Na lista dos municípios com melhores valores globais estão presentes maioritariamente municípios de densidade média e de tipologia “mediamente urbana e predominantemente urbana”, como Coimbra, Caldas da Rainha, Felgueiras, Maia, Entroncamento ou Guimarães.

Amadora e Porto estão entre os municípios com piores valores globais de saúde, conclui um projeto de investigação da Universidade de Coimbra que analisou a saúde da população portuguesa entre 1991 e 2011.

As duas cidades estão no lote de 10% de municípios com piores valores globais de saúde em 2011, grupo constituído maioritariamente por concelhos rurais e com baixa densidade populacional, conclui a equipa do projeto GeoHealthS, coordenado pelo Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Coimbra (CEGOTUC).

Alcoutim, Alvaiázere, Baião, Cinfães, Idanha-a-Nova, Moura, Odemira, Pampilhosa da Serra ou Carrazeda de Ansiães são alguns dos exemplos de municípios com piores resultados.

Como contributo para Amadora e Porto integrarem o conjunto de municípios com piores valores globais de saúde estão “determinantes socioeconómicos associados à taxa de desemprego, ao elevado número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção e elevada proporção de famílias monoparentais”, conclui o estudo a que a agência Lusa teve acesso.

Segundo a equipa coordenada pela professora catedrática Paula Santana, estes dois municípios partilham também “condições do ambiente físico que são desfavoráveis à saúde e bem-estar da população, tais como elevadas taxas de criminalidade e má qualidade do ar”, bem como de “elevados valores de mortes associadas a condições de pobreza e mais altas taxas de incidência de doenças infecciosas, como a tuberculose e VIH-SIDA”.

Já no caso dos municípios rurais, os resultados nos valores globais de saúde em 2011 devem-se a maus desempenhos nas dimensões socioeconómicas, como a taxa de desemprego e a dependência de idosos, a menor proporção de população coberta por sistema público de abastecimento de água e saneamento, valores “altos de mortalidade prematura associada ao consumo de tabaco, às condições de pobreza e sensível ao acesso tempestivo aos cuidados de saúde” e pior desempenho na acessibilidade a hospitais de referência.

Para a equipa de investigação, os municípios rurais devem ter como prioridade ações em áreas como o emprego, o apoio à população idosa, a melhoria do sistema de abastecimento de água e de saneamento e ainda a prevenção da doença e promoção da saúde.

O Índice de Saúde da População (INES), desenvolvido no âmbito do projeto GeoHealthS, é uma medida que agrega resultados em saúde e determinantes em saúde, contando com 43 critérios de avaliação de saúde da população.

O Índice (disponível para consulta em saudemunicipio.uc.pt) foi aplicado aos 278 municípios de Portugal Continental, avaliando o valor global de saúde entre 1991 e 2011. Foi concluído que a saúde da população evoluiu positivamente entre estes 20 anos, na quase totalidade dos concelhos.

O projeto foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e contou com a participação de 16 entidades da administração central, regional e do ensino superior.

Agência de Notícias de Portugal

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