Moradores da Rua Forno do Grilo na reunião camarária desta segunda-feira. Foto: mediotejo.net

O início da reunião do executivo camarário de segunda-feira, dia 3 de junho, ficou marcado pela intervenção de um grupo de moradores da Rua Forno do Grilo, no Entroncamento. Vários residentes apresentaram queixas sobre as obras que decorrem no local há três meses e que dizem ser “um flagelo” diário devido ao pó constante gerado pela passagem dos carros.

Anabela dos Santos foi a primeira a apresentar a situação ao presidente da autarquia, Jorge Faria, e aos vereadores, sublinhando que a saúde dos moradores, sobretudo os mais idosos, está a ser colocada em risco. Um “flagelo” diário, acrescentou, que será “difícil de tolerar por muito mais tempo” e ao qual acresce a falta de lombas na estrada.

Ana Brás falou de seguida, descrevendo como a situação afeta a sua vida e a dos seus pais e pedindo que o município tome medidas rapidamente. Pedido reiterado por outro morador, António dos Santos, que também pediu a Jorge Faria para parar no local “durante cinco minutos” e ter noção do problema pois a água colocada nas faixas sem pavimento não o resolve.

Obras na Rua Forno do Grilo. Foto: mediotejo.net

Jorge Faria respondeu, dizendo que compreendia a preocupação, mas que a obra em questão “não pode ser feita sem incómodos”. O autarca esclareceu que a pavimentação vai ser por fases, começando na Avenida das Forças Armadas no dia 11 de junho, e que o setor do Casal do Grilo será o último, ainda este mês ou no início de julho.

O presidente pediu compreensão, destacando que se trata de uma obra com duração global prevista de quase dois anos e que será importante “para os nossos filhos e para os nossos netos”. Quanto às lombas, referiu que a sua colocação está prevista, mas que ainda estão a ser avaliadas diversas hipóteses. Uma delas é a colocação de uma lomba no início e outra no final da rua.

As obras na Rua Casal do Grilo integram a empreitada de “Construção do Sistema de Abastecimento e Completamento do Sistema de Águas Residuais do Entroncamento”, da qual o município não é parte integrante. O contrato foi assinado em julho do ano passado no Salão Nobre dos Paços do Concelho na presença de José Sardinha, presidente da Águas do Vale do Tejo, e Mário Correia, presidente da ECOEDIFICA – Ambiente e Construções S.A.

Jorge Faria, Barnabé Pisco, José Sardinha e Mário Correia na assinatura do contrato entre a Águas do Vale do Tejo e a ECOEDIFICA. Foto: mediotejo.net

O investimento na ordem dos 1,9 milhões de euros contempla a construção de um novo reservatório elevado com 21,5 metros de altura e 600 m3 de capacidade na Quinta da Capela. A sua ligação ao do Casal do Grilo é assegurada por uma conduta adutora com cerca de 4.800 metros de comprimento que atravessa o Adutor da EPAL (Castelo de Bode), a A23, a Ribeira de Santa Catarina e as linhas ferroviárias do Norte e da Beira Baixa.

Está, igualmente, incluída a reabilitação dos Furos AC5 e AC6, com ligações à nova conduta adutora. No sistema de saneamento, é construído um novo coletor de águas residuais com cerca de 470 metros de comprimento que engloba a execução de caixas de visita e a travessia da Ribeira de Santa Catarina.

A antiga ETAR e a sua Estação Elevatória inicial, assim como a ETAR da Zona Industrial e Logística de Riachos e do Entroncamento, serão desativadas e substituídas pela ETAR inaugurada em 2017.

Sónia Leitão

Nasceu em Vila Nova da Barquinha, fez os primeiros trabalhos jornalísticos antes de poder votar e nunca perdeu o gosto de escrever sobre a atualidade. Regressou ao Médio Tejo após uma década de vida em Lisboa. Gosta de ler, de conversas estimulantes (daquelas que duram noite dentro), de saborear paisagens e silêncios e do sorriso da filha quando acorda. Não gosta de palavras ocas, saltos altos e atestados de burrice.

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