Quarteto Afonso Faria no Centro Cultural do Entroncamento. Foto: mediotejo.net

Na música utiliza-se o termo “originais”, mas o público presente no encerramento do “Jazz ao Centro” esta sexta-feira, dia 1, saiu do Centro Cultural do Entroncamento com a sensação de ter ouvido “peças de autor” assinadas pelo Quarteto Afonso Faria. Um concerto em que o ambiente intimista fez esquecer o frio da rua e as equipas de futebol do clássico empatado a zero não foram as únicas a conquistar pontos. Quem aprecia jazz também ganhou.

A plateia esteve longe de encher, apesar do início do espetáculo ter sido adiado uma hora, e os primeiros “resistentes” chegaram pouco depois do apito final do FC Porto – SL Benfica. Lugar escolhido, ambiente a meia-luz e começou o encontro entre os músicos e os instrumentos em palco. Afonso Faria com a guitarra, Francisco Andrade com o saxofone, André Ferreira com o contrabaixo e Diogo Alexandre com a bateria.

Afonso Faria e Diogo Alexandre. Fotos: mediotejo.net

O tempo começou a contar com “Clepsidra”, o antigo relógio de água, chegou a sentir “Inquietude” e foi-se alongando, tema após tema, até atingir a “Falésia” quando o ponteiro dos minutos nos aparelhos analógicos já se preparava para a primeira volta de sábado. No final, ficaram registados no tempo os sons marcados peloo improviso e a contemporaneidade deste projeto musical.

Uma proposta diferente das anteriores na edição de 2017, cuja programação arrancou a 10 de novembro com os temas clássicos do jazz norte-americano e originais da banda “1 Par de 3 Trio” no Centro Cultural. Seguiram-se o Dixieland e os blues dos “South River Jazz Band” no Mercado Municipal durante as comemorações do Dia do Concelho, no passado dia 24.

Francisco Andrade e André Ferreira. Fotos: mediotejo.net

O “Jazz ao Centro” surgiu em 2016 e o Centro Cultural recebeu as primeiras noites jazzísticas da iniciativa com os concertos do Quinteto “Not So Standard”, a 28 de outubro, do Quarteto Jorge Esperança, a 11 de novembro, e do grupo “Musicando a Quatro” no dia 25 desse mês. Uma vez encerrado o segundo ciclo aguardam-se novidades para 2018.

O mediotejo.net transmitiu em direto o tema “Inquietude”

Sónia Leitão

Nasceu em Vila Nova da Barquinha, fez os primeiros trabalhos jornalísticos antes de poder votar e nunca perdeu o gosto de escrever sobre a atualidade. Regressou ao Médio Tejo após uma década de vida em Lisboa. Gosta de ler, de conversas estimulantes (daquelas que duram noite dentro), de saborear paisagens e silêncios e do sorriso da filha quando acorda. Não gosta de palavras ocas, saltos altos e atestados de burrice.

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