O dia 23 de dezembro de 2020 é uma data que fica para história do concelho do Entroncamento como o início da construção de uma estrutura que promete alavancar o desenvolvimento e atratividade da cidade e da região do Médio Tejo.
Foi oficialmente lançada a primeira pedra da empreitada do novo Parque Empresarial do Entroncamento, numa cerimónia que contou com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que destacou as “características únicas” de um território que “é um fenómeno” em atrair pessoas e empresas.
“Este projeto até ser aprovado foi duro como esta pedra, portanto é com alegria que hoje aqui estamos”, afirmou a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, na cerimónia do lançamento da primeira pedra do futuro Parque Empresarial do Entroncamento.
Numa cerimónia marcada pela troca de palavras de reconhecimento entre o presidente da autarquia, Jorge Faria, e a representante do Governo, a ministra realçou a “liderança, determinação e estratégia” do Município aliada à “posição geográfica única” e à disponibilidade de infraestruturas presente no território que constituem “características únicas” de atração “quer de investimento quer de pessoas”.
Localizado no Casal Vidigal, na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, o futuro Parque Empresarial do Entroncamento tem uma área de cerca de 20 hectares, cerca de 150 mil metros quadrados de área útil (num total de 191 mil metros quadrados) e vai abranger 14 lotes entre os 6.000 m² e 13.500 m² – 13 para atividades económicas e um para serviços de apoio a diferentes dimensões.

Representando um investimento de 1.675.446,36€ co-financiado em cerca de 85% por fundos comunitários (através de uma candidatura aprovada ao CENTRO 2020 – Programa Operacional Regional do Centro), a previsão é a de que a execução física da empreitada de construção do Parque Empresarial ocorra em 10 meses, com conclusão prevista para julho de 2021.
Um projeto que conta com financiamento de fundos comunitários mas cuja concretização está, nas palavras da ministra Ana Abrunhosa, na audácia do executivo entroncamentense em além de captar, executar”.
“Queria felicitar o senhor presidente porque, além de todas as preocupações que tem de melhorar a qualidade de vida, a sua preocupação é em também tornar o seu território mais atrativo para as empresas, porque sabemos que, de forma sustentável, não há desenvolvimento sem que tenhamos empresas, empresários, associações empresariais que criem emprego qualificado, que valorizem os nossos recursos (…), que também atraiam outros investidores”, acrescentou a ministra, referindo a capacidade deste território em atrair investimento.
E uma das características de atração deste novo parque empresarial é o preço base de 0,15€ o m² de renda por ano. Significa isto que “uma empresa que se instale num lote de 10 mil m² vai pagar por ano 1500€ de renda que não será aumentada até 2028, de acordo com o regulamento já publicado, e que a partir de 2028 será atualizado com base no preço índice de consumidor”, explica o presidente do Município, Jorge Faria.
No que respeita aos terrenos, a modalidade não passa pela venda dos mesmos mas pela subconcessão do Município às empresas por 75 anos com “renovação automática”, uma vez que também a área do parque empresarial é concessionada pela IP Património – Administração e Gestão Imobiliária SA para uso privado à autarquia durante 75 anos, com possibilidade de renovação por igual período.
Estão assim reunidas “todas as condições para os empresários se instalarem aqui”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal do Entroncamento.
“Estamos a criar boas condições para os empresários. Este empreendimento vai ter excelentes infraestruturas, para além das infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, vai ter um ramal de ligação ferroviário à linha principal, vai ter também boas ligações à A23 quer através da nova ligação que está a ser desenvolvida pela IP em colaboração com a Câmara do Entroncamento e Torres Novas ligando as áreas industriais dos Riachos e do Entroncamento à A23, mas também vai ter boas infraestruturas, gás natural, fibra ótica, energia em baixa e média tensão”, disse Jorge Faria (PS) na cerimónia de lançamento da primeira pedra.
Em termos de desenho urbano, o projeto do Parque Empresarial desenvolve-se essencialmente “através de uma artéria principal que permite o acesso a todos os lotes e que termina em cul-de-sac, complementando por uma artéria perpendicular à principal com um carácter mais secundário”.
Ao longo dos arruamentos serão criados lugares de estacionamento paralelos à via, enquanto ao nível paisagístico e ambiental serão criadas diversas áreas verdes e a plantação de espécies autóctones em caldeira, de modo a promover o ensombramento das ruas e o enquadramento paisagístico.
Prevê-se também a criação de uma via ciclopedonal na área do parque “de modo a promover a mobilidade suave para os utentes e trabalhadores do local”, cumprindo “as normas da acessibilidade para melhoria da acessibilidade das pessoas com mobilidade condicionada”.

1/3 DA ÁREA TOTAL DO PARQUE EMPRESARIAL JÁ ESTÁ SUBCONCESSIONADA
Sendo um dos propósitos deste parque “promover a criação de riqueza para a região”, bem como a criação de emprego, o presidente da Câmara Municipal do Entroncamento sublinha que neste espaço empresarial vão ser criados cerca de 400 postos de trabalho, “dos quais 25% dos empregos a criar serão com nível de qualificação igual ou superior a 6”.
E uma das primeiras empresas a começar a criar riqueza na região é a O.J.E. – Logistics Entroncamento, S.A. Já com quatro lotes subconcessionados, esta empresa na área da logística ferro-rodoviária vai dispor de um espaço de 45 mil m² – cerca de 1/3 da área total – num investimento de 5,46 milhões de euros que pretende, a partir de setembro de 2021, dar emprego diretamente a 12 pessoas e indiretamente a 60 pessoas.
A autarquia prevê um investimento privado total em pleno uso de cerca de 45.000.000,00€, o que resultará “num efeito multiplicador do investimento público sobre o investimento privado bastante elevado”.
O novo Parque Empresarial do Entroncamento pretende, através da fixação de empresas, “alavancar toda uma estratégia de desenvolvimento local e regional”, bem como potenciar a economia de aglomeração e de rede “com impacto na competitividade das PME’s, uma vez que no Médio Tejo e mais concretamente no Entroncamento, se verifica capacidade instalada e disponível inferior à média nacional e se tem registado um acréscimo de atividade empresarial”, refere a autarquia.
MINISTRA VISITA OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO EM CURSO NO CONCELHO
O ponto alto da visita da ministra da Coesão Territorial à cidade do Entroncamento foi o lançamento da primeira pedra da empreitada do novo Parque Empresarial, mas até lá chegar foi possível observar outras pedras resultantes das obras em curso no concelho.
Numa breve visita de autocarro pela cidade, a governante pôde ficar a parte dos projetos de requalificação das ARU 1 (Bairros Ferroviários) e 3 (Bairros Sociais / Jardins Tradicionais / Zona Industrial Desativada) em execução, bem como da requalificação do espaço público do Bairro Camões. Projetos que totalizados representam mais de 1,7 milhões de euros de investimento, com apoio de fundos comunitários.
No que respeita à requalificação dos espaços públicos, a empreitada está a decorrer tanto na ARU 1 como na ARU 3, num investimento de 1.456,957,00€ contemplado no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) do Município que visa “revitalizar a cidade e a melhoria do ambiente urbano em espaço público” e que abrange a Rua Engenheiro Ferreira de Mesquita, a Travessa do Cais, a Rua 1.º de Maio e a Praça das Tílias.
Estas intervenções decorrem numa zona de “forte património arquitetónico e de relevância histórica para o concelho”, sendo exemplo disso o Museu Nacional Ferroviário, na Rua Engenheiro Ferreira de Mesquita. A previsão de conclusão é já para janeiro de 2021.
Também em 2021, em fevereiro, se prevê concluir a requalificação urbana no espaço público do Bairro Camões, bairro ferroviário construído em 1926, património histórico da ferrovia que teve como autores os arquitetos Cottinelli Telmo e Luís da Cunha.
Uma intervenção na casa dos 265.482,00€ também co-financiada e cuja intervenção tem por objeto a “remodelação integral das infraestruturas de serviço do Bairro Camões”, composto por 32 habitações, cujo processo de reabilitação decorre em paralelo ao da presente intervenção. A ministra da Coesão Territorial teve a oportunidade de visitar uma das habitações, das quais a maioria já foi adquirida por privados.
De referir ainda que no dia 23 de dezembro, data que fica para a história do concelho como o dia em que foi lançada a primeira pedra da empreitada do novo Parque Empresarial, Ana Abrunhosa reuniu também em privado com o presidente da Câmara Municipal do Entroncamento, Jorge Faria, tendo dado conta à comunicação social de que foram apresentados “um conjunto de projetos para valorizar o seu território, para requalificar a história do Entroncamento”.
A ministra mostrou disponibilidade do Governo para colaborar nos projetos apresentados. “Conta connosco em todos os projetos que nos apresentou porque eles são como bagos de um cacho de uvas: fazem todo o sentido, encaixam e só reforçam a estratégia que o senhor e a sua equipa, com todos os parceiros, têm vindo a construir”, disse, dirigindo-se ao presidente da autarquia do Entroncamento.
Ana Abrunhosa deixou ainda os votos para 2021 acompanhados de uma “palavra de apreço às empresas, empresários e trabalhadores”.
Para 2021 o desejo é o de que “possamos recuperar desta crise mais fortes”, concluiu.