Jair Silva abriu a contagem no Municipal de Cernache do Bonjardim e apontaria os quatro golos da equipa da casa. Foto: mediotejo.net.

GRUPO DESPORTIVO VITÓRIA DE SERNACHE 4 – ASSOCIAÇÃO RECREATIVA E CULTURAL DE OLEIROS 4
Campeonato de Portugal- Série E – 5ªjornada
Estádio Municipal Nuno Álvares Pereira – Cernache do Bonjardim
04-11-2020

Num final de manhã fria e com nuvens ameaçadoras o Estádio Nuno Álvares Pereira preparou-se para receber a partida da quinta jornada, suspensa por controversa decisão governamental, que estava agendada inicialmente para o pretérito fim de semana.

Estádio Municipal Nuno Álvares Pereira em Cernache do Bonjardim.

Com ambas as equipas a terem um bom arranque de campeonato, encostadas no topo da classificação, seria expectável que se viesse a assistir a uma boa partida.
O que se assistiu no Estádio, e os adeptos em casa, na televisão, através da emissão do Canal 11, foi um jogo “de loucos”, com muitos golos e alternância no marcador.

Um jogo “de loucos” com um “póker” de Jair Silva.

Com os ataques a serem superiores às defesas é fácil acontecerem erros que dão origem a golos. Com ambas as equipas balanceadas para o ataque, a quererem ganhar o jogo, a bola circulou a toda a largura e comprimento do retângulo de jogo num espetáculo raro de futebol de ataque.

Equipas jogaram ambas para ganhar.

O primeiro aviso saiu dos pés de Brian Miguel, do Oleiros, que na cara do guarda redes da casa rematou ao lado com muito perigo.

Depois de várias ameaças junto de ambas as balizas foi o momento de Jair Silva “abrir o livro”. No coração da área, à saída do guarda redes Pedro Palha, picou-lhe a bola por cima, abrindo o ativo com um golo de belo efeito quando eram decorridos 13 minutos de jogo.

Jogo de futebol com muito espetáculo e muitos golos. Foto: mediotejo.net

Os visitantes não se conformaram e tomaram as rédeas do jogo passando a assediar a baliza à guarda de Dário Caetano com maior frequência.
Aos 17 minutos os comandados de Fábio Pereira ganharam um livre em zona frontal, muito perto da área, cometido por Vareiro que viu o primeiro cartão amarelo da partida.

Pedro Graça assumiu a marcação do castigo e bateu junto ao poste direito de Dário que ainda tocou no esférico mas foi impotente para travar o remate muito bem colocado.

Pedro Graça (8) repôs a igualdade de livre direto.

Com tudo empatado de novo o jogo voltou a ganhar contornos de equilíbrio com alternância na posse da bola. Só que um “menino”, nascido no Brasil há 23 anos, contratado esta época ao União de Lamas, queria ficar na história do jogo.

Jair Silva, assistido na perfeição por Bruno Falcão, voltou a marcar aos 23 minutos, adiantando a equipa da casa de novo no marcador.

Nenhuma das equipas parecia dar mostras de abrandar e as cavalgadas junto de cada uma das áreas iam-se sucedendo. Era tempo para os guarda redes brilharem. Primeiro Pedro Palha desviou para canto um “venenoso” remate de Balla Sangaré aos 26 minutos.

Aos 28 e 30 minutos dois remates fortes e colocados do colombiano Duvan Guerra puseram à prova as qualidades do guarda redes do Vitória de Sernache, Dário Caetano.

À passagem do minuto 31 Vasco Gadelho foi à linha de fundo pela ala direita do seu ataque e com um centro remate “estranho” colocou a bola no poste mais distante obtendo um golo bonito que voltava a empatar a partida.

Vasco Gadelho (16) empatou de novo a contenda.

Três minutos volvidos a equipa do experiente Ricardo Nascimento voltava a provar o sabor adocicado do golo. Balla Sangaré voltou a apanhar o central francês do Oleiros, Tounkara, a “dormir no pedaço” e serviu Jair Silva para o seu “hat trick” na partida.

Os visitantes, sempre a lutar contra o resultado desfavorável, mais uma vez não se conformaram e voltaram à carga.

Balla Sangaré ganhou no confronto direto e serviu Jair Silva para o “hat trick”.

Já perto do descanso , aos 42 minutos, Graça cobrou um livre descaído para a esquerda do seu ataque. A bola, endossada para o centro da área, parecia um míssil a sair da cabeça de Marco Fernandes, não dando qualquer hipótese de defesa.

O intervalo chegou com um justíssimo empate no marcador e com nota alta para os técnicos pela ousadia tática e aos jogadores pelo bom desempenho. Foi uma primeira parte jogada a alta rotação.

Marco Fernandes marcou de cabeça pouco antes do descanso.

Era percetível que ninguém estava feliz com o resultado e no reatamento as coisas não foram muito diferentes: duas equipas a quererem ganhar o jogo e a fazerem por isso.
No recomeço e nos minutos que se seguiram, o sinal mais pareceu pertencer aos visitantes. Explorando as alas, especialmente a esquerda, os cruzamentos para a área sucederam-se obrigando a defensiva da equipa da casa a trabalhos redobrados.

Trabalho redobrado para a defesa da casa no recomeço.

Aos 53 minutos Elisson Santos atirou ao ferro superior da baliza de Dário e dois minutos depois Marcelo Moreira fez o 3-4 operando a “reviravolta” no marcador, colocando o Oleiros a vencer pela primeira vez no encontro.

Quem continuava endiabrado era Jair Silva que aos 58 minutos entrou na área com o esférico dominado e foi “entalado” entre o guarda redes Pedro Palha e Marco Fernandes.
O árbitro Paulo Ferras não teve dúvidas e apontou para a marca dos onze metros. Daí, Jair não vacilou e empatou a contenda obtendo o sempre apetecido “Póker”…

Da marca dos onze metros Jair Silva chegou ao quarto golo na partida.

Com o aproximar do final e com os técnicos a operarem alterações nos “onzes” o jogo perdeu fluídez e intensidade. O esforço dispendido tinha sido enorme.

Ainda assim, num último aceno de inconformismo, a equipa da casa viu o árbitro anular aquele que seria o golo da vitória por posição irregular, aos 85 minutos. Apesar dos protestos dos da casa manteve a decisão e o resultado final foi mesmo o empate a quatro golos que não deixou ninguém satisfeito.

Golo anulado à equipa da casa gerou protestos.

Foi um excelente jogo de Campeonato entre duas equipas do interior mas com muita qualidade nos plantéis. O Sernache ascendeu à primeira posição, partilhada com o vizinho Sertanense.

Jair foi o homem do jogo com um póker ao serviço do Vitória de Sernache. Foto: mediotejo.net

O Oleiros subiu, à condição, ao quinto posto que dificilmente manterá já que todos os clubes abaixo na tabela têm jogos em atraso. Um palavra de agrado para a equipa de arbitragem, chefiada por Paulo Ferras, da Associação de Futebol de Leiria. Sem ser consensual, pareceu estar bem nos lance de difícil análise. Imperou o “fair play”.

Boa arbitragem de Paulo Ferras e auxiliares.

Ficha do jogo

GRUPO DESPORTIVO VITÓRIA DE SERNACHE:
Dário, Vareiro, Gustavo Gandra (Hugo Abreu), Diogo Petiz, Davi Maciel, Luiz Grando (Ibraima Djaló), Ricardo Sousa, Ricardo Silva (Eduardo Souza), Jair Silva, Balla Sangaré e Bruno Falcão (Luccas Marques).
Suplentes não utilizados: Ricardo Antunes, Rodrigo Ferreira e Ayomide Akiode.
Treinador: Ricardo Nascimento.

Clube Desportivo Vitória de Sernache.

ASSOCIAÇÃO RECREATIVA E CULTURAL DE OLEIROS:
Pedro Palha, Marcelo Dias, Marco Fernandes, Tonkara Niougoussa, Elisson Santos, Pedro Graça, Duvan Guerra, Rúben Filipe (Rayan Hiba), Vasco Gadelho (Rafa González), Brian Miguel (Marcelo Moreira) e Ricardo Almeida.
Suplentes não utilizados: Caio Moreira, Facundo Otero, Ricardo Mango e Alef Silva.
Treinador: Fábio Pereira.

Associação Recreativa e Cultural de Oleiros.

GOLOS:
Jair Silva [4] (Sernache); Pedro Graça, Vasco Gadelho, Marco Fernandes e Marcelo Moreira (Oleiros).

EQUIPA DE ARBITRAGEM:
Paulo Ferras, José Mira e Bruno Vieira (AF Leiria)

Equipa de Arbitragem da AFLeiria, chefiada por Paulo Ferras, com os capitães.

No final ouvimos os técnicos das duas equipas:

Ricardo Nascimento, treinador do Sernache.

 

Fábio Pereira, treinador do Oleiros.

FOTOGALERIA:

*Com David Belém Pereira (multimédia).

Nasceu a 30 de Janeiro de 1961 em Lisboa e cresceu no Alentejo, em Santiago do Cacém. Dali partiu em 1980 para ingressar no Exército e no Curso de Enfermagem. Foi colocado em Santa Margarida e por aqui fez carreira acabando por fixar-se no Tramagal em 2000. A sua primeira ligação à Vila "metalúrgica" surge em 1988 como Enfermeiro do TSU. Munido da sua primeira câmera digital, em 2009 e com a passagem à situação de reserva, começou a registar a fauna do Vale do Tejo, a natureza e o património edificado da região, as ruas, as pessoas... Com colaborações regulares em jornais da região e nacionais este autodidata acaba por conseguir o reconhecimento público, materializado em alguns prémios. Foi galardoado na 8ª Gala de Cultura e Desporto de Tramagal na categoria de Artes Plásticas (Fotografia) em 2013.

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