir dois técnicos com estados de alma obrigatoriamente diferentes:
JOÃO FREITAS PINTO (Eléctrico)

NUNO COUTO (Fundão)

*Com David Belém Pereira (multimédia).