Campeonato de Portugal/Série C/21ª jornada
Anadia 1 Fátima 0
Estádio Municipal de Anadia – 15:00 – 10 fevereiro 2019
Naquela que foi uma das melhores exibições da época em casa, o Anadia ficou a dever a si próprio outro resultado tantas foram as oportunidades de golo desperdiçadas na primeira parte. O Fátima, na última meia hora, subiu as linhas e causou alguns calafrios aos bairradinos, que acabaram o jogo com o credo na boca.
Depois de um primeiro quarto de hora marcado pelo equilíbrio, o Anadia aumentou o ritmo e a velocidade e teve dez minutos de grande fulgor.

Após um passe mal medido de Laranjeiro, Ruben Silvestre ganhou a bola, serviu Marcelo Santiago e este Leandro Vieira que, na cara de Fábio Ferreira, permitiu a defesa.
No minuto seguinte, numa transição rápida, Ruben Silvestre, do lado direito, centrou rasteiro e Tika, ao primeiro poste, tentou dar de calcanhar e a bola perdeu-se pela linha de fundo. A pressão dos Trevos era acentuada e Ruben Silvestre, sempre ele, voltou a cruzar e Tika atirou por cima da barra.

O Fátima, num sistema de três defesas (linha de cinco quando perdia a bola) e posicionamento em 3x1x4x2, conseguiu ter bola em zonas recuadas, mas daí para a frente foi praticamente uma nulidade, dando-se à pressão do adversário e, aos 29 minutos, sem surpresa, sofreu um golo.
Num lance de insistência no ataque, a bola foi ter aos pés de Rui Raínho que, com um cruzamento de trivela, serviu Ruben Silvestre. O médio ofensivo do Anadia, descaído do lado direito e já dentro da área, de primeira e sem deixar cair a bola, assinou um grande golo. Estava feita justiça pelo melhor futebol dos bairradinos e pelas ocasiões de golo criadas.

Até ao intervalo, o Fátima teve uma ténue reação e, no único remate à baliza na primeira parte, João Vítor, com um tiro de fora da área, obrigou Verdade a aplicar-se junto ao poste direito e desviar a bola para canto.
No primeiro quarto de hora da segunda parte, o Fátima não abdicou dos seus princípios e nem do seu sistema tático, e também não teve capacidade de reação.
O Anadia entrou com a corda toda, sobretudo Ruben Silvestre, que em mais um centro com conta, peso e medida, colocou a bola no coração da área, para Tika, sozinho, rematar por cima da barra. Grande perdida.

A entrada de Miguel Miguel, aos 60 minutos, mexeu com o jogo do Fátima. A equipa passou a pressionar mais alto, sobretudo o portador da bola, subiu as linhas e começou a acercar-se mais vezes da área do Anadia.
Aos 63 minutos, centro de João Vítor e Miguel Miguel cabeceou com perigo por cima da barra de Verdade. O guarda-redes do Anadia teve que aplicar-se aos 73 minutos a remate de Fred, sucedendo o mesmo quatro minutos depois, num pontapé de João Vítor.

O Anadia já não tinha a mesma intensidade, foi recuando no terreno (apenas Pedro Santos, após pontapé de canto, criou perigo), e os visitantes foram acreditando no empate, reclamando, já nos descontos, um pontapé de penalty, por possível mão de um jogador bairradino, mas o resultado não se alterou.
FICHA DE JOGO:
Estádio Municipal de Anadia
Árbitro: Hugo Pacheco (AF Porto), auxiliado por João Nogueira e José Martins.
ANADIA:
Verdade; João Nogueira, Pedro Santos, Kaká e Rui Raínho; Maurício, Ruben Silvestre, André Aranha e Leandro Vieira (Manuel Garruço, 44); Tika (Mino, 89) e Marcelo Santiago (Marcelo Dias, 71).
Treinador: Nuno Pedro
FÁTIMA:
Fábio Ferreira; Jefferson, Laranjeiro e Miguel Artur; Balú; Miguel Pereira, Miguel Neves, Lucas Abreu (Rui Rodrigues, 74) e João Vítor; Zé Miguel (Miguel Miguel, 60) e Tiago Calila (Fred, 68).
Treinador: André Luís
Ao intervalo: 1-0
Marcador: Ruben Silvestre (29).
Disciplina: cartão amarelo a Ruben Silvestre (62).
DECLARAÇÕES DOS TREINADORES:

NUNO PEDRO – ANADIA:
“Fizemos uma boa partida. Sabíamos que seria um jogo difícil, pois o Fátima tem uma boa equipa, de qualquer forma controlámos o jogo. Tivemos inúmeras oportunidades de golo para alcançar outro resultado, mas faltou eficácia e alguma displicência, acabando por terminar o jogo com o futebol direto do adversário, que é sempre difícil de anular. Dedico esta vitória aos meus jogadores e a todos os adeptos do Anadia e dizer que o primeiro e principal objetivo da época está conseguido, que era a manutenção. Agora é trabalhar e lutar para alcançar a melhor classificação possível.”

ANDRÉ LUÍS – FÁTIMA:
“Tivemos uma semana complicada com a saída de Nuno Kata e a minha entrada. Fomos uma equipa competitiva, mantive o modelo de jogo, não fiz grandes alterações, e o que fica deste jogo foi o grande espírito de missão dos meus jogadores e a excelente segunda parte que o Fátima fez, frente a um candidato assumido à subida de divisão. O Anadia foi mais eficaz, no futebol quem marca ganha, mas o empate não ficava mal face ao que a equipa fez no segundo tempo. Se mantivermos o que fizemos na segunda parte, o Fátima vai dar muitas alegrias aos seus adeptos e irão falar da nossa equipa.”
* Manuel Zappa/Jornal da Bairrada – em parceria com o jornal mediotejo.net