Catarina Martins esteve num comício em Torres Novas, depois de ter estado durante o dia no Entroncamento. Foto: DR

A coordenadora do BE, Catarina Martins, explicou no Entroncamento que o objetivo do Plano Ferroviário Nacional que os bloquistas propõem nestas eleições é garantir que, até 2040, todas as capitais de distrito estão ligadas por comboio.

As oficinas da EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) no Entroncamento, são já um ponto de paragem habitual da caravana do BE em período eleitoral e nestas eleições não foi exceção, aproveitando Catarina Martins para chamar à atenção para a “importância da ferrovia para o desenvolvimento” de Portugal.

“É este o nosso programa: um Plano Ferroviário Nacional que até 2040 garanta que todas as capitais de distrito estão ligadas por ferrovia, que permita passar dos atuais 5% de transporte ferroviário de passageiros e mercadorias para 40%”, adiantou.

Segundo a líder do BE, a implementação deste plano permitiria “uma alteração imensa no que diz respeito “à emissão de gases com efeito de estufa, sendo uma mudança muito significativa na coesão territorial e na dinamização da economia” nacional.

“Ao mesmo tempo garantir que esse investimento é feito criando aqui emprego e aqui indústria e a EMEF será um ponto central para esse plano”, detalhou.

Este plano seria, na visão de Catarina Martins, “parte integrante de uma nova mobilidade, de uma nova energia, que responda à emergência climática, ao mesmo tempo que responda à coesão territorial, às necessidades das pessoas e que crie emprego no nosso país”.

Catarina Martins (BE) esteve na EMEF, no Entroncamento. Foto: DR

“E como nós não queremos que o investimento na ferrovia seja investimento para comprar tudo o que a ferrovia precisa fora do nosso país,precisamos da EMEF”, explicou.

Catarina Martins começou as declarações aos jornalistas por recordar que a EMFE tem sido visitada com muita regularidade pelos bloquistas.

“A EMEF esteve em risco de ser desmantelada e quem acompanhou visitas há mais tempo via como havia seções em que não estava a acontecer nada. Nós conseguimos travar esse processo”, destacou.

Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre facto do PNR ter apagado um mural do BE e sobre as declarações do líder do PS, António Costa, que considerou que a tensão entre socialistas e bloquistas a propósito da formação da geringonça é um assunto encerrado, mas não respondeu, mantendo o objetivo de falar apenas do Plano Ferroviário Nacional e da importância da EMEF.

“Tudo o que esta solução política mudou no país tem a marca do BE”, afirmou Catarina Martins. Foto: DR

Torres Novas | “Tudo o que esta solução política mudou no país tem a marca do BE” 

A coordenadora bloquista, Catarina Martins, defendeu na noite de terça-feira, em Torres Novas, que tudo o que a “solução política mudou no país tem a marca do BE”, garantindo que, caso não regresse uma maioria absoluta, o partido está disponível para retomar o debate.

No comício na Praça do Peixe, em Torres Novas, Catarina Martins focou grande parte do seu discurso no Serviço Nacional da Saúde e na escolha que é feita no dia das eleições legislativas sobre esta “pérola da democracia”, mas na ponta final assumiu o “orgulho e alegria” do BE pelo sucesso que foram estes quatro anos de solução política.

“Tudo o que esta solução política mudou no país tem a marca do Bloco de Esquerda e orgulhamo-nos disso. Nada se teria feito sem a participação do Bloco e o voto de cada um e de cada uma das suas deputadas”, sublinhou.

Sobre o futuro depois das eleições, a líder bloquista deixou apenas uma garantia.

“A partir do dia 06 de outubro, se não regressarmos ao tempo das maiorias absolutas, cá estaremos, retomando o nosso debate, para salvar o Serviço Nacional de Saúde, para combater a precariedade, para melhorar salários, para puxar pelas pensões, para responder à emergência climática”, prometeu.

Tal como foi em 2015, comparou Catarina Martins, “em 2019 o Bloco de Esquerda é a garantia de uma política de estabilidade em nome da vida das pessoas, em nome das condições concretas de quem vive neste país”.

“A toda este gente que sabe que o Serviço Nacional é central na sua vida, escolhe também no dia 06 de outubro se quer um Serviço Nacional de Saúde de mínimos ou se quer um Serviço Nacional de Saúde com o investimento para responder a toda a gente, em todo o território e garantir os cuidados de saúde e a promoção da saúde de que este país precisa”, avisou.

A líder bloquista começou o seu discurso de 25 minutos com língua gestual portuguesa para desejar um “feliz dia nacional das pessoas surdas”, perante uma plateia onde o ausente foi o ainda deputado Carlos Matias, que lidera a Comissão Coordenadora Distrital de Santarém e foi afastado pela direção nacional das listas à Assembleia da República.

Comício do BE em Torres Novas. Foto: DR

Para Catarina Martins, “a defesa do SNS é uma das grandes lutas do BE e um dos temas principais da próxima legislatura”, considerando que esta “constituição da democracia mudou o nosso país”.

“O SNS não precisa de ser salvo, de mudar, só porque o país mudou. É porque esteve sob ataque nas últimas décadas. O SNS foi uma grande vítima do apetite dos grandes grupos económicos”, explicou.

Na perspetiva de Catarina Martins, apesar de todos os problemas, foi feito algum caminho nesta legislatura, com a reposição de orçamento, o fim das cativações e a “mudança estrutural” que representa a revogação da “lei de bases da saúde da direta que via a saúde como um negócio e não como um direito”.

“Temos agora que transformar o que está na lei no concreto todos os dias do SNS”, afirmou, avisando que essa é a escolha que também se faz no dia 06 de outubro.

Agência de Notícias de Portugal

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