O Padre Joaquim Ventura, antigo diretor do Colégio de São Miguel, em Fátima, Ourém, foi punido pelo bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, com a proibição de celebrar sacramentos ou sacramentais, durante um ano, em locais públicos ou privados “com participação de grupos de fiéis”. Não poderá ainda administrar bens eclesiásticos por três anos.
A informação está a ser divulgada pela página eletrónica da diocese de Leiria-Fátima. O Padre Ventura, como é conhecido, poderá no entanto celebrar “sacramentos ou sacramentais de familiares diretos”.
“A sentença, que resulta das conclusões da investigação conduzida por um “Colégio de Juízes” nomeado pelo Bispo para este caso, foi lida ao próprio na passada segunda-feira, no tribunal eclesiástico de Leiria. Na altura, o Bispo diocesano disse ao padre Ventura que, se ele manifestar sincero arrependimento pelos seus atos com que causou dano à instituição que liderava, a pena poderá ser oportunamente reduzida”, refere o mesmo texto.
Os atos em causa é um desvio de “bens avultados” do Colégio de São Miguel, instituição diocesana, para uma fundação privada de solidariedade social, a Fundação Arca da Aliança, que motivou uma queixa-crime. O Padre Ventura sempre alegou que entendia ambas as instituições como unas e trabalhando em parceria, mas estas são independentes, conforme denunciou a diocese em comunicado de imprensa.
O processo teve vários desenvolvimentos e alguma polémica envolvendo o atual diretor do colégio, que vem frisando os desvios de dinheiro apesar da contestação do clérigo, que lançou uma autobiografia em que expõe a sua defesa. As partes chegaram a acordo em Fevereiro de 2016, com a Fundação Arca da Aliança a indemnizar o Colégio em 1,2 milhões de euros por “danos patrimoniais e não patrimoniais”.