GRUPO DESPORTIVO VITÓRIA DE SERNACHE 0 – CLUBE DE CONDEIXA ASSOCIAÇÃO CULTURAL E DESPORTIVA 1
Campeonato de Portugal – Série E – 20ªjornada
Estádio Municipal Nuno Álvares Pereira
Cernache do Bonjardim
14-03-2021
Foi com uma tarde soalheira, prenúncio de Primavera, num relvado em excelente estado que o Municipal de Cernache do Bonjardim se preparou para mais um embate do Campeonato de Portugal. A equipa da casa, o Vitória de Sernache, havia alcançado uma preciosa vitória por dois golos sem resposta a uma das boas equipas da série, o Marinhense, no pretérito domingo e pretendia continuar na senda das vitórias.

Apesar de não poder contar com a sua referência de ataque, Balla Sangaré, por castigo Ricardo Nascimento confiou essa tarefa ao nigeriano Akiode e tentou surpreender uma equipa do Condeixa, dirigida por Rui Amorim (ex-Fátima), a fazer um bom campeonato, candidatando-se a uma vaga na III Liga.

Cedo se percebeu que não ia ser tarefa fácil para o Sernache ultrapassar um adversário muito seguro a defender, com jogadores muito experientes com acelerações bruscas em movimentos de rotura a requererem muita atenção. A pressão dos conimbricenses na zona de construção da equipa da casa levou a muitos erros no passe e perdas constantes de bola.
Sem que as equipas tivessem criado perigo e já o angolano Rudy ficava pelo relvado a exigir cuidados de saúde. Acabou por ter de sair aos nove minutos, rendido pelo camaronês Samuel Njoh. Primeira contrariedade para Ricardo Nascimento com menos de uma dezena de minutos jogados…

Após um primeiro quarto de hora de algum equilíbrio, com as equipas receosas, em estudo mútuo, os visitantes começaram a dar sinal de maior conforto e subiram linhas provocando maior desequilíbrio ofensivo.
Aos 16 minutos Marco Meireles isolou Yago que, na cara do guarda redes Framelin, permitiu a valorosa intervenção deste. Arrojou-se aos pés do brasileiro, “matando” a iniciativa.
A resposta surgiu ao 20º minuto quando o lateral Vareiro isolou Akiode dentro da área. A bandeirola do auxiliar já havia subido inviabilizando a jogada.

No rápido contra golpe Framelin saiu da sua área, chocou com o ala esquerdo do Condeixa e ficou tocado. Rapidamente se recompôs na posse de todas as suas faculdades mantidas.
Isso mesmo veio a demonstrar logo aos 25 minutos quando o árbitro Hélder Carvalho puniu com pontapé da marca de penalti uma carga de Anderson a Marco Meireles dentro da área.
Da marca dos onze metros Leo rematou para o lado esquerdo de Framelin, que adivinhou e estirou-se, defendendo para canto. Na sequência do canto Yago cabeceou de forma “assassina”, não deixando hipóteses a ninguém, inaugurando o marcador.

A equipa da casa, a perder a partir dos 29 minutos, tinha de fazer algo para inverter a tendência do jogo. Passou a aparecer mais subida, principalmente pela ala direita, com Vareiro e Gustavo Gandra a centrar em busca dos homens mais adiantados.
Uma reposição lateral, já para lá da meia hora, executado por Vareiro para a área do Condeixa, criou muitas dificuldades à defensiva visitante que cedeu canto. Na conversão o guarda redes Vitor Nogueira socou, afastando o perigo.

Aos 33 minutos um livre ainda longe da área da equipa de Condeixa, permitiu o remate de Akiode que passou muito perto do alvo. Em cima do intervalo Gustavo Gandra, descaído pela esquerda, enquadrou-se e rematou forte levando o esférico a passar junto aos ferros da baliza de Vitor Nogueira.
Pouco depois o apito do árbitro escalabitano mandou toda a gente para o merecido descanso. O resultado ao intervalo aceitava-se já que os visitantes estiveram mais proactivos.

Ambos os técnicos aproveitaram a pausa para reverem as suas estratégias e lançaram “sangue novo” na partida. Uma alteração para cada lado indiciavam a vontade de fazer melhor no segundo tempo.
O jogo reiniciou-se em toada de parada e resposta sem que houvessem situações de verdadeiro perigo numa ou noutra baliza. Logo no primeiro minuto do complemento um canto para o Condeixa, batido para a zona do segundo poste, obrigou a atenção redobrada para a defensiva da casa.

Aos 50 minutos o capitão Luiz Grando subiu à área contrária para corresponder de cabeça a um pontapé de canto. O esférico sobrevoou a baliza e perdeu-se pela linha de fundo.
Minutos depois os visitantes beneficiaram dum livre em zona frontal, capaz de levar muito perigo à baliza de Ohoulo Framelin. Rui Rodrigues, chamado à conversão, rematou contra a densa barreira, ganhando um canto.
O jogo não apresentava grandes motivos de interesse mas em qualquer momento tudo pode mudar. À passagem da hora de jogo um remate colocado de Tiago Veiga, entrado ao intervalo, obrigou o guarda redes da casa a uma enorme defesa.

Apenas um minutos depois os visitantes dispuseram duma excelente ocasião para ampliar a vantagem. Um livre assinalado mesmo em cima da linha de área descaído pelo lado esquerdo do ataque do Condeixa foi batido contra a barreira sobrando para a cabeça de Yago. O marcador do único golo da partida desta vez não foi eficaz e permitiu a defesa de Ohoulo.
Voltou a jogar-se de forma repartida pelos dois lados do campo mas com baixa intensidade e eficácia nula. As defensivas iam chegando e sobrando para as iniciativas dos ataques.

Tentou-se de toda a maneira mas o marcador dificilmente iria sofrer mexidas, tal era a inoperância. Aos 72 minutos um enorme balão para a área não chegou a assustar o guarda redes Framelin.
Três minutos depois o mesmo Framelin agarrou com segurança um cruzamento largo e lançou o contra golpe, saindo a jogar com os pés. Os colegas não deram continuidade à iniciativa. Ainda assim o Sernache ganhou uma falta a meio campo. A bola, bombeada para a área, não causou embaraços ao guarda redes visitante.

Aos 80 minutos a equipa de Condeixa beneficiou dum livre mesmo a “queimar” a linha de área em zona frontal. A excelente oportunidade foi desperdiçada por Bernardo Lourenço que rematou contra a densa barreira e acabou nas luvas de Ohoulo Framelin.
Nos minutos que restavam e mais cinco de compensação a única nota de registo foi a amostragem do segundo cartão amarelo e consequente vermelho a Jair. Depois de Balla Sangaré o técnico Ricardo Nascimento irá ver-se privado de mais uma referência do seu ataque.

Quando o árbitro Helder Carvalho deu por encerradas as hostilidades uma enorme sensação de frustração invadiu as hoste do Sernache. Acabavam de perder uma excelente ocasião para subir na tabela.
A equipa de Rui Amorim, jogando “quanto baste” levou os três pontos num jogo que poderia ter dado empate.
Arbitragem sem problemas do jovem árbitro filiado na Associação de Futebol de Santarém.
Apesar da pressão de ambos os bancos, Hélder Carvalho, esteve sereno e assertivo. Nos lances difíceis não errou. Positivo.

Ficha do jogo:
GRUPO DESPORTIVO VITÓRIA DE SERNACHE:
Ohoulo Framelin, Vareiro, Gustavo Gandra, Luiz Grando, Davi Maciel, Anderson Pereira, Rudy (Samuel Njoh), Eduardo Souza (Ricardo Silva), Sani (Ibraima), Ayomide Akiode (Hugo Abreu) e Jair Silva.
Suplentes não utilizados: André Lima e Diogo Petiz.
Treinador: Ricardo Nascimento.

CLUBE DE CONDEIXA ASSOCIAÇÃO CULTURAL E DESPORTIVA:
Vitor Nogueira, Tiago Crachat, Mateus Lima, Bruno Beato, Rui Rodrigues, Tony Correia, Miguel Oliveira, Marco Meireles (Tiago Veiga), Leo Teixeira (Chukwuka), Yago Cariello (Gonçalo Chaves) e Anthony Novak (Bernardo Lourenço).
Suplentes não utilizados: Miguel Carvalho, Miguel Melo e Diogo Mancilla.
Treinador: Rui Amorim.

GOLO: Yago Cariello (Condeixa).
EQUIPA DE ARBITRAGEM:
Helder Carvalho, Rafael Escudeiro e João Fonseca (AF Santarém).

DISCIPLINA
Cartão Amarelo: Ohoulo Framelin, Vareiro, Luiz Grando, Eduardo Souza, Jair Silva (Sernache); Anthony Novak e Gonçalo Chaves (Condeixa).
Cartão Vermelho por acumulação: Jair Silva (Sernache).
No final fomos ouvir os técnicos de ambas as equipas:
RICARDO NASCIMENTO (Sernache)

RUI AMORIM (Condeixa)

*Com David Belém Pereira (multimédia).