Escola Básica do Bonito. Foto de arquivo: mediotejo.net

Após o episódio de uma manifestação de pais em frente à Escola Básica do Bonito, em dezembro passado, motivada pela alegada falta de assistentes operacionais e de segurança, o Conselho Geral de Educação do Entroncamento reuniu este mês de janeiro numa sessão extraordinária para explicar o trabalho que tem vindo a ser feito pela autarquia e Agrupamento de Escolas. Não reconhecendo as acusações feitas, a autarquia sublinha que perante situações excecionais tem sido encontradas soluções e que a DGEstE aumentou recentemente o rácio de pessoal não docente nas escolas de 58 para 62.

“A reunião extraordinária do Conselho Geral de Educação foi convocada justamente por causa das insinuações de que haveria uma série de dificuldades e grandes problemas nas escolas”, afirmou na última sessão do executivo camarário o presidente da autarquia entroncamentense, Jorge Faria.

A deliberação da Câmara veio a abertura de procedimento concursal para constituição de reserva de recrutamento para assistente operacional na área da educação e limpeza, bem como a admissão imediata de três pessoas para vagas no mapa de pessoal resultante da bolsa de uma bolsa de recrutamento válida março.

A este propósito, o PSD congratulou-se com a contratação de mais pessoal para as escolas, admitindo que o executivo socialista considerou “tratar-se de uma necessidade imperiosa quando, ao longo de diversos meses, esta situação se arrastou e não foi devidamente valorizada por quem de direito”.

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Em resposta, Jorge Faria admitiu ser altura de “deixar de jogar Ping Pong com assuntos sérios”. “O que foi dito é que, ao contrário do que foi tentado insinuar pelo PSD de que os rácios não estavam a ser cumpridos, nós sempre cumprimos os rácios – e mais, sempre ultrapassámos os rácios. Outra coisa é uma atenção constante às necessidades. Com este recrutamento estamos a antecipar três situações que vão sair a muito curto prazo, tendo em conta situações de baixa prolongada que surgiram a muito curto prazo”, disse.

O edil deu também conta de que a 11 de janeiro o Conselho Geral de Educação reuniu em sessão extraordinária “justamente por causa das insinuações de que haveria uma série de dificuldades e grandes problemas nas escolas”, tendo sido concluído que “as escolas não apresentam qualquer dificuldade que as coisas decorrem com normalidade”, não obstante a possibilidade de existência de pessoas em isolamento devido ao contexto pandémico.

Nessa sessão esteve presente a vice-presidente da Câmara, Ilda Joaquim (que detém também o pelouro da Educação), que acrescentou serem “não fundamentadas” as acusações feitas por parte dos pais, não desvalorizando as suas preocupações.

“O bom ou mau funcionamento da escola não se resolve exclusivamente com mais ou menos assistentes operacionais e, conscientes dessa realidade, foi explicado aos pais nessa reunião: por um lado, pela direção do Agrupamento, todo trabalho que é feito na gestão das pessoas (…) e no apoio que é dado não só pelos auxiliares mas pelos professores que não têm sala e que também têm nas suas funções este acompanhamento das crianças; e por outro, foi explicado pela Câmara todo o programa de apoio à Educação, com projetos no âmbito do PEDIME, que temos uma equipa multidisciplinar com sete pessoas que dão apoio quer à Ruy D’Andrade quer na Escola do Bonito nos momentos em que os meninos não estão nas salas”, referiu.

Quanto às acusações de falta de pessoal e de segurança nas escolas, a vice-presidente admite que no final do ano transato houve, de facto, uma “situação complicada com muitas ausências devido ao Covid-19, em que algumas pessoas, fazendo apenas justiça a queixas que lhes chegavam sem averiguar a veracidade dessas queixas – apesar de virem de alguns profissionais – resolveram tomar a iniciativa de uma manifestação à porta da escola. Não é a atitude adequada”.

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“Nessa reunião [do Conselho Geral de Educação], quanto a todas as afirmações e acusações referentes à falta de pessoal e alegada falta de segurança, em particular na Escola Básica do Bonito, a senhora coordenadora recusa a alegada falta de segurança. As outras coordenadoras das outras escolas reconhecem o empenho dos vários profissionais nesta matéria: a da Escola António Gedeão disse expressamente que aquela carta não tinha nada a ver com a realidade da sua escola; a da Escola Ruy D’Andrade disse também que não tinha queixas daquela natureza e que, apesar das dificuldades que reconhecia por ausências imprevistas, tinha todo o processo organizado; a da Escola da Zona Verde referiu que não tinha queixas daquela natureza e não reconhecia aquelas acusações”, prossegue Ilda Joaquim, concluindo que as acusações foram relativas a uma situação específica num determinado momento – situação essa que foi “tratada na hora”.

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Ana Rita Cristóvão

Abrantina com uma costela maçaense, rumou a Lisboa para se formar em Jornalismo. Foi aí que descobriu a rádio e a magia de contar histórias ao ouvido. Acredita que com mais compreensão, abraços e chocolate o mundo seria um lugar mais feliz.

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