O Centro Cultural do Entroncamento encheu para conhecer o mais recente livro de Manuela Poitout, filha da terra. Uma obra que “abrangendo não só a história da localidade, a sua formação e desenvolvimento, mas também a do território do concelho, anterior à formação do Entroncamento, até onde foi possível chegar documentalmente”.
Esta obra é extensa com 700 páginas e conta a história do Entroncamento até abril de 1974. O livro, paginado por Joana Geraldes, é muito ilustrativo e conta com um extenso número de “fotografias da época” e documentos históricos. A capa é uma carta militar de Filipe Folque, de 1866, e um postal de 1830.

Manuela Poitout, licenciada em Filologia Românica, foi professora de Português e Francês da Escola Dr. Ruy d’Andrade até 2000 e é investigadora de temas da história local e regional.
A autora da obra referiu que “esta não seria possível sem o esforço da Câmara Municipal”, mas Jorge Faria, presidente da autarquia, contrapôs: “mas eu digo que esta obra não seria possível sem a professora Manuela Poitout e também sem estes membros da mesa que auxiliaram, completaram e colaboraram nesta obra”, que classificou “de grande importância”.
“É um repositório, um registo da nossa memória coletiva. Este livro é uma forma de quando quisermos consultar alguma coisa do nosso passado, o que aconteceu quando eu nasci, quando eu casei, quando eu tive um filho”, salientou o autarca.
Para além de narrar factos históricos da cidade, Manuela Poitout não se limita apenas a descrevê-lo, mas sim também a enquadrá-los, num âmbito regional, nacional e também internacional. Ao longo da apresentação, muitas foram as vezes que foram abordados os territórios confinantes como Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha, entre outros.

Jorge Faria descreveu a autora da Cronologia do Entroncamento como “uma cidadã empenhada e que mais gosta, vivencia e celebra a nossa cidade, e a nossa origem ferroviária. Ouvi-la falar da história da nossa cidade emociona-me”, questionando quem seria o próximo sucessor narrativo da história do Entroncamento.
“Não é fácil quando existe alguém com esta dimensão de historiadora, de conhecimento, de capacidade de contextualizar os acontecimento e narrá-los como a Dr. Manuela consegue narrar. Com a sua persistência na recolha de informação nas mais variadas fontes, não é fácil que apareça alguém focado na nossa cidade, na nossa história, na nossa memória coletiva que consiga substituí-la”, sublinhou o autarca.
Emocionada, Manuela Poitout falou sobre todo o processo, desde a investigação, à escrita e à finalização, relembrando a importância do trabalho e do apoio de Joana Geraldes, Luís Miguel Preto Batista, Manuel Fernandes Vicente e Carlos Ferreira, ao longo deste período. Sendo este um trabalho “de esforço, sem esforço nenhum”, realçou a autora.
Com apresentação de Luís Miguel Preto Batista, Manuel Fernandes Vicente e Carlos Ferreira, que explicaram cada um, um período temporal do livro, o evento contou ainda com dois momentos musicais, com canções de Abril, por Francisco Fanhais, natural de Praia do Ribatejo e amigo de Manuela Poitout.
O livro tem o custo de 25 euros e será distribuídos nas bibliotecas do concelho e dos municípios da região para que todos possam ter acesso ao mesmo. As associações concelhias também vão receber exemplares de um livro que narra a história da cidade em jeito de romance.