O encontro realizou-se no Mercado Municipal (Foto: mediotejo.net)

A ausência do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não afetou a XXII Festa das Famílias que se realizou no domingo, dia 29, e que reuniu cerca de 2 mil pessoas no Mercado Municipal de Ferreira do Zêzere.

Apesar da insistência da organização, Marcelo não compareceu mas enviou uma mensagem que foi lida durante o encontro, subordinado ao tema «Famílias vizinhas e solidárias», no contexto da problemática dos incêndios do ano passado.

O chefe de Estado referiu-se ao “ano cheio de conquistas, a nível nacional e internacional, mas igualmente feito de desafios e tragédia”. No contacto que Marcelo teve com as populações em junho e em outubro diz que constatou “a força dessas populações, a sua capacidade de resistência face à adversidade, a sua capacidade de reinvenção e a sua solidariedade”.

Orgulhoso dessa “força”, o Presidente da República sublinhou na sua mensagem “o papel desempenhado pelas estruturas solidárias da Igreja, que mais uma vez olharam para aqueles que mais precisaram”.

O encontro que esgotou a capacidade do Mercado Municipal, começou da parte da manhã com a celebração de uma missa pelo Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, e com transmissão pela TVI e Rádio Renascença.

Já perto do final, o Bispo referiu-se à “belíssima festa” organizada pelo Secretariado diocesano da Pastoral Familiar e pela Unidade Pastoral de Ferreira do Zêzere, com o apoio da Câmara e de muitas outras entidades.

D. Virgílio Antunes deixou um apelo para que aquele fosse “um momento forte da pastoral familiar”. Reconheceu que têm feito “demasiado pouco” pelas famílias. “Temos muito mais a fazer, temos de dar um impulso decisivo à pastoral familiar”, apelou.

Na sua intervenção, o Presidente da Câmara, Jacinto Lopes, manifestou-se satisfeito pelo evento, deixando uma mensagem de solidariedade e um apelo ao sentido de responsabilidade de todos.

Num registo mais pessoal, “uma feliz coincidência”, o autarca revelou que completa 25 anos de casamento este ano, nota que foi aplaudida pelos presentes.

Ao longo da tarde atuaram as duas bandas filarmónicas do Concelho, grupos corais, grupos de cantares, ranchos folclóricos, acordeonistas e outros artistas.

A intercalar foram apresentados testemunhos de famílias atingidas pelos fogos dos concelhos de Pedrogão Grande, Oliveira do Hospital e Ferreira do Zêzere.

Um traço dominante nestas intervenções marcadas pela emoção foi o espírito solidário das populações e em que medida é que a tragédia dos fogos contribuiu para unir as pessoas. Foram dados exemplos de cidadãos anónimos que se juntaram aos moradores para apagarem os fogos e protegerem os seus bens.

Foram ainda apresentados testemunhos de vida consagrados no matrimónio (casal Flor e Manuel), na vida religiosa (Irmã Margarida Santana) e ao sacerdócio (João Castelhano).

Não se chegou a realizar a mesa redonda/comunicação sobre “Um olhar sobre o drama dos incêndios e uma palavra de esperança às famílias atingidas”.

José Gaio

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

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