O Entroncamento assinala esta terça-feira, dia 24 de novembro, os 75 anos de elevação a concelho. Este ano, devido às restrições impostas pela pandemia que o país atravessa, as celebrações foram canceladas e contaram apenas com o momento simbólico do hastear da bandeira nos Paços do Concelho. No dia em que o Entroncamento comemora o seu Feriado Municipal, fazemos um retrato geral do concelho através dos números.
O retrato do município do Entroncamento é realizado no âmbito do seu aniversário, numa iniciativa levada a cabo pelo PORDATA – projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos – que ao longo deste ano, através dos dados estatísticos (recolhidos junto de mais de 20 fontes oficiais), dá a conhecer a realidade dos municípios, assinalando desta forma os respetivos feriados municipais. Através de indicadores-chave, é possível analisar e comparar a evolução do concelho em quase uma década (sensivelmente entre 2010 e 2018), em diferentes temas como a educação, a saúde, a cultura e a economia.
No caso do Entroncamento, entre 2010 e 2018/2019, os destaques vão para o crescimento da população, nomeadamente estrangeira, a diminuição de inscritos no centro de emprego, e o saldo positivo nas contas da Câmara Municipal.
POPULAÇÃO
Com 21.386 habitantes em 2019, a cidade do Entroncamento tem vindo, em termos demográficos, a aumentar a sua população residente na última década. A densidade populacional (número médio de indivíduos por km2) passou de 1.467,6 em 2010 para 1.538,6 em 2018, um aumento que se verificou também relativamente à média nacional, que diminuiu no mesmo período.
“O Entroncamento tem vindo a aumentar a população, e muita dessa população vem de outros países”, disse o presidente da Câmara Municipal em outubro deste ano. De facto, os dados do PORDATA mostram que em 2019, 2,7% da população no Entroncamento era estrangeira. Significa isto que na cidade, por cada 100 habitantes, três são estrangeiros. Esta tendência tem vindo a verificar-se na última década, com a população estrangeira com o estatuto legal de residente a aumentar (de 503 em 2010 para 513 em 2018).
Atualmente, existem no concelho cerca de 600 imigrantes de 43 nacionalidades, a maioria brasileiros, cabo-verdianos e ucranianos, tendo recentemente sido inaugurado nas instalações do Centro Empresarial, em frente ao Jardim da Aranha, o Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes do Entroncamento (CLAIM).
Ainda no que toca à população, sabia que, em 2019, por cada 100 residentes, há 14 jovens (com menos de 15 anos), 66 adultos e 19 idosos (65 ou mais anos)? Sim, e existiam, em 2019, 134 idosos por cada 100 jovens no concelho. Não obstante o índice de envelhecimento estar a aumentar, estes dados estão abaixo da média nacional. Ao contrário daquilo que acontece com o número de idosos, no caso dos jovens (com menos de 15 anos), a tendência na última década foi de decaída: em 2018 representavam 14,6% da população contra os 16,6% em 2010.
Em termos gerais, o saldo natural do concelho (diferença entre número de nascimento e número de óbitos) é negativo à data de 2019 (passando para -20, contrastando com o valor positivo de 35 em 2010). No entanto, é de referir que dos 159 nascimentos registados em 2018, houve um aumento para 187 em 2019. Também o número de óbitos aumentou, de 179 em 2018 para 187 em 2019 (valor igual ao de nascimentos no mesmo ano, segundo os dados divulgados pelo PORDATA).
Já uma tendência mais animadora verifica-se no indicador da taxa de mortalidade infantil, isto é, referente ao número de óbitos de crianças com menos de um ano por cada 1000 nascimentos. De uma taxa de 5,1% em 2010 evoluiu-se para um valor de 0% em 2018, contrariando a média nacional que no mesmo período de tempo tendeu a aumentar.
O que não aumentou na última década foi o número de casamentos, nem o de divórcios. De 91 para 33 casamentos entre 2010 e 2018 e de 76 divórcios em 2010 para 48 em 2018 (este último número ainda provisório).
SEGURANÇA
No que toca à segurança, avança o PORDATA que houve um diminuição dos crimes registados pelas polícias por mil habitantes: de uma média de 25 para 22,5 entre 2010 e 2018, respetivamente. Valores abaixo da média nacional, que em 2018 se encontrava nos 32.
EMPREGO E SALÁRIOS
No concelho do Entroncamento, um dos indicadores que se mantém praticamente inalterado na última década é o da população ativa, ou seja, pessoas incluídas na idade de exercer uma atividade económica. Nessa idade estava, em 2018, 66,4% da população (o que representa uma redução de 0,01% comparativamente a 2010).
Na Administração Local Pública verifica-se um aumento do número de trabalhadores na última década, de 299 para 317 trabalhadores entre 2010 e 2018, respetivamente.
Por falar em emprego, os últimos dados de 2019 mostram que existiam menos pessoas inscritas no centro de emprego do que em 2010: 432 desempregados inscritos em 2019 (valor representante de 3% da população residente entre os 15 e os 64 anos), face aos 722 em 2010. Uma redução de 40% no número de inscritos. Se analisarmos os desempregados inscritos em percentagem da população residente, vê-se que a percentagem desceu de 5% em 2010 para 3% em 2018.
No concelho, em 2018 havia 453 beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), valor que diminuiu relativamente a 2010 (519 beneficiários). Por outro lado, por cada 100 residentes com 15 ou mais anos há 36 pensões atribuídas pela Segurança Social e pela Caixa Geral de Aposentações (dados de 2019).
No que respeita aos salários, o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem era de 1131€, segundo os dados do PORDATA de 2018. Valor que está 36€ abaixo do ganho médio a nível nacional, situado nos 1167€.

ECONOMIA E EMPRESAS
Falemos agora de investimento. Em termos de empresas não financeiras no concelho, a presença das mesmas no concelho diminuiu de 2010 para 2018, de 1870 para 1827 respetivamente. Quanto ao volume de negócios das quatro maiores empresas do município, em percentagem, era de 40% em 2018 (redução de 3% face a 2010). De referir ainda que há apenas 18 dos 308 municípios portugueses onde a percentagem de trabalhadores de empresas não financeiras que estão nas 4 maiores empresas é superior à do município do Entroncamento (27%).
CÂMARA MUNICIPAL
Os dados relativos à Câmara Municipal mostram um saldo financeiro positivo em 2018 de 309 mil euros (receitas na ordem dos 14.1 milhões de euros e despesas na ordem dos 13.8 milhões).
Das despesas, 16% foram afetas à cultura e ao desporto, revelam os dados do PORDATA (2018), valor superior ao de 2010 em que estas duas áreas representaram 10% das despesas. De referir ainda que as despesas do município com o ambiente rondam os 5%, valor que se encontra três pontos percentuais abaixo do valor registado a nível nacional em 2018 (8%).
Pode consultar a informação relativa ao concelho do Entroncamento AQUI.
