Foguetão português “Baltazar” foi ao espaço em 2022 na competição disputada em Santa Margarida, Constância. Foto: DR

“Passarão aqui por Constância várias equipas, portuguesas também, de várias universidades europeias, num evento que é uma montra tecnológica daquilo que é uma atividade pré-industrial dos alunos que se preparam para ser os profissionais de amanhã no campo dos lançadores [de foguetões/rockets], disse hoje Ricardo Conde, presidente da Agência Espacial Portuguesa (AEP), em Constância.

A cerimónia de assinatura do protocolo entre a AEP e a Câmara de Constância prevê que o município acolha o evento de modo integral, de dois em dois anos, alternando com Ponte de Sor (Portalegre), cidade que acolhe o EuRoc desde a primeira edição, tendo o presidente da Agência Espacial Portuguesa, Ricardo Conde, enfatizado a importância de realizar o evento em territórios como Constância, colocando-os “no mapa europeu da competição de rockets e da promoção de atividades espaciais”.

O concelho de Constância será assim, este ano, o centro da competição, sendo o Campo Militar de Santa Margarida, uma vez mais, e desde 2021, o local escolhido para o lançamento dos foguetes (rockets) sendo que, pela primeira vez, o paddock (local onde se reúnem as equipas para a montagem e avaliações técnicas dos projetos) também ficará situado em Constância, no pavilhão desportivo municipal, tendo a AEP a expectativa de receber mais de 600 estudantes de universidades europeias.

 O protocolo de colaboração entre o município de Constância e a Agência Espacial Portuguesa foi assinado esta terça-feira. Foto: Ricardo Escada

ÁUDIO | RICARDO CONDE, AGÊNCIA ESPACIAL PORTUGUESA:

“Aqui, nos céus de Constância, serão visíveis em outubro os lançamentos de rockets, e isto é, também, aquilo que a AEP quer promover cá em Portugal, sendo já uma nação espacial, também na componente de acesso ao espaço”, afirmou Ricardo Conde.

O presidente da Agência afirmou ser “uma grande ambição portuguesa”, em particular através da AEP, “promover atividades de acesso ao espaço a partir de Portugal,” que “não será a partir do continente”, notou, mas “através do Porto Espacial dos Açores, em Santa Maria”, processo que indicou estar em andamento.

As diversas ações, tanto do EuRoc como do ‘Astronauta por Um Dia’ ou do Porto Espacial dos Açores, notou, “estão todas ligadas”, com as atividades a “promover” a academia, os estudantes, e a “colocar Portugal no roteiro daquilo que é um país moderno, empreendedor, e que também dá resposta aos anseios” dos (…) jovens”.

Ricardo Conde destacou o facto de, “no acesso ao ensino superior, os cursos ligados à aeronáutica e ao espaço” serem “aqueles que merecem maior atenção dos nossos estudantes”, o que, entende, “significa que [os jovens] estão atentos àquilo que o país está a fazer” na área.

Tendo destacado as “condições ao nível de segurança” que o Campo Militar de Santa Margarida proporciona para o lançamento dos foguetões, o responsável da AEP afirmou que o Euroc é “a maior competição da Europa no lançamento de rockets”, tendo passado de “seis equipas em 2020 para 18 em 2022”, e que “compete, em qualidade, com aquilo que se faz no Estados Unidos”, país com tradição na área e onde competem, anualmente e em média, 150 equipas.

O presidente da Câmara de Constância, Sérgio Oliveira, disse, por sua vez, que o convite efetuado pela AEP foi visto desde logo como uma “oportunidade” e um “grande desafio” para a “projeção do concelho, não só a nível nacional como internacional”, tendo em conta o “desenvolvimento sustentado e equilibrado” do território.

“O EuRoc, realizar-se no nosso concelho, tendo em conta o número de participantes e de países representados, é uma forma de fazermos publicidade no exterior e criar novas oportunidades de negócio ou de investimento”, afirmou, tendo destacado o facto de Constância poder “aliar as componentes civil e militar” para acolher o evento.

“É muito mais do que um simples lançamento de rockets, é algo que vai projetar o nosso concelho para fora das nossas fronteiras”, frisou o autarca.   

EuRoc vai levar a Constância centenas de estudantes universitários de 14 países europeus. Foto: Ricardo Escada

SÉRGIO OLIVEIRA, PRESIDENTE CM CONSTÂNCIA:

A competição, organizada pela Agência Espacial Portuguesa (AEP), recebeu um número recorde de 48 candidaturas de equipas universitárias europeias, para a quarta edição do EuRoc, tendo 22 sido selecionadas para participar num evento que vai contar com cerca de 600 estudantes universitários de países como Espanha, França, Itália, Alemanha, Suíça, Reino Unido ou Noruega.

Duas equipas nacionais foram selecionadas para a competição, contando este ano o EuRoc com a participação da equipa RED (Rocket Experiment Division), do Instituto Superior Técnico, que em 2022 conquistou um prémio na categoria motor sólido, 3 000 metros, e que vai apresentar o foguete ‘Camões’, e a equipa North Space, composta por estudantes do ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto), da Universidade de Aveiro e das Faculdade de Ciências e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, equipa que se estreia na competição com o projeto SPATI-I.

Nos dias 10 e 11 de outubro, as equipas instalam-se no paddock, preparando os seus projetos. Os lançamentos acontecem entre os dias 12 e 15 de outubro, estando o dia 16 reservado à cerimónia de encerramento e entrega de prémios.

EuRoc disputa-se este ano exclusivamente em Constância, com número recorde de 22 equipas Foto arquivo: David Belém Pereira e Jorge Santiago/mediotejo.net

O protocolo de colaboração hoje assinado prevê a cooperação entre as duas instituições no que concerne ao EuRoC. O município vai ceder à Agência, a cada dois anos, as instalações do Pavilhão Desportivo Municipal de Constância para a instalação do paddock. Naquele local, para além da preparação das equipas, também se realizará a cerimónia de atribuição dos prémios EuRoC.

Assim, a localização do paddock alternará, a cada ano, entre Constância e Ponte de Sor, que já acolhia este local nas edições passadas da competição, sendo o Campo Militar de Santa Margarida o local de lançamento dos foguetes, tal como já sucedia nas últimas edições.

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

Agência de Notícias de Portugal

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