Fotografias: Jorge Santiago

(Fotografias: Jorge Santiago e José Neves; Vídeo: Mário Rui Fonseca)

O Trident Juncture 2015 – o maior exercício NATO desde 2002 – está a decorrer em Constância e Vila Nova da Barquinha, além de outras localidades portuguesas, até esta sexta-feira, 6 de novembro, culminado com a ação de “libertação e resgate de uma nação amiga da NATO” que estava sob ocupação de um país fictício, de natureza belicista e expansionista.

NATO3As semelhanças com a realidade internacional são evidentes, remetendo todo o exercício da NATO para o que se passa na Ucrânia, país que se debate com problemas desta natureza com a sua vizinha Rússia, e a quem a NATO quererá passar esta mensagem de prontidão para uma eventual intervenção.

Ao longo desta semana decorreu a fase do ataque e libertação da nação supostamente ocupada com a travessia do rio Tejo a partir de Constância e Vila Nova da Barquinha, com centenas de viaturas de combate e milhares de militares, para se alcançar o ponto que centraliza as operações de libertação, no lado do Arripiado, concelho da Chamusca, tendo sido instaladas duas pontes, em Almourol e em Tancos, uma portuguesa e uma outra alemã, com 20 viaturas flutuantes M3 de última geração para o efeito.

O capitão Pedro Coelho, Comandante da Companhia de Pontes portuguesa, disse ao mediotejo.net que, “na fase da ofensiva”, que termina sexta-feira, “existe um obstáculo natural (rio Tejo) que tem de se transpor, tendo as forças de manobra vários sítios de transposição, sendo que dois deles são assegurados pelas companhias de pontes portuguesas e alemã”.

Segundo observou o militar, “os equipamentos em causa são diferentes e têm capacidades diferentes”, tendo as viaturas anfíbias alemãs, as M3, de última geração, capacidade flutuante para criar pontes até 300 metros de comprimento. As portuguesas, mais antigas, têm capacidade de até 82 metros”.

IMG_7695“O Exército Português, nomeadamente a Engenharia Militar, dispõe da ponte ribbon, que se encontra ao serviço do Exército Português desde 1982. O sistema é diferente da ponte militar alemã, a M3, uma vez que os tramos flutuantes são manobrados por barcos de manobra. Na ponte M3 o próprio tramo flutuante é uma viatura”, explicou, tendo acrescentado que a capacidade máxima (em metros) de construção de pontes similares por parte da Engenharia portuguesa “é de 82m de ponte ou três trens de navegação classe 60”.

NATO3NATO5No caso da ligação de Almourol (em Vila Nova da Barquinha), ao Arripiado, no concelho da Chamusca, a ponte flutuante foi instalada pela companhia de pontes portuguesa, tendo a companhia alemã instalado, a jusante daquele ponto, 20 viaturas flutuantes M3 para criar uma ponte que permitisse aos militares e às viaturas de combate vencer os 230 metros que o rio ali mede, em comprimento.

NATO8

O Major João Pais, Oficial de Operações do Batalhão de Infantaria Mecanizado (BIMEC) disse que o exercício visa “intervir e repor as fronteiras no âmbito da invasão de um país fictício pertencente à Aliança (NATO), sendo que, para tal, é necessário fazer a travessia do Tejo com pontes flutuantes instaladas para o efeito”.

No âmbito deste exercício internacional, Portugal, como nação hospedeira, está a participar com cerca de 3 000 militares, entre os quais 940 pertencem à NRF16 (1 Fragata, 200 militares, 1 Batalhão de Infantaria Mecanizado, 600 militares, 6 Aeronaves F16, 140 militares) e cerca de 700 viaturas militares (táticas). Na totalidade, estima-se que em território português haja cerca de 10 500 militares (nacionais e estrangeiros) envolvidos no Trident Juncture 2015 (TRJE15).

Fotografias: Jorge Santiago

“Estamos muito bem (as forças militares portuguesas) perante as capacidades de outras unidades que connosco têm estado a trabalhar no âmbito deste exercício internacional”, disse ao mediotejo.net, por sua vez, o Tenente-Coronel Pedro Barreiro, tendo destacado a “capacidade de adaptação e a determinação na execução de tarefas” por parte dos militares portugueses.

“Estamos claramente ao nível do que melhor se faz em termos militares ao nível internacional”, destacou o Comandante do Batalhão de Infantaria Mecanizado (BIMEC).

 

TRIDENT JUNCTURE 015– O maior exercício da Aliança Atlântica (NATO) pós Guerra Fria

O exercício da NATO – TRIDENT JUNCTURE 2015 (TRJE15) – é um exercício de alta visibilidade, onde a Aliança quer demonstrar a sua capacidade de planeamento, geração, preparação, projeção e sustentação das forças e meios atribuídos, em qualquer região do globo, partindo das seguintes premissas:

  • Na cimeira de Gales da NATO, em 2014, as nações reafirmaram o compromisso no âmbito da defesa coletiva, de forma a garantir segurança a todos os aliados.
  • A Aliança definiu um nível de ambição que tem, como tarefas principais, a Defesa coletiva, Gestão de crises e Segurança Cooperativa.
  • O exercício TRJE15 é o maior exercício da história recente da NATO, pós Guerra Fria, e o evento de maior visibilidade realizado em 2015, envolvendo toda a estrutura de comando da Aliança e tendo em vista a manutenção de forças militares altamente preparadas e prontas para defender os Estados-membros de qualquer desafio à segurança.

Exercícios como o Trident Juncture 2015 permitem certificar que as forças militares dos Estados-membros da Aliança estão preparadas para operar conjuntamente, sempre que seja necessário.

  • O TRJE15 é organizado com o apoio de 3 nações hospedeiras: Itália, Espanha e Portugal, havendo ligação com outros exercícios que estão a ser conduzidos na Bélgica, Canadá, Alemanha, Holanda, Noruega e, no mar, no Oceano Atlântico e no Mar Mediterrâneo.
  • O exercício, dirigido pelo Supreme Allied Command Transformation (SACT), realiza-se desde 28 de setembro e prolonga-se até sexta-feira, 6 de novembro.

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *