Entroncamento juntou povos de diferentes nações numa grande festa da diversidade cultural. Foto: mediotejo.net

O Mercado Municipal e a Praça Salgueiro Maia encheram com o povo das diferenças culturas que residem no Entroncamento para mostrar o que de mais típico tem no seu país, desde a gastronomia, danças tradicionais, música, vestuário, peças decorativas e contos, culminando numa troca de experiências.

Ilda Joaquim, vice-presidente da Câmara do Entroncamento, afirmou que “a cidade sempre foi uma terra de chegada, que tem já na sua génese população à procura de uma vida melhor, e que essa continua a ser cada vez mais a realidade”. No ano passado eram 40 as comunidades estrangeiras no Entroncamento, atualmente já são cerca de 50, sendo as mais recentes provenientes da Argentina e da Colômbia.

“Estas pessoas saem das suas terras, dos locais onde nasceram à procura de uma vida mais segura e melhor. Estes eventos interculturais não são só importantes para a cidade, mas também para o país, de forma a acolher e integrar estas pessoas na sociedade portuguesa sem conflitos e em melhor harmonia”, frisou a edil.

Atualmente, dos cerca de 3 mil alunos do Agrupamento de Escolas do Entroncamento, 700 são de outras culturas, representando 22% da comunidade escolar e estando a aumentar de dia para dia.

Vídeo | Espaço do Mercado Municipal do Entroncamento reuniu gastronomia portuguesa, brasileira, ucraniana, cabo-verdiana e angolana.

A Antonia’s Pastelaria e Café, um estabelecimento brasileiro que serve comida e doçaria típica, esteve presente no encontro intercultural. Samantha Ribeiro é uma das proprietárias que gere o espaço, em conjunto com as suas irmãs.

“Este tipo de evento é importante para a interação entre culturas, não só entre imigrantes, mas também connosco e com os portugueses. Acho que isto faz com que nós mantenhamos um especto de comunidade na cidade, algo mais familiar. Queremos acabar com essa barreira que nos divide, de forma a que convivamos bem, nos possamos conhecer, divertir e aprender uns com os outros”, afirmou Samantha.

No evento, também os portugueses puderam estar presentes e mostrar um pouco da sua doçaria típica. Paula Cotrim, da Pastelaria Fatias e Delícias, acha que “este tipo de iniciativas faz mexer o Entroncamento, que está muito parado. Com a pandemia muita gente parou e é preciso coisas destas para dar vida à cidade, acabando por conhecermos a cultura dos outros povos, que também estão presentes na cidade”

“Este tipo de atividade não devia ser feita apenas uma vez por ano, mas uma vez por mês, porque há sempre pessoas dispostas a participar e muitas mais culturas do que as que estão aqui representadas”, defendeu.

Alina e Mila, duas ucranianas que já estão em Portugal à 22 e 18 anos, respetivamente, escolheram a cidade do Entroncamento para ser a sua segunda casa. No evento mostraram danças e canções tradicionais da Ucrânia, estando vestidas e trajadas a rigor.

Vídeo | Atuação da comunidade ucraniana no II Encontro Intercultural no Entroncamento

A Ucrânia foi este ano a comunidade mais acarinhada pelo público presente, devido à problemática da guerra que se faz sentir no país. Alina e Mila agradeceram a todos os que ajudaram face à situação vivida na Ucrânia, particularmente à autarquia e às juntas de freguesia que deram um enorme apoio à comunidade já residente no Entroncamento, assim como aos recém-chegados.

A cidade está a receber todos os dias novos imigrantes, alguns por já terem família no Entroncamento, outros pela génese empresarial e fabril que existe na região e também pelas boas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias. Muitos trabalham em Lisboa e deslocam-se todos os dias para pernoitarem no Entroncamento, que é como que a segunda casa destas comunidades, que fogem à insegurança, fome, criminalidade e guerra nos seus países de origem.

Iran Costa e os seus bailarinos animaram a noite do Encontro Intercultural, na Praça Salgueiro de Maia. Foto: Município do Entroncamento

O dia terminou em cheio, à noite, com a Praça Salgueiro Maia inundada de comunidades estrangeiras e portugueses para receber o artista brasileiro Iran Costa, que está em Portugal desde 1993. Este é muito acarinhado, tanto pela população estrangeira, como pelos portugueses, particularmente com a sua música “O Bicho”, que percorre os quatro cantos do mundo.

Diana Serra Garcia

Natural de Vila Nova da Barquinha, tem 25 anos e licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior.

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