ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA DE MAÇÃO 2 – SPORT ABRANTES E BENFICA 1
Campeonato Distrital da AFS – 1ªDivisão – 8ª jornada
Estádio Municipal Agostinho Pereira Carreira – Mação
07-11-2021
Seja pela proximidade geográfica, seja pelo conhecimento mútuo do valor das equipas, estes dérbis do norte do distrito de Santarém têm sempre bastos motivos de interesse.
Em ambos os emblemas existem jogadores que conhecem bem os cantos à casa dos adversários pois por lá já militaram.

À frente dos dois conjuntos estão jovens treinadores que fazem da ambição mais um argumento para vencer todos os jogos. Estavam reunidas todas as condições para que, no municipal maçaense, e com algum público nas bancadas, se pudesse assistir a um jogo emotivo de futebol.

Não desiludiu quem se deslocou ao Agostinho Pereira Carreira. Não sendo um dérbi superiormente jogado, teve a emoção dos grandes jogo com alternância no marcador, no ascendente territorial e posse de bola.
Entrou melhor a equipa dos encarnados, posicionada no terceiro posto à entrada para esta jornada, com 14 pontos. A equipa de Mação tinha metade dos pontos e ocupava uma humilde 12ª posição, longe do real valor desta equipa.

Os abrantinos pareciam ter o jogo sob controle, com maior posse de bola, mas os lances de perigo junto à baliza de Chico Sousa foram inexistentes nos momentos iniciais do encontro.
Em contra golpe o Mação ganhou um livre, descaído pela direita e Saúl colocou o esférico na área onde surgiu um companheiro a desviar. A bola passou perto dos ferros da baliza à guarda de Canais.
Sem que a equipa de Séninho materializasse em situações de perigo o seu melhor futebol, era o Mação que de forma cínica ia levando algum trabalho a Canais. Aos 13 minutos, João Freitas, já dentro da área, rematou fraco para defesa fácil do guarda redes das “águias”.

O primeiro sinal de perigo para a baliza da casa surgiu já depois do quarto de hora com Miguel Séninho a servir Damas que rematou perto do alvo.
Pouco depois, aos 17 minutos, foi a vez de João Reis assistir Séninho que rematou prensado num adversário e acabou a bola por chegar “morta” às luvas de Chico Sousa. Ainda se pediu mão do maçaense mas o árbitro Paulo Raposo, bem colocado, não viu motivo para assinalar qualquer infração.

À passagem dos 20 minutos João Marchão executou um centro remate que se encaminhou para a baliza, junto à trave. Valeu a atenção de Chico Sousa que defendeu com dificuldade para canto.
Estavam mais perigosos os abrantinos quando, aos 36 minutos, Hélio Ocante tentou a sua sorte. Muito desamparado, recebeu na área, tentou rodar, mas a defensiva visitante não lhe permitiu o remate.
Os comandados de Francisco Correia tentavam sacudir a pressão e João António tentou a meia distância rematando forte, mas muito desenquadrado com a baliza.

Caminhava o jogo para tempo de intervalo e Chico Sousa continuava a manter a inviolabilidade da sua baliza. Um canto para o Abrantes levou o esférico a rondar as malhas mas o guarda redes da casa, com uma “sapatada”, afastou o perigo.
Aos 40 minutos Francisco Pereira travou uma rápida transição dos donos da casa e foi o primeiro a ver a cartolina amarela na mão de Paulo Raposo. Com toda a gente a pensar no descanso, mesmo em cima dos 45 minutos, João Reis pela ala esquerda descobriu João Marchão do lado contrário, nas costas dos defensores de amarelo, e este com um remate cruzado bateu Chico Sousa levando os abrantinos a vencer em tempo de intervalo.

Perante um resultado que se afigurava justo, cabia agora ao Mação a tarefa de inverter a tendência expressa no marcador. E não foi preciso esperar muito…
No minuto inicial João António assistiu Miguel Luz que tentou a progressão na área sendo tocado por Rui Sousa. O árbitro da partida não teve dúvidas e assinalou a marca de penalti.
Miguel Luz, tranquilamente, bateu Canais, repondo a igualdade no Agostinho Pereira Carreira.

Aos 48 minutos Miguel Séninho carregou Chico Sousa e viu o cartão amarelo em lance impetuoso que deixou o guarda redes ligeiramente combalido. Reatada a partida, um cruzamento da direita do ataque dos maçaenses tinha como destinatário Hélio Ocante que chegou um pouco atrasado e não conseguiu a emenda.
Aos 52 minutos, numa altura em que os donos da casa pareciam estar melhor, Toni foi obrigado a aplicar-se para desviar um remate perigoso. A bola sobrou para João Freitas que rematou contra o corpo dum defensor abrantino.

Com cerca de uma hora de jogo, Miguel Luz caiu na área e pediu-se grande penalidade mas Paulo Raposo mandou jogar, não descortinando qualquer irregularidade.
O mesmo Miguel Luz, aos 63 minutos, acorreu a um centro bem medido, vindo da ala direita mas a cabeçada acabou nas luvas do guarda redes Canais.
Os maçaense ameaçavam marcar a qualquer momento. No entanto, aos 67 minutos, os encarnados ficaram bem perto do golo. Na sequência dum livre, o capitão Toni subiu à área contrária tentando desequilibrar e a cabeçada só não resultou em golo porque na baliza da casa estava um Chico Sousa a brilhar. No chão, em esforço, conseguiu o desvio para canto.

Na conversão do canto Séninho quase introduzia o esférico de forma direta. De novo o guarda redes resolveu. No minuto seguinte repetiu-se o “filme” do outro lado do campo. Um canto para os maçaenses, marcado superiormente, levou o perigo à baliza de Canais. A emenda não surgiu.
Com os donos da casa a ameaçarem, o golo da vitória acabaria mesmo por surgir aos 69 minutos. Hélio Ocante recebeu na área e no cara a cara com Canais enviou-lhe a bola por cima obtendo um golo de belo efeito. Estava consumada a cambalhota no marcador.

Este golo teve um efeito devastador na força anímica dos abrantinos. Com os maçaenses a quererem guardar a preciosa vantagem, as dificuldades dos pupilos de Paulo Seninho foram notórias. À dificuldade de progressão sucedia-se a ausência de lances de perigo.
Num final com algum dramatismo, um cruzamento de Marchão da direita deixou o recém entrado Bruno Miguel na cara do golo. Falhou por milímetros a emenda e a repartição de pontos. Já nos descontos Miguel Séninho ainda rematou cruzado mas fraco para defesa fácil de Chico Sousa. Foi o “canto do cisne”…
Pouco depois Paulo Raposo apitaria para o final do jogo, selando a vitória da equipa de Mação frente ao Abrantes e Benfica.

Foi um jogo emotivo como são todos os dérbis. Vitória justa dos maçaenses, sendo que um empate também se aceitava bem. Os abrantinos desceram um lugar na classificação enquanto os visitados ascenderam ao 10º posto. Arbitragem de qualidade de Paulo Raposo e auxiliares. Decidiu bem nos lances polémicos e não influenciou o resultado.
Na próxima jornada, os benfiquistas recebem o Samora Correia enquanto o Mação se desloca ao sempre difícil reduto do Amiense, atual terceiro classificado.

Ficha do Jogo:
ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA DE MAÇÃO:
Chico Sousa, Bruno Lemos, Saúl, Paulito, Luís Esteves, Hélio Ocante, Miguel Luz (Filipe Falua), João António, Bruno Araújo, João Freitas e Simão Moreno.
Suplentes não utilizados: Carlos Batista, Bernardo Bento, Leider Hurtado, André Loureiro e Tiago Pereira.
Treinador: Francisco Correia.

SPORT ABRANTES E BENFICA:
Canais, Miguel Catarino, Diogo Mateus, Toni, Miguel Seninho, Rui Sousa, Pedro Damas, João Marchão, João Reis (Bruno Miguel), Francisco Pereira (Elízio Menezes) e Pedro Miguel.
Suplentes não utilizados: João Rosa, Miguel Salgado, Pedro Lopes, Hugo Costa e Manuel Vítor.
Treinador: Miguel Seninho.

GOLOS: Miguel Luz [gp] e Hélio Ocante (Mação), João Marchão (Benfica de Abrantes)
EQUIPA DE ARBITRAGEM:
Paulo Raposo, Pedro Freire e Adelino Crespo.

No final fomos ouvir os responsáveis técnicos de ambas as equipas:
FRANCISCO CORREIA (Mação)

PAULO SÉNINHO (Abrantes)

*Com David Belém Pereira (multimédia).