Na semana em que Abrantes acolheu mais uma edição das suas festas anuais, e tendo festejado 101 anos de elevação a cidade, o mediotejo.net foi para a rua dar voz aos que quiseram ter algo a dizer sobre a cidade. O bom, o mau, o assim-assim… Aqueles que lá habitam durante uma vida inteira, aqueles que por lá passaram de visita em tempo de festejos, e ainda os que por lá residem enquanto escolha pessoal ou por virtude da vida apontaram o que significa Abrantes e o que esta tem de bom e onde pode/deve melhorar.
Comecemos por Senhorinha do Carmo e Margarida Roldão, duas senhoras já de certa idade, naturais de Abrantes, sendo que Margarida leva já um grande avanço de vivência na cidade. Ambas partilham do hábito rotineiro de passear pelo centro histórico logo de manhã, ir até ao café, aviar-se com o necessário, passear e pôr a conversa em dia. Margarida, apesar da já avançada idade, fez questão de dizer que – mesmo no início – adorou os concertos da festa da cidade, “a música era boa, gostei muito”. Já Senhorinha puxou por outros caminhos… “é a nossa terra” disse, reconhecendo que “a cidade é muito bonita mas está desabitada”.
Já Raul Bueno, aluno de 16 anos na Escola Secundária Dr. Solano de Abreu, reside em Vale da Horta, na União de freguesias de São Facundo e Vale das Mós, mas é natural de Goiás, no Brasil. Para o adolescente, “Abrantes é uma cidade muito bonita, com muita antiguidade, muito boa para turismo” e tem “muitos jovens e crianças sedentos para aprender e fazer coisas novas”. No entanto, para o jovem estudante faltam atrações e mais entretenimento para oferecer à faixa etária jovem, “falta alegria”, notando uma população “muito idosa”, e referindo que “está tudo muito cinzento, muito estátua e velho”.
Para Raul os jovens precisam dessa “alegria e vivacidade” para serem bem-sucedidos e poderem ajudar a sua cidade, nomeadamente atraindo públicos jovens na área do turismo, com eventos e festas.
Algures pelo ambiente noturno das festas da cidade, o mediotejo.net encontrou a dupla Dora Francisco, de 36 anos e residente em Lisboa, e Carolina Marques, de 28 anos, natural de Vila Franca de Xira e desde os 5 anos no Concelho.
Dora contou ao mediotejo.net que aproveitou a vinda a Abrantes para visitar alguns pontos da cidade e da região, nomeadamente a praia fluvial de Aldeia do Mato, o Museu das Aldeias e a Praia Fluvial do Bostelim, em Vila de Rei.
Vagueando ainda pelas ruas da cidade de Abrantes, apreciou o artesanato de rua bem como a gastronomia regional, tendo ainda visitado o ex-libris da urbe, o Castelo Fortaleza, desde o jardim ao museu. Nas festas da cidade, teve ainda tempo para apreciar os vários concertos.
“A cidade é simpática e agradável. A parte histórica é bonita e interessante, tem uma vista fantástica em toda a sua envolvência”, assumiu, reconhecendo que a experiência menos positiva do dia foi o tempo de espera para poder jantar no dia da atuação do Pedro Abrunhosa e da Aurea”.
Mas no geral, a opinião desta edição das festas foi positiva. “Gostei do circuito dos vários concertos distribuídos pelas praças, assim como no Castelo (que vista!)”, terminou.
Já Carolina disse não ter tido oportunidade de ver os concertos, “apenas fui jantar e fui vendo o centro”, e gostou bastante “do movimento associativo, do centro cheio de gente, das cores”.
“Não gostei da falta de civismo das pessoas que estacionam nos lugares para pessoas com deficiência nem das brigas alcoolizadas ao final da noite que causam estragos”, finalizou.
Pelas ruas do centro encontrámos também o animador Luís Fraga, de 26 anos e de Abrançalha de Cima.
“Vi ruas sombreadas, fogo de artifício, comércio local, música nas ruas e Abrantes cheia de visitantes”, enumerou.
Já quanto ao que mais gostou disse ter gostado “especialmente da dinâmica de circulação pela cidade. Com a existência de vários palcos, propicia-se maior circulação pelas ruas do centro histórico”.
“O que menos gostei foi da dificuldade de estacionamento e acesso ao centro histórico. Para além disso a ausência de sinalética nas ruas dificulta para quem é de fora, saber onde ficam os palcos”, fez notar.
Ainda assim, a opinião geral, é positiva, destacando “a constante aposta nos valores locais (nas diversas vertentes), mas o ponto de maior destaque “é sem dúvida a dinâmica das festas que permite que ao longo da noite seja possível encontrar diferentes pessoas”.
Por fim, em conversa com Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM Abrantes, durante o momento de entrevista que acompanhou o dia-a-dia da autarca, a própria foi convidada a definir sinteticamente a cidade cuja gestão lhe está nas mãos de há 8 anos para cá. Maria do Céu Albuquerque não pestanejou e exclamou, dizendo “É a minha cidade! O meu berço. É o local onde eu sou feliz”.
E para si, caro leitor? Abrantes para si é…?