O BE voltou a questionar hoje o Governo sobre a perspetiva de saída de um médico da Frazoeira, Ferreira do Zêzere, tendo feito notar que “um atendimento ainda mais insuficiente do que o atual está a preocupar populações e autarquias locais”.
Tendo referido que a resposta recebida foi “insatisfatória”, na primeira questão enviada ao Governo, os deputados Carlos Matias e Moisés Ferreira, eleitos por Santarém, referem que “não só não houve resposta direta às perguntas colocadas”, como “a “resposta” recebida” no dia 14 de março “apenas vem confirmar as piores expectativas”.
Segundo os deputados, “na Frazoeira, agora, já só haverá médico 20 horas por semana. Os grupos de risco só dispõem de atendimento uma tarde por semana, em Ferreira do Zêzere, impondo-lhe uma longa deslocação, numa área em que quase não existem transportes públicos”, destacam.
Na resposta do Governo, pode ler-se que a unidade de saúde da Frazoeira tem atualmente 1532 utentes frequentadores sendo os cuidados médicos “assegurados por um médico especialista em Medicina Geral e Familiar em regime de prestação de serviços 20 horas por semana (…). Os utentes dos grupos de risco têm consulta assegurada na sede (UCSP de Ferreira do Zêzere) às quintas-feiras de tarde”.
Na mesma informação, é referido que “junto da UCSP de Ferreira do Zêzere funciona um atendimento complementar aos fins de semana e feriados, das 9h às 17h, de forma ininterrupta”.
Segundo os deputados do BE, “trata-se de uma regressão da oferta inadmissível e injusta, abandonando populações muito vulneráveis. Os residentes nestas zonas periféricas do concelho de Ferreira do Zêzere também têm direito a Cuidados de Saúde Primários acessíveis e prestados com uma rapidez razoável”, defendem.
Nesse sentido, o BE perguntou hoje ao Governo “que medidas está o governo a adotar para assegurar às populações servidas pelo polo da Frazoeira, da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Ferreira do Zêzere, uma capacidade de atendimento médico compatível com a dimensão do respetivo universo de utentes”, que o Governo referiu ser de 1523 utentes frequentadores, e “quando estarão executadas essas medidas”.