Está de volta o Festival de Filosofia que este ano traz à cidade pensadores, académicos, investigadores, empresários e o cidadão comum para se debruçarem sobre o próprio conceito de cidade, a polis, “espaço de contradições que urge repensar para ser lugar de liberdade e das relações entre iguais”.
“Muitas cidades se afirmam hoje como boas para trabalhar, investir, estudar e viver, independentemente da ordem dos fatores. Efetivamente, a convergência entre capacidade de produção de riqueza, educação, lazer, criatividade, conhecimento, cultura e inovação, num mesmo ecossistema, é a chave da atratividade e da afirmação de uma cidade e do seu território como de referência, em contraposição com uma ideia de competitividade que faz cada vez menos sentido num mundo de redes de complementaridade e cooperação, em que cada um é capaz de encontrar o seu lugar, pela sua especificidade, especialização ou modo de fazer e de ser. Isso é a marca”, refere-se na introdução à edição de 2022 do Festival de Filosofia, marcando o compasso do debate, partilha e reflexão em torno da temática.

Organizado pelo Município de Abrantes, e contando com o Alto Patrocínio do Presidente da República, o festival decorrerá este ano no auditório da Biblioteca Municipal António Botto, arrancando no dia 17 com a intervenção do presidente da Câmara Municipal, seguindo-se a conferência inaugural pelo antropólogo Paulo Lima, coordenador científico da arte chocalheira, declarada como Património Cultural Imaterial pela UNESCO.
Serão três dias que permitirão a troca de impressões, entre diferentes pensares, diferentes áreas do conhecimento, reunindo oradores tão diversos, desde “pensadores, académicos, empresários locais, geógrafos, urbanistas, programadores culturais e investigadores nacionais”, com o intuito de “pensar e debater de forma aberta o direito à cidade nas suas diferentes e complexas dimensões, enquanto espaços integrados em redes com outros territórios, onde se cruzam o humano, o político, o económico, o social, o cultural, o urbano, o turístico, o educativo ou o ecológico”, refere a autarquia, em nota de imprensa.

Os diferentes painéis irão abordar temas como “cidades que gerem e geram poder; estratégias e ligação entre tradição e modernidade; cidades e futuro; marcas e signos de Abrantes; cidade, paisagem e território e transformar a cidade e o território”, além de estar reservado um painel que privilegia a voz dos jovens filósofos do concelho, alunos dos vários estabelecimentos de ensino abrantinos.
O programa inclui iniciativas complementares, nomeadamente Oficinas de Filosofia com Crianças, uma Feira do Livro dedicada à Filosofia e também um percurso sonoro pelas ruas do centro histórico da cidade, num formato construído pela Casa da Esquina, com textos do ator Ricardo Correia, juntamente com a banda sonora do multi-instrumentista Luís Pedro Madeira, elementos do Grupo de Teatro Palha de Abrantes e alunos do curso de Intérprete/Ator/Atriz da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes.
As conferências são de entrada livre.
O programa completo, assim como as notas biográficas dos oradores desta edição, pode ser consultado em http://bmab.cm-abrantes.pt/index.php/pt/655-festival-de-filosofia-de-abrantes
