Yago saltou do banco para marcar o golo da vitória.

UNIÃO DESPORTIVA DE SANTARÉM 0 – CLUBE DE CONDEIXA 1
Campeonato de Portugal – Fase de Acesso à Liga 3 – Série 6 – 1ªjornada
Campo Chã das Padeiras em Santarém
25-04-2021

Num dia histórico para o País e particularmente para a cidade de Santarém, já que há 47 anos daqui saiu a coluna de Salgueiro Maia tendo como destino Lisboa com o intuito, bem sucedido, de derrubar o antigo regime, a chuva quis ser a protagonista no Chã das Padeiras no jogo inaugural de fase final de subida à divisão 3.

Campo Chã das Padeiras em Santarém.

O céu tempestuoso não roubou a rubra cor aos cravos colocados na Chaimite que recorda a efeméride, num espaço não muito longe do campo Chã das Padeiras, onde também se fazia história com a União de Santarém a receber o Condeixa.

Rui Manhoso foi presença notada na Tribuna do Chã das Padeiras.

Num relvado bem cuidado, apto para lidar com a muita água que do céu caiu, deu-se início ao arranque do apuramento das equipas que irão militar na Liga 3, prova que terá o seu arranque na próxima época. A série 6 emparelhou equipas da série E e F da época regular, recebendo a equipa da Capital do Gótico a sua congénere de Conímbriga, o Clube de Condeixa.

Na tribuna registava-se a presença do Presidente Honorário da Associação de Futebol de Santarém e membro da Direção da Federação Portuguesa de Futebol, Rui Manhoso.

Frente a frente duas boas equipas.

Frente a frente, no relvado, duas equipas recheadas de valores seguros, mescladas com a ambição de jovens de qualidade, comandadas por dois treinadores com ideias de jogo muito bem definidas.

Enquanto Acácio Santos veio do Vitória de Setúbal para provar o seu valor levando o União a patamares mais elevados, o seu congénere abandonou o projeto falhado do Fátima para “agarrar” o Condeixa em maus lençóis, qualificando-o para o apuramento. Bom jogo em perspetiva pese o facto do mau tempo e a ansiedade serem condicionantes de peso.

Equipa da casa assumiu o jogo e expôs-se a perigosos contra golpes.

Cedo se percebeu que a equipa da casa iria tomar para si as despesas do jogo, tendo mais bola e uma maior definição dos lances. Com a penetração nas linhas mais recuadas da equipa conimbricense a revelar-se difícil e a equipa de Rui Amorim a “caçar de espera”, a tarefa dos escalabitanos estava bem complicada.

E até foram os visitantes a abeirar-se com perigo da baliza de Hidalgo. O remate de longe de Rui Rodrigues aos seis minutos funcionou como aviso.

Terreno escorregadio levou a momentos muito “físicos”.

Com as equipas encaixadas o jogo ganhou contornos de equilíbrio e as ocasiões de perigo escassearam. Aos 14 minutos um cruzamento do lado esquerdo do ataque do Condeixa obrigou Allan a trabalho atento. No lance seguinte, do outro lado do campo, um canto proporcionou a Jairo uma forte cabeçada que não encontrou o alvo.

Continuava a equipa da casa a ser a “dona da bola” mas o bom escalonamento da defensiva contrária não lhe dava grandes veleidades. Jogou-se longe das balizas por largo período de tempo.

Até aos 29 minutos quando Rui Rodrigues, na cobrança dum livre, favorável aos visitantes, voltou a criar perigo para a baliza de Hidalgo. Passou muito perto do poste…

Equipas tentaram marcar de bola parada.

As bolas paradas começavam a perfilar-se como solução para desatar o nó em que o jogo se tornara. Um novo canto para os escalabitanos, aos 35 minutos, foi batido demasiado longo e acabou por sair pela lateral sem intervenção de ninguém.

Já com o descanso a fazer-se anunciar a União dispôs dum livre que o guarda redes Vitor Nogueira socou para longe iniciando a manobra de rápido contra ataque comandado por Léo Teixeira que rematou contra Hidalgo que não conseguiu bloquear. Na recarga Tiago Veiga disparou por cima.

No último minuto do primeiro tempo um roubo de bola permite o contra golpe, sempre perigoso, dos visitantes. A carga, dura, sobre Ataíde Júnior ficou sem punição, e o árbitro apitou, sim, para o descanso.

Carga dura sobre Ataíde fechou o primeiro tempo.

O nulo no recomeço era aceitável pela produção ofensiva das duas equipas, não aproveitando as poucas ocasiões. Os visitantes estiveram sempre mais perto da baliza contrária em “venenosos” contra ataques.

Com a chuva a dar tréguas a segunda parte começou numa toada semelhante a toda a primeira, com os donos da casa mais organizados e os visitantes expectantes, espreitando o erro alheio para lançar o contra golpe. Logo aos 48 minutos o Condeixa beneficiou dum livre que Hidalgo “amarrou” com segurança.

Hidalgo com trabalho de qualidade.

Com a falta de oportunidades de concretização, com decisões erradas provocadas pela ansiedade, as bolas paradas constituíam uma boa alternativa para chegar ao golo. Sempre que beneficiavam duma bola parada os centrais unionistas subiam no terreno tentando explorar a elevada estatura.

Aos 50 minutos Jairo dispôs de soberana oportunidade para marcar mas a cabeçada passou sobre o travessão. Já aos 56 minutos inverteram-se os papéis, com o Condeixa a conduzir um ataque organizado com Léo Teixeira a cruzar sem precisão, proporcionando o contra golpe à equipa da casa que a defensiva resolveu.

Ataque organizado do Condeixa.

À passagem do quarto de hora no complemento o Condeixa tentou de livre direto incomodar Hidalgo. A defensiva cortou para zona de tiro e Gonçalo Chaves encheu o pé mas o esférico ganhou altura e perdeu-se pela linha de fundo.

O Condeixa, sentindo-se confortável no jogo, começava a ensaiar alguns ataques organizados e aos 65 minutos Léo Teixeira rematou na passada à entrada da área para defesa fácil de Hidalgo.

Na resposta um “slalom” de Nuno André na área dos visitantes só não teve melhor destino porque o jovem escalabitano escorregou ficando a bola presa debaixo do corpo. O árbitro assinalou a falta ofensiva. Aos 73 minutos o capitão unionista, em cobertura a Ataíde, comete falta dura sobre o jogador brasileiro, devido ao piso escorregadio. Na conversão, junto à bandeirola de canto, Hidalgo agarrou com segurança.

Jogo muito equilibrado e disputado a meio campo

Minutos depois, aos 76, Ataíde Junior conseguiu “furar” a defensiva da casa e já na pequena área, de ângulo apertado, rematou contra o poste. A bola, encaminhou-se para a baliza obrigando Jairo a cabeçada de recurso. Para a trave…

Hidalgo completou a defesa e a melhor ocasião para os conimbricenses ficou por ali.
Entretanto Rui Amorim lançava no jogo Yago, rendendo Gonçalo Chaves. Seria ele a “chave” do jogo…

Yago saltou do banco e marcou…

A dez minutos do tempo regulamentar um canto para a equipa da casa possibilitou a cabeçada a Allan que a defesa conseguiu evitar consequências de maior. Continuavam a ser as bolas paradas a constituir as jogadas de maior perigo.

Aos 88 minutos Mateus Lima cabeceou por cima e antes de subir a placa a assinalar quatro minutos de compensação a defesa do Condeixa afastou uma bola difícil, na cobrança de novo livre.

Santarém forte nas bolas paradas.

Já em tempo de compensação um roubo de bola permitiu que Yago fosse lançado em velocidade. Fresco, não deu veleidades a ninguém e, na cara de Hidalgo, atirou a contar.
Marcou e selou a sorte do jogo já em tempo de compensação. Afinal a “chave” estava mesmo no banco!

Perda de bola permitiu arrancada de Yago para o golo da partida.

Os unionistas ainda enviaram uma bola ao poste, por Kalika, sem que Diogo Pires conseguisse a emenda. Pouco depois o árbitro Gonçalo Carreira deu por terminado a contenda.

Vitória feliz do Condeixa que se aceita já que foi sempre muito acutilante. Pelo que se vivenciou o empate também se aceitava bem. Arbitragem sem problemas.

Golo ao cair do pano muito festejado pelo Condeixa

O play-off segue a dois de maio, com um Condeixa-Marinhense e os escalabitanos a jogarem de novo no Chã das Padeiras com o Alverca que ganhou na Marinha Grande por três golos sem resposta.

Equipas voltam a jogar a 2 de maio.

Ficha do jogo:

UNIÃO DESPORTIVA DE SANTARÉM:
Nuno Hidalgo, Cláudio Tavares, Jairo, Kiki Ballack (Francisco Pacheco), Allan (Diogo Pires), André Tavares, Flavinho (Kalika), Nuno André, Vasco Lopes, Iuri Gomes (João Fernandes) e Gilson Varela (João Monteiro).
Suplentes não utilizados: Titinho e Gustavo Filipe.
Treinador: Acácio Santos.

União Desportiva de Santarém.

CLUBE DE CONDEIXA:
Vitor Nogueira, Tiago Crachat, Mateus Lima, Bruno Beato, Ataíde Júnior (Miguel Melo), Rui Rodrigues, Tony Correia, Miguel Oliveira, Léo Teixeira, Gonçalo Chaves (Yago Cariello) e Tiago Veiga (Jhon Renteria).
Suplentes não utilizados: Miguel Carvalho, Marco Meireles, Russel Sandio e Bernardo Lourenço.
Treinador: Rui Amorim.

Clube de Condeixa.

GOLO: Yago Cariello (Condeixa).

EQUIPA DE ARBITRAGEM:
Gonçalo Carreira, David Domingos e Tomé Pires.
4º árbitro: Jorge Carreira (AF Leiria).

Equipa de Arbitragem: Gonçalo Carreira, David Domingos e Tomé Pires com os capitães.

DISCIPLINA
Cartão amarelo: Allan, André Tavares e Gilson Varela (Santarém); Ataíde Júnior (Condeixa).

No final fomos falar com os técnicos de ambas as equipas:

ACÁCIO SANTOS (U.Santarém)

Acácio Santos, treinador do União de Santarém. Foto: mediotejo.net

RUI AMORIM (Condeixa)

Rui Amorim, treinador do Condeixa. Foto: Arquivo mediotejo.net

*Com David Belém Pereira (multimédia).

Jorge Santiago

Nasceu a 30 de Janeiro de 1961 em Lisboa e cresceu no Alentejo, em Santiago do Cacém. Dali partiu em 1980 para ingressar no Exército e no Curso de Enfermagem. Foi colocado em Santa Margarida e por aqui fez carreira acabando por fixar-se no Tramagal em 2000. A sua primeira ligação à Vila "metalúrgica" surge em 1988 como Enfermeiro do TSU. Munido da sua primeira câmera digital, em 2009 e com a passagem à situação de reserva, começou a registar a fauna do Vale do Tejo, a natureza e o património edificado da região, as ruas, as pessoas... Com colaborações regulares em jornais da região e nacionais este autodidata acaba por conseguir o reconhecimento público, materializado em alguns prémios. Foi galardoado na 8ª Gala de Cultura e Desporto de Tramagal na categoria de Artes Plásticas (Fotografia) em 2013.

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