O professor e escritor abrantino José Martinho Serras Gaspar, com o conto inédito “Raios os partam”, foi o grande vencedor da 6.ª edição do Prémio Literário Irene Lisboa 2016, organizado pelo Município de Arruda dos Vinhos

A modalidade a concurso era a Prosa (conto) e o valor do prémio 500 euros, cheque que o escritor de Abrantes arrecadou em conjunto com uma menção honrosa para outro conto inédito “Cárcere”, o segundo que apresentou a concurso. José Catarino, do Entroncamento, também ganhou uma menção honrosa.

Em declarações ao mediotejo.net, José Martinho Gaspar disse que se inspirou na vida da sua aldeia (Água das Casas), de final dos anos 70, início dos anos 80, quando por lá chegou a eletricidade: “as reações dos velhos, dos menos velhos e dos novos, numa vida que nunca mais foi a mesma. Era habitual usar-se a expressão “raios te parta”, que podia ter vários sentidos, inclusive mostrar uma certa estupefação perante o que era novo. E é isto… também um pouco autobiográfico”, relatou.

Segundo observou, os prémios significam “algum reconhecimento”,tendo, no entanto, feito notar que “continua a haver um certo amargo de boca quando 12 contos premiados depois de participar em 12 concursos literários (promovidos por câmaras, INATEL, Casino de Lisboa, Sindicato de Professores, etc.) não consigo publicar numa editora com alguma projeção, capaz de fazer uma divulgação eficaz do que escrevo”.

“Ao mesmo tempo, vemos serem colocados cá fora livros que são lixo, em que o que interessa é o nome do autor”, criticou.

Prémio Literário Irene Lisboa 2016

VENCEDOR

“Raios os partam” – José Martinho Serras Gaspar – Abrantes

 

MENÇÕES HONROSAS                                                

“Cárcere” – José Martinho Serras Gaspar – Abrantes

“Tino, o perneta” – José Cipriano Catarino – Entroncamento

“Folha” – João Paulo Passareiro Coelho – Évora

“O silêncio no ovo” – Susana Vieira – Alverca do Ribatejo

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

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