Taça do Ribatejo viajou para a Glória na época desportiva 2020-2021. Foto: mediotejo.net

SPORT CLUBE DESPORTOS GLÓRIA RIBATEJO 1 – RIO MAIOR SPORT CLUBE 1 (5-4 g.p.)
Taça do Ribatejo – Final
Estádio Municipal do Cartaxo
27-06-2021

O SCD Glória do Ribatejo venceu no domingo o Rio Maior SC por 5-4 no desempate nas grandes penalidades (1-1 no final do tempo regulamentar) e conquistou pela primeira vez na sua história a Taça do Ribatejo, edição 2020-2021.

Com público estava bonito o municipal do Cartaxo.

Depois duma pausa na época transata, onde não se realizou pela situação pandémica que ainda se vive, a festa da Taça do Ribatejo voltou a animar as bancadas, pela primeira vez com a presença de público, no bonito Estádio Municipal do Cartaxo.

A Capital do Vinho recebeu os adeptos de ambos os clubes, maioritariamente da Glória do Ribatejo, com regras de segurança apertadas, emanadas da Direção Geral da Saúde (DGS).
A 43ª edição da Taça do Ribatejo iria ter de todas as formas um vencedor inédito e por uma simples razão: ambos os clubes jamais haviam chegado tão longe.

Final inédita.

Fazendense com quatro Taças conquistadas lidera, seguido por Tramagal, Riachense, Amiense e Coruchense, com três, e mantêm a hegemonia na prova rainha da Associação de Futebol de Santarém (AFS).

A escolha do Estádio Municipal do Cartaxo, com um relvado bem cuidado, pareceu uma escolha acertada. A nomeação do árbitro Diogo Vicente, riachense, professor de Educação Física, com um percurso de 19 anos de apito na boca, seis deles nos quadros nacionais, foi uma boa mensagem de apoio do Conselho de Arbitragem da AFS aos seus filiados. Sem estranheza vimos o presidente dos árbitros, Jorge Maia, junto dos seus, os homens do apito.

Jorge Maia, presidente do Conselho de Arbitragem fez questão de estar com os seus.

Com enorme entusiasmo nas bancadas e fora delas, alguns adeptos não conseguiram ingressos para o Municipal cartaxense, as equipas prepararam-se para um embate de gigantes ciente duma coisa: só uma iria levar para casa o ambicionado Troféu.

Com um público alargado, o Canal 11 transmitiu o jogo em direto, a primeira equipa a “mostrar os dentes” foi o Glória com Abubu a cabecear por cima. Respondeu o Rio Maior com o capitão Arnaldo Ferreira a dar seguimento a um bom cruzamento da direita, aos seis minutos, após um longo período de estudo mútuo. A cabeçada acabou nas luvas de Nico.

Rio Maior entrou melhor no jogo.

Com o Rio Maior a ficar mais confortável no jogo, Alex Diliberto, com um bom pormenor, ganhou sobre um adversário e serviu João Sousa, um médio com parecenças físicas com Fábio Coentrão que, com um remate de primeira, ficou perto de inaugurar o marcador.

Aos oito minutos Colaço ganhou a bola na sua intermediária, galgou metros e tentou o chapéu a Sardinha. Não passou longe.

Jovem Colaço (à dtª) esteve muito em jogo.

Com as equipas a igualarem a contenda em posse de bola e número de oportunidade, foi Alex Diliberto a executar um remate de pé esquerdo que não passou longe da baliza de Nico. Isto quando nos aproximava-mos do quarto de hora.

Pouco depois a resposta do Glória não se fez esperar…
Um cruzamento da direita levou o guarda redes Sardinha a embater no colega Carloto e a ficarem ambos no relvado. O árbitro optou por assinalar uma falta ofensiva.

Glória tentava ganhar as alas.

Aos 20 minutos uma boa combinação ofensiva do Rio Maior colocou Ibraimo na cara do golo. Rodou, temporizou em excesso e perdeu o “”timing” para abrir a contagem. Acabou por conquistar um canto.

O Rio Maior estava melhor no jogo e pertenceram-lhe as melhores ocasiões nesta altura. O Glória, pacientemente, esperava por uma ocasião para contra atacar. O lateral esquerdo riomaiorense Carloto incorporou-se bem no ataque e os seus cruzamentos não tiveram a correspondência pretendida de parte dos seus companheiros na área.

Cruzamentos para a área foi a arma preferida dos riomairenses.

Já para lá da meia hora a equipa da Glória ganhou a bola a meio campo e, com toda a equipa da Cidade do Desporto adiantada, guarda redes incluído, permitiu, numa rápida transição, o chapéu. Covas viu o guarda redes recuperar a posição na baliza e amarrar o esférico com segurança.

Com as equipas a anularem-se na zona central do terreno começaram a ganhar relevo as bolas paradas.

Com apenas sete minutos para o descanso Ricardo Lamy carregou Colaço com dureza e viu a cartolina sair do bolso de Diogo Vicente pela primeira vez. O livre, cobrado por Colaço não chegou a incomodar Sardinha.

Faltas constituem ocasiões de bola parada.

Da resposta do Rio Maior resultou a jogada mais bonita da partida e o golo rondou a baliza do Glória.

Aroldo, na extrema esquerda, serviu Arnaldo Ferreira na área e este, de primeira, rematou forte para a defesa enorme de Nico. Que excelente momento de futebol…

Já perto do final do tempo regulamentar para o intervalo Aroldo voltou a “invadir” a área do Glória. Desapoiado, levou longe demais o esforço e a bola perdeu-se pela linha de fundo.

Já nos descontos Arnaldo Ferreira foi assistido dentro da área, caiu e queixou-se de ter sido tocado. O árbitro Diogo Vicente, bem posicionado, entendeu que Fragata havia jogado primeiro a bola e mandou seguir.

Diogo Vicente esteve muito atento em todo o jogo.

Pouco depois chegou o descanso com o nulo a prevalecer no “placard”.
Resultado ajustado numa primeira parte em que o Rio Maior teve maior posse mas as oportunidades repartiram-se por ambas as balizas.

Nulo ao intervalo parecia o resultado correto.

No recomeço o técnico da equipa da Glória do Ribatejo, Rogério Fernando, deixou Costinha no banho e lançou o guineense Juster na partida. As equipas entraram no complemento sem grande definição, jogando muito sobre o meio campo, provocando choques e respetivos livres.

Um passe muito comprido encontrou Alex Diliberto na área do Glória. O francês bem se esticou mas a cabeçada saiu por alto. Aos 50 minutos Carloto bateu um livre, tenso, para o interior da área dos “amarelos” obrigando Nico a sair a punhos, cedendo canto.

Guarda redes Nico esteve sempre atento aos cruzamentos.

Aos 52 minutos, a resposta da equipa do concelho de Salvaterra de Magos levou Colaço mais uma vez a percorrer a ala esquerda e a cruzar largo para a área riomaiorense. Carloto tentou tirar de qualquer maneira mas a abordagem ao lance não foi a melhor e introduziu a bola na baliza da sua equipa.

O Glória, no primeiro ataque da segunda parte e sem efetuar um remate à baliza de Sardinha, passava para a frente do marcador.

Glória chegou à vantagem com auto-golo.

Imediatamente os comandados de Vitor Alexandre foram no encalço do golo que lhe permitisse igualar a contenda e subindo as suas linhas expunha-se aos contra golpes da equipa da Glória.

Com os “amarelos” muito fechados na sua área teve de ser de bola parada que o Rio Maior voltou a estar próximo do golo. Em jogada estudada a bola viajou na área onde Ibraimo quase chegava. O capitão Fragata afastou.

Aos 58 minutos Alex serviu Aroldo que “armou” o remate para defesa segura de Nico.

Aroldo foi “dor de cabeça” para a defensiva amarela.

Com uma hora de jogo Vitor Alexandre mexeu no xadrez da sua equipa e lançou Rodrigo Quaresma no lugar de Ibraimo. O Rio Maior continuava a ser a equipa mais ofensiva.

Apesar disso o Glória procurava sacudir a pressão e perto dos 65 minutos ganhou uma sequência de cantos, inofensivos. Perante a ineficácia do Rio Maior o Glória começou a acreditar, a subir linhas e a chegar à área contrária com algum perigo.

Glória acreditava na vitória.

Aroldo obrigou Nico a arrojar-se ao relvado quando restavam um quarto de hora para jogar.
Carloto cruzou largo mas a cabeçada de Rodrigo Quaresma não encontrou o alvo.

Abubu, vendo o adiantamento de Sardinha, tentou fazer chegar o esférico na sua frente de ataque. Sardinha estava atento e saiu da sua área e resolveu o lance, jogando com os pés.

O Glória acreditava e subia as linhas expondo-se a venenosos contra ataques dos riomaiorenses. Aos 81 minutos Aroldo recebeu na entrada da área, rodou e à saída de Nico atirou a contar, empatando a contenda.

O Rio Maior entrava de novo na corrida à Taça do Ribatejo.

Arrancada de Aroldo premiada com o golo do empate.

E após algumas alterações nos “onze” das duas equipas a palavra de ordem era não perder.
As equipas entraram em modo de algum cuidado, pensando, talvez, resolver o assunto nas grandes penalidades.

Ainda houveram lances de ataque de ambas as equipas mas a verdade é que os minutos “voaram” e quando o árbitro Diogo Vicente apitou pela última vez já se sabia que a ambicionada Taça iria ser entregue depois da marcação de pontapés da marca dos onze metros.

Foi dos onze metros que tudo se resolveu.

Das cinco regulamentares para cada lado a “fava” calhou a quem não merecia: Alex Diliberto que havia feito um jogo extraordinário falhou e o Troféu foi mesmo para A Glória do Ribatejo. Com o apito de Diogo Vicente estalou a festa…

 

Ficha do jogo:

SPORT CLUBE DESPORTOS GLÓRIA DO RIBATEJO:
Nico, Salomão, Otega, Abubu, Colaço, Fragata, Jorge Dickson (Messy), Covas (Bruno Batista), Daniel Arraiolos, Costinha (Juster) e Ricardo Caneira (Filipe Gaspar).
Suplentes não utilizados: Fábio Simões, Zezinho e Kabunga.
Treinador: Rogério Fernando.

Sport Clube Desportos Glória do Ribatejo.

RIO MAIOR SPORT CLUBE:
João Sardinha, João Lopes, Ricardo Carloto, Alex Diliberto, Arnaldo Ferreira, Jarimba, João Sousa (André Justino), Ricardo Lamy, Ibraimo (Rodrigo Quaresma), Rhuan Terra e Aroldo.
Suplentes não utilizados: Hélio Ventura, Iury Lima, Manuel Neto, Francisco Silva e Francisco Pereira.
Treinador: Vitor Alexandre.

Rio Maior Sport Clube.

GOLOS: Ricardo Carloto [a.g.] (Glória) e Aroldo (Rio Maior).

EQUIPA DE ARBITRAGEM:
Diogo Vicente, Francisco Pereira e Henrique Paula.
Pedro Sousa (4º árbitro) e Afonso Mendes (árbitro jovem).

Equipa de Arbitragem: Diogo Vicente, Francisco Pereira e Henrique Paula. Pedro Sousa (4º árbitro) e Afonso Mendes (árbitro jovem).

*Com David Belém Pereira (multimédia).

Jorge Santiago

Nasceu a 30 de Janeiro de 1961 em Lisboa e cresceu no Alentejo, em Santiago do Cacém. Dali partiu em 1980 para ingressar no Exército e no Curso de Enfermagem. Foi colocado em Santa Margarida e por aqui fez carreira acabando por fixar-se no Tramagal em 2000. A sua primeira ligação à Vila "metalúrgica" surge em 1988 como Enfermeiro do TSU. Munido da sua primeira câmera digital, em 2009 e com a passagem à situação de reserva, começou a registar a fauna do Vale do Tejo, a natureza e o património edificado da região, as ruas, as pessoas... Com colaborações regulares em jornais da região e nacionais este autodidata acaba por conseguir o reconhecimento público, materializado em alguns prémios. Foi galardoado na 8ª Gala de Cultura e Desporto de Tramagal na categoria de Artes Plásticas (Fotografia) em 2013.

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