Festival Internacional do Carrilhão e do Órgão leva concertos a Abrantes e Constância. Foto: Ricardo Escada

Este sábado, dia 29, haverá dois espetáculos, o primeiro dos quais às 16h00, na Igreja Matriz de Constância, com um concerto de canto, flauta transversal e orgão. À noite, às 21h30, no anfiteatro dos rios, haverá música popular portuguesa num concerto da carrilhanista Ana Elias e do Grupo de Cantares da Casa do Povo de Montalvo.

O FICOC 2023 encerra no domingo, dia 30 de julho, com um programa muito vasto, e que começa às 8h30, em Montalvo, com o hino dos Vikings Lvsitanvs, seguido da partida do carrilhão Lvsitanvs em direção ao Tramagal, Santa Margarida da Coutada e Malpique.

Em Tramagal, às 9h45, haverá uma homenagem no cemitério da localidade ao presidente-fundador da CICO, Alberto Elias, ali sepultado, com um concerto da filha Ana Elias na carrilhão. Ainda de manhã, o Lvsitanvs vai estar no Parque Ambiental de Santa Margarida, a partir das 11h00, havendo um concerto às 11h30 com a carrilhanista americana Abby Pan denominado ‘Heavenly Bodies’.

À tarde, a festa da música faz-se na sede do Rancho Folclórico ‘Os Camponeses’ de Malpique, a partir das 17h00, havendo, às 17h30, espetáculo de folclore acompanhado pela carrilhanista Ana Elias no Lvsitanvs.

Na quinta-feira, 27 de julho, o maior e mais pesado carrilhão itinerante do mundo, o Carrilhão Lvsitanvs, composto por 63 sinos, esteve na Esplanada 1º de Maio, em Abrantes, para uma atuação com a carrilhanista americana Abby Pan, no âmbito do VII Festival Internacional do Carrilhão e do Órgão.

Carrilhão Lvsitanvs vai estar esta quarta-feira no Laro 1º de maio, em Abaantes. Foto: CMA

Na sexta-feira, dia 28, o FICOC teve uma aula pública de carrilhão em Montalvo, às 17h00, seguido de um concerto, às 21h00, do carrilhão Lysitanys em conjunto com a Banda Filarmónica Montalvense. Ambas as atividades decorreram no jardim Dr. Luís Soares, em Montalvo.

A família Elias (Alberto, Ana e Sara), fundadores da associação CICO, com sede em Constância, ao lado do LYSITANYS, o maior carrilhão itinerante do mundo. Foto arquvo: mediotejo.net

Um vasto programa musical está a ser apresentado ao público por carrilhanistas e organistas nacionais e estrangeiros, bem como por vários agrupamentos musicais locais, promovendo e valorizando, na região, a presença do maior carrilhão itinerante do mundo, o Carrilhão Lvsitanvs, e das relíquias culturais que são o Órgão Histórico da Igreja Matriz de Constância e os Órgãos Históricos da Igreja de S. Vicente de Abrantes.

Com este evento, pretende-se despertar a atenção dos entusiastas do carrilhão e do órgão para as peculiaridades da região do Médio Tejo e para a capacidade que esta possui de se afirmar como um local estratégico na valorização do carrilhão e do órgão no mundo.

Constância possui o maior carrilhão do mundo, o Carrilhão Lvsitanvs, relativamente ao qual se têm proferido excelentes opiniões tanto pela sua estética como pela sua conceção e sonoridade. Este instrumento, que faz as delícias de quem o ouve, vai despertando também expectativas e desejos de novas experiências na área das artes performativas.

Foi exemplo, durante o VII FICOC, o projeto Disco-Carillon (que decorreu em Constância a 22 julho), onde, com o uso de faixas sonoras pré-gravadas a acompanhar o som acústico do Carrilhão Lvsitanvs ao mesmo tempo que um narrador ia contando uma história, se apresentou um programa de músicas disco das décadas de 70 e 80.

Na Igreja Matriz de Constância, encontra-se uma relíquia de índole cultural, o Órgão Histórico de Constância. Instalado no coro alto da Igreja, data de 1827 e é da autoria do organeiro António Xavier Machado e Cerveira, uma das figuras cimeiras da organaria portuguesa. Este órgão tem merecido, da parte de quem o visita, bastantes elogios tanto pela sua qualidade sonora como arquitetónica e pela cuidada manutenção que o tem mantido musicalmente em condições de funcionamento.

A Igreja de S. Vicente de Abrantes possui outras duas relíquias da organaria portuguesa: o Grande Órgão do Evangelho da Capela-mor e um outro amovível – Positivo ou Órgão de Armário – no coro alto. O Grande Órgão data de 1790 e é também da autoria de António Xavier Machado e Cerveira. O Órgão Positivo ou Órgão de Armário foi construído no séc. XVIII por António Peres Fontanes.

Note-se que estes dois organeiros (António Xavier Machado e Cerveira e António Peres Fontanes) são os dois mais importantes organeiros do seu tempo em Portugal (os mesmos que construíram o conjunto dos seis órgãos da Basílica do Palácio de Mafra) e aqui tão bem representados na região do Médio Tejo por estes três instrumentos de qualidades ímpares.

Neste festival participam também, com as suas particularidades, as associações concelhias parceiras da CICO. A programação completa do VII FICOC pode ser consultada em http://cico.pt/actividades.

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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