ELÉCTRICO FUTEBOL CLUBE 9 – PORTIMONENSE SPORTING CLUBE 2
Liga Placard – 9ª jornada
Pavilhão Gimnodesportivo de Ponte de Sor
18-11-2020
No Pavilhão Gimnodesportivo da Ponte de Sor, ao cair da tarde de quarta feira, tinham encontro marcado duas das grandes surpresas da Liga Placard. Quer o Eléctrico que a equipa algarvia do Portimonense tiveram arranques de época fabulosos e têm-se fixado no topo da tabela, logo a seguir aos crónicos candidatos, Sporting e Benfica.
Após um isolamento profilático, após caso de Covid 19 no plantel, o Eléctrico apenas na véspera da recepção ao Benfica iniciou os trabalhos, tendo jogado no fim e a meio da semana naquilo que o seu técnico, Kitó Ferreira, chamou de´”Época de Exames”…

Após um teste positivo em Braga, onde o Eléctrico venceu por 3-4, a equipa da casa estava “obrigada” a novo teste positivo e isso poderá ter determinado o mau início de jogo.
O Portimonense entrou muito forte, pressionante, e empurrou a equipa da casa para a sua meia quadra, nem lhe permitindo uma reação positiva.
Logo aos dois minutos, Caio Ruiz, servido pelo outro Caio, Junior, culminando uma rápida transição, enviou a bola ao poste da baliza de André Correia.

Logo a seguir o Eléctrico tentou reagir, a bola chega a ser introduzida na baliza dos algarvios mas o jogo já estava parado já que o esférico havia ultrapassado a linha lateral.
Aos cinco minutos Caio Júnior fez uma falta feia e viu o primeiro cartão amarelo da partida. O árbitro do desafio foi ao banco da equipa da casa e admoestou o técnico Kitó Ferreira com a cartolina amarela.
Após os ânimos serenarem, Divanei disparou forte para excelente defesa de André Correia para canto. O veterano, com uma longa carreira no Sporting e no Kairat Almaty do Cazaquistão, mostrou que ainda “está aí para as curvas”.

Pouco depois Nuno Miranda ganhou um canto e na cobrança Divanei rematou forte mas sem direção. À passagem do sexto minuto, com o Eléctrico a procurar contrariar o melhor futsal dos adversários, Graça perdeu a bola e Nuno Miranda rematou forte e o guarda redes da casa cedeu canto. Na conversão, Divanei voltou a rematar ao lado.
Com o Portimonense a pressionar muito alto, encostando o Eléctrico “às cordas”, numa reposição lateral, Divanei acrescentou nota artística, rematando à meia volta para uma enorme defesa de André Correia para o poste da sua baliza.
Aos oito minutos, depois de Nuno Miranda obrigar André a nova defesa, Divanei foi servido ao segundo poste e, de carrinho, não falhou e abriu a contagem.

Com a equipa de Portimão na frente a pressão não diminuiu. Paulinho rematou ao lado enquanto Caio Ruiz, de livre, solicitou a defesa incompleta de André. Valeu o capitão Renan Fuzo que resolveu.
Renan viria a estar em foco à passagem do décimo minuto. Sofreu falta, na queda terá pisado de forma involuntária um adversário, provocando um enorme “sururu à brasileira” entre jogadores maioritariamente sul-americanos. O árbitro descortinou intencionalidade na ação de Renan excluiu-o da partida, mostrando o amarelo a Filipinho. Pareceu um exagero…

Não estava fácil a vida para a equipa de Kitó Ferreira, em inferioridade no marcador e na quadra. Puro engano…
Na reposição Rodriguinho isolou-se e na cara do guarda redes visitante atirou a contar, empatando a partida. Na situação mais improvável o Eléctrico marcou, através daquele que viria a ser o “Homem do Jogo” e a partir daqui o jogo transformou-se em absoluto.
O Portimonense “eclipsou-se”, passou a dar apenas e só Eléctrico, numa viragem épica do rumo dos acontecimentos.

O Portimonense ainda atirou uma bola ao poste por Divanei e viu Rodriguinho, em lance a papel químico do golo, isolar-se mas desta vez sem desfeitear o guarda redes Moreira.
Entretanto os “alvi-negros” atingiram a quinta falta e ficavam “tapados” com sete minutos para jogar no primeiro tempo. Com o Eléctrico mais atacante, Paulinho chegou um nadinha tarde a uma emenda na sequência dum canto e Célio Coque atirou ao poste da baliza de Moreira.
Com um quarto de hora de jogo e com a equipa da casa balanceada no ataque, uma perda de bola permitiu que Nuno Miranda marcasse e colocasse a equipa de Portimão de novo na frente do marcador.

O Eléctrico não pareceu acusar negativamente o golo, obtido contra a corrente do jogo, e com um enorme carácter começou a acreditar num resultado favorável. E a resposta não tardou, pelo “suspeito do costume”, Rodriguinho, que bisou e voltou a empatar a partida.
Pouco depois, aos 18 minutos, Caio Ruiz fez uma falta grosseira, viu o amarelo e o jovem Milton Dias saltou do banco para a marca dos dez metros, com o guarda redes Gutta nos postes. Milton não vacilou e colocou o Eléctrico na frente do marcador pela primeira vez no encontro.

Com os jogadores algarvios completamente “destemperados” quando se impunha calma, Caio Júnior cometeu uma falta desnecessária e Milton Dias voltou à marca de onde havia sido feliz no minuto anterior.
Desta vez não foi lesto a marcar e o árbitro entendeu que o tempo para a marcação do castigo havia sido excedido. Os visitantes ainda iriam cometer nova falta, a oitava, a 50 segundos do intervalo. Célio Coque foi o escolhido para executar o castigo mas permitiu a defesa de Gutta.
O descanso chegou com o Eléctrico na frente do marcador numa “cambalhota” mais que justa. Muita expectativa para a segunda parte…

O tempo complementar foi digno de figurar num compêndio de futsal. Dum lado o Portimonense, um conjunto de jogadores, alguns de excecional qualidade, mas longe de formarem uma equipa. Do outro, o Eléctrico, humilde, cheio de carácter, rodando os vários jogadores sem grandes quebras qualitativas, solidário e com um “maestro” num dia para recordar. O brasileiro, naturalizado catari, fez um jogo memorável, coroado com um “póker” de golos.

Com Gutta na baliza adivinhava-se muito trabalho para o guarda redes portimonense.
Logo no segundo minuto da segunda parte, Costelinha rematou para defesa a dois tempos.
No minuto seguinte, Caio Ruiz lembrou que o jogo ainda agora tinha recomeçado e obrigou André Correia a defesa apertada. Pouco depois Caio Ruiz voltou a procurar o golo mas o guarda redes pontessorense foi carregado por Wendell, de regresso a uma casa que conhece bem.
Uma bola comprida obrigou Gutta a desentender-se com um defesa. Jogou de cabeça fora da área e a bola sobrou para Rodriguinho que, com a baliza deserta, alcançou o “hat trick” e dilatou a vantagem dos alentejanos aos 24 minutos.

No minuto seguinte um passe de”morte” de Caio Ruiz para o capitão Filipinho merecia melhor destino. Passou ao lado da baliza dos da casa. Na resposta Dudu ensaiou a meia distância para defesa atenta de Gutta. André Rochato imitou-o e André Correia defendeu sem dificuldade.
Com o jogo “partido” e jogado dos dois lados da quadra, aos 29 minutos Caio Junior foi excluído da partida por alegada agressão a Dudu. Com vantagem numérica, o Eléctrico dilatou a expressão no marcador através de remate colocado de Paulinho.

Divanei tentava liderar a sua equipa e apontava o caminho para a baliza da equipa da casa mas os seus fortes remates não levaram o caminho certo. Já para lá da meia hora de jogo Dudu voltou a alvejar a baliza de Gutta com o guarda redes a opor-se com classe.
Aos 32 minutos Paulinho Rocha cometeu grande penalidade sobre Célio Coque, Gutta discordou e viu o amarelo. Rodriguinho, da marca de grande penalidade, assinou o “poker”, colocando a diferença no “placard” numa margem segura para o Eléctrico.

O técnico algarvio Pedro Moreira pediu uma pausa técnica e lançou o capitão Filipinho como guarda redes avançado passando o portimonense a explorar o 5X4. Esta estratégia é um pau de dois bicos…
Que o diga a equipa de Kitó Ferreira. Desta feita tirou partido da lentidão do adversário a trocar de guarda redes para, numa rápida transição, aumentar a contagem através de Costelinha aos 34 minutos.

No minuto seguinte, Graça recuperou uma bola dentro da sua área defensiva e sem ninguém na baliza do outro lado fez o 8-2. Humilhada e ciente da derrota anunciada, a equipa visitante tentou reduzir o “estrago” e Divanei foi o jogador mais em foco quer a rematar quer a assistir. Ainda enviou uma bola à trave.
Aos 35 minutos, Graça por pouco não bisou no encontro e Caio Ruiz viu o segundo cartão amarelo e respetivo vermelho, sendo excluído da partida. Em vantagem numérica a equipa da casa esteve muito perto de marcar por duas vezes por Paulinho.

Já dentro do último minuto Miguel Pegacha, entrado pouco antes, quis deixar o seu nome registado na lista dos marcadores da partida e fechou as contas do marcador. Pouco depois soou o sinal para o final do encontro.
Foi um jogo muito interessante em que o Portimonense se assenhorou do encontro e dominou até aos dez minutos tendo nesse período inaugurado o marcador.
Após a expulsão de Renan Fuzo o sentido de jogo sofreu uma inversão, aproveitando o Eléctrico o “apagão” do seu adversário para construir um resultado robusto e merecido.

A equipa de arbitragem geriu mal a disciplina embarcando em alguns equívocos. A expulsão de Renan pareceu exagerada. O Eléctrico fixou-se no terceiro lugar, secundando Sporting e Benfica, com 18 pontos e um jogo (Fundão) em atraso. Desloca-se a Sandim para jogar com o Modicus este sábado às 11 horas. O Portimonense ocupa o quinto posto e recebe o Belenenses na décima jornada.
Ficha do jogo:
ELÉCTRICO FUTEBOL CLUBE:
André Correia, Dudu, Renan Fuzo, Rodriguinho e Costelinha.
Suplentes: Diogo Mateus, Diogo Basílio, Bruno Graça, Telmo Lourenço, Célio Coque, Paulinho, Miguel Pegacha, Henrique Vicente e Milton Dias.
Treinador: Kitó Ferreira.

PORTIMONENSE SPORTING CLUBE:
Moreira, Paulinho Rocha, Caio Ruiz, Wendell e Caio Júnior.
Suplentes: Gutta, Filipinho, Paulinho, Divanei, Nuno Miranda, Deivão e André Rochato.
Treinador: Pedro Moreira.

GOLOS:
Rodriguinho [4], Costelinha, Bruno Graça, Paulinho, Miguel Pegacha e Milton Dias (Eléctrico): Divanei e Nuno Miranda (Portimonense).
EQUIPA DE ARBITRAGEM:
Filipe Duarte e Ruben Guerreiro. Fábio Carapuça (Cronometrista).

No final fomos ouvir os treinadores intervenientes na partida:


*Com David Belém Pereira (multimédia).