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Paula Pinto Costa: Os templários na defesa da linha do Tejo foram “fator decisivo na construção de Portugal”
Professora do departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Paula Pinto Costa tem dedicado o seu trabalho de investigação à história medieval, sendo especialista em ordens religioso-militares, área científica em que se doutorou, sendo autora de quase uma centena de estudos, entre livros e artigos publicados em Portugal e no estrangeiro.
Reconstituição histórica dos templários em Tomar Foto arquivo: Luís Ribeiro
O seu livro “Templários em Portugal – Homens de Religião e de Guerra” (Ed. Manuscrito, 2019), foi galardoado em 2020 com o Prémio Fundação Engenheiro António de Almeida – Joaquim Veríssimo Serrão, outorgado pela Academia Portuguesa da História. Nesta obra, Paula Pinto Costa apresenta uma investigação apurada sobre a presença dos Templários em Portugal.
Além das imagens estereotipadas, das lendas e dos mitos, este livro traça a história desta ordem da Idade Média desde a sua fundação até ao processo de desacreditação e ao seu desaparecimento abrupto no início do século XIV.
O mediotejo.net entrevistou a investigadora, que desvendou um pouco mais sobre a vida fascinante dos guerreiros cristãos que marcaram de forma tão determinante a região do Médio Tejo, nomeadamente nos concelhos de Tomar, Vila Nova da Barquinha e Ferreira do Zêzere.
O seu livro “Templários em Portugal, Homens de Religião e de Guerra” recebeu recentemente o Prémio Fundação Engº António de Almeida – Joaquim Veríssimo Serrão 2020, entregue pela Academia Portuguesa da História. Como se sentiu com esse reconhecimento? Muito honrada e, ao mesmo tempo, responsabilizada. Deu-se a coincidência de o prémio ter sido atribuído no ano em que se celebraram os 300 anos da Academia Portuguesa da História e de receber o nome do seu Presidente de Honra, Prof. Doutor Joaquim Veríssimo Serrão.
Em que medida este livro contribui para esclarecer o que foi a Ordem do Templo? Trata-se de um livro elaborado a partir de investigação histórica desenvolvida em arquivos e bibliotecas. Como resultado da consulta de centenas de documentos, foi possível ter acesso a dados novos e ensaiar um exercício de síntese sobre a história da Ordem do Templo.
A história dos Templários portugueses tem sido de alguma forma negligenciada. Qual a razão? Esta obra surge para preencher um vazio? A história dos Templários portugueses não tinha sido alvo de uma abordagem de caráter mais sistemático e global, feita à luz dos parâmetros gerais que orientam a historiografia das últimas décadas. Houve no século XVIII uma tentativa feita por Fr. Bernardo da Costa, e que resultou na produção de uma obra típica desse tempo e sem a informação e a crítica documental que hoje está ao nosso alcance.
A razão dessa lacuna assenta nas principais características do núcleo documental dos Templários, custodiado por arquivos portugueses e por instituições estrangeiras, e que se encontra muito truncado e disposto segundo critérios que não têm a ver com a própria Ordem. A história da Ordem do Templo foi marcada por muitos episódios de conflito e de mudanças sucessivas de instalações, o que favoreceu a dispersão e a perda da documentação. Para além disto, as circunstâncias que marcaram o fim abrupto da Ordem no início do século XIV acabaram por constituir o fator decisivo para a desorganização dos fundos documentais e para a deturpação da história sobre os Templários. Em síntese, são estas as razões que dificultam bastante a elaboração da história da Ordem do Templo.
“A história da Ordem do Templo foi marcada por muitos episódios de conflito e de mudanças sucessivas de instalações, o que favoreceu a dispersão e a perda da documentação”
Convento de Cristo, em Tomar, Património da Humanidade da UNESCO. Foto: DR
Pode dizer-se que os cavaleiros da Ordem do Templo foram a ordem militar/religiosa mais enigmática de sempre? Porquê? Os Templários foram freires guerreiros cristãos. A Ordem do Templo não era mais enigmática do que as outras Ordens Religioso-Militar suas congéneres. Essa dimensão enigmática foi impressa à sua história em função da necessidade de justificar a sua supressão. Foi nesse contexto que surgiram várias acusações e argumentos retóricos que favoreceram o enigma em torno dos Templários.
O Castelo de Almourol, em Vila Nova da Barquinha, é um dos monumentos templários mais emblemáticos. Foto: Paulo Jorge de Sousa
Os Templários eram diferentes dos outros soldados das Cruzadas daquele tempo? O que os tornou especiais? Os Templários eram freires que professavam os três votos essenciais da vida religiosa: obediência, pobreza e castidade, e que viviam, de forma estável, segundo essa condição. Assim, não eram tecnicamente cruzados. Estes últimos faziam votos de cruzada e usufruíam dessa condição a título transitório. O que tornou os Templários especiais foi o seu pioneirismo na defesa dos lugares sagrados da Terra Santa, nomeadamente dos mais icónicos situados em Jerusalém, e a assunção de uma missão que harmonizava religião e guerra. A este nível os Templários foram muitíssimo inovadores e assumiram um programa de ação singular e que estabelecia articulações profundas entre o oriente e o ocidente do Mediterrâneo.
Como é que um historiador lida com a “lenda” entre os factos? Para o historiador toda a informação que se reporte ao passado, seja ela factual ou de fundo lendário, tem valor e é alvo do seu trabalho de análise e de interpretação. Saber identificar e interpretar lendas são também condições importantes para o avanço do conhecimento histórico e para a compreensão da forma como sucessivamente o passado vai sendo escrito.
“Saber identificar e interpretar lendas são também condições importantes para o avanço do conhecimento histórico”
A ideia deste livro partiu da necessidade de explicar documentos que possam oferecer uma imagem mais nítida dos Templários? Posso dizer que sim. Os dados a que conseguimos ter acesso a partir desses documentos suscitam uma curiosidade crescente e alimentam representações sobre o passado que, gradualmente, nos dão acesso a imagens mais nítidas sobre os Templários.
O que mais impressionou a historiadora durante esta pesquisa histórica? Por um lado, foi o volume de dados que é possível coligir a partir de informação cientificamente credível e que se encontra dispersa e muito fragmentada. Em bom rigor, a investigação avança de pequenos-grandes-nadas. Por outro lado, foi a abundância de informação não fundamentada e de natureza especulativa, sucessivamente repetida de forma acrítica, e na qual a matriz da História está ausente.
Quem eram os Templários portugueses? A resposta é difícil. Os Templários portugueses eram muito diferentes entre si. Não tinham uma marca ou um perfil exclusivo. Um Templário fazia-se por vontade própria, por autodeterminação, ou por imposição de terceiros. Alguns dos que vieram a assumir essa condição, já estariam inseridos numa família que, por tradição, devotava alguns dos seus membros a essa instituição. Ser freire da Ordem do Templo não era uma condição herdada nem oficialmente transmitida por qualquer via que fosse, embora se verifiquem situações de continuidade geracional entre alguns freires.
A fama e a atratividade da Ordem do Templo vinham sobretudo do facto de a Ordem garantir um modo de vida religiosa definido pela sacralização da guerra, de ter uma ligação a Jerusalém e à cruzada, de contar com fundadores muito ligados a meios nobilitados, nomeadamente franceses, e de ter uma ligação aos meios monárquicos. Depois de acolhidos na Ordem, faziam os três votos religiosos e alcançavam o estatuto de freires. Os mais destacados nessa hierarquia eram os chamados freires cavaleiros. Abaixo destes havia os freires serventes. Os que, para além desses três votos essenciais, recebiam ordens sacras, isto é, assumiam o estatuto de presbítero, passavam a ser designados por freires clérigos.
Torres Pentagonal de Dornes, em Ferreira do Zêzere Foto: mediotejo.net
Portanto, além dos freires cavaleiros e clérigos alguns eram serventes. Segundo o seu livro havia até uma massa quase anónima de freires que desempenhavam ofícios ou artes típicos do seu tempo, como sapateiro e barqueiro, e poucos sabiam ler e escrever. Como era o dia a dia desses freires e quem fez o seu registo histórico? O dia a dia de um Templário variava muito de acordo com a geografia em que se encontrava e também de acordo com a posição que ocupava na estrutura orgânica da Ordem. Uns Templários viviam em torno dos órgãos conventuais da instituição (sobretudo, no que é hoje Israel), a sua sede governativa localizada no Mediterrâneo oriental, e outros encontravam-se dispersos pelas diversas comendas que agrupavam os bens imóveis que a Ordem possuía. Bernardo, da abadia de Claraval, uma figura maior da espiritualidade e da cultura europeia, e depois conhecido como S. Bernardo, foi convidado para escrever um texto que desse um mote do modo de vida aos Templários, num tempo em que germinavam as suas origens. Pouco depois foi elaborada a regra primitiva, composta por 76 artigos, e aprovada no concílio de Troyes no ano de 1129. Os preceitos de vida em comunidade eram abundantes e foram sofrendo diversas adaptações à medida que o tempo foi passando.
Os Templários tinham um modo de vida que conciliava a religião e a guerra. Tinham uma vida espartana, faziam orações e cumpriam tarefas domésticas e de preparação militar pré-determinadas e constantes. A alimentação, o vestuário, as horas de deitar e de levantar eram regulamentados, já que viviam no quadro de instituição orientada por uma regra.
A Ordem dos Templários e a Ordem de Cristo marcam a história de Praia do Ribatejo, em Vila Nova da Barquinha Foto: Reconstituição Histórica/Arlindo Homem
O que era necessário para ser um Templário? Professar. O cerimonial de receção na Ordem está descrito nos textos normativos e é produto de várias transformações que terão ocorrido ao longo do tempo. Tal como está descrito, o ritual de passagem decorria na sede conventual, mais especificamente em torno da sala do capítulo geral, e começava com a averiguação da elegibilidade do candidato. Era averiguado se queria tornar-se membro da Ordem, se era solteiro, se não tinha feito voto em outra Ordem, se não tinha dívidas insolúveis, se era saudável e se não tinha um vínculo de dependência para com outro senhor. Era também apurada a eventualidade de alguém saber de alguma coisa que impedisse a admissão do novo membro. O cerimonial continuava com a profissão dos votos de obediência, castidade e pobreza.
“O ritual de passagem decorria na sede conventual e começava com a averiguação da elegibilidade do candidato: se era solteiro, se não tinha feito voto em outra Ordem, se não tinha dívidas insolúveis, se era saudável e se não tinha um vínculo de dependência para com outro senhor”
No fim, os Templários foram acusados de desvios morais. Parece-lhe credível uma tão longa lista de acusações? Não. Arrastar a argumentação para o domínio moral foi a estratégia determinante para que a Santa Sé viesse a tomar a decisão de suprimir a Ordem.
Porquê? O que levou o Papa Clemente V a tomar a decisão de extinção da Ordem? Os Templários foram traídos pela cúpula romana? O Papa Clemente V foi pressionado para suprimir a Ordem em função de uma discussão internacional centrada na falência do programa de ação dos Templários no Oriente Latino. A Ordem do Templo tinha sido criada para assegurar a defesa dos lugares sagrados, nomeadamente, na Terra Santa. A partir da segunda metade do século XIII, essa missão tornou-se cada vez mais difícil, frente ao avanço Turco. A derrota final das forças cristãs teve lugar em 1291 na batalha de S. João de Acre. A partir destes acontecimentos adensou-se a crítica à Ordem do Templo e em França desenvolveu-se um processo de desacreditação da própria Ordem. É difícil reconhecer aqui um processo de traição pela cúpula romana, porque se, por um lado, foram aniquilados pela cúpula da Igreja que duzentos anos antes os tinha viabilizado, por outro não podemos esquecer que a decisão da supressão resultou da acusação de desvios morais que a Igreja não poderia ignorar.
Paula Pinto Costa é professora do departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Créditos: DR
Os portugueses serão herdeiros da tradição templária, tendo em conta a sua continuidade na Ordem de Cristo? Parece que D. Dinis, rei de Portugal quando os Templários foram perseguidos e extintos, não gostou da atitude nem do rei de França, Filipe IV, nem do Papa Clemente V ao propor, mais tarde, ao Papa João XXII uma nova ordem religiosa e militar, em parte uma refundação dos Templários sob comando português. Há alguma razão histórica para acreditar que também a Ordem do Templo pode ter nascido em Portugal devido à importância da Península Ibérica como um dos dois grandes cenários das Cruzadas? Era a Península Ibérica tão importante quanto a Terra Santa, sendo a reconquista significativa na história da Europa? Podemos considerar Portugal um dos herdeiros da tradição templária. Não sei se o rei D. Dinis não terá gostado da atitude de Filipe IV e de Clemente V. Muito pelo contrário, pode mesmo ter apreciado esse tipo de pressão, pois encontrou nessa discussão e hostilidade face à Ordem do Templo o pretexto ideal para tratar de pedir a criação da Ordem de Cristo, o que conseguiu em março de 1319.
A Ordem do Templo não nasceu em Portugal. Instalou-se precocemente no território que viria a ter a designação de Portugal, e que à época era o Condado Portucalense, para participar do ambiente de reconquista e de cruzada, cruciais na história da Península Ibérica. A Península Ibérica era um território de reconquista e onde se procurou reproduzir traços típicos da história da Terra Santa. A dimensão simbólica inerente a estas opções era enorme.
“A Ordem do Templo não nasceu em Portugal. Instalou-se precocemente no território que viria a ter a designação de Portugal, e que à época era o Condado Portucalense, para participar do ambiente de reconquista e de cruzada, cruciais na história da Península Ibérica”
Que efeitos tiveram em Portugal as decisões tomadas em França? A Ordem do Templo teve problemas muito sérios com o rei de França, Filipe IV, o Belo. O desfecho foi dramático. Em 1307 foi dada ordem de prisão dos freires. A Santa Sé foi envolvida no processo e, em 1312, foi decretada a supressão da Ordem pelo Papa Clemente V. A receção em Portugal das decisões tomadas em França em 1307 (prisão dos freires) e pela Santa Sé em 1312 (supressão da Ordem) é imediata. Há uma simultaneidade cronológica entre esses acontecimentos e outros que tiveram lugar em Portugal, por iniciativa do rei D. Dinis.
Em Portugal, no ano de 1307 foram redigidos os primeiros exemplares de uma memória documental em torno do património da Ordem do Templo. Abriu-se, então, um processo de confiscação da propriedade que estava na posse dos Templários, em favor da coroa. O rei D. Dinis queria controlar as propriedades da Ordem e mandou apreender os bens dos Templários. O destino dos Templários em Portugal após a supressão da Ordem foi diferente do dos seus congéneres em França. Em Portugal não houve perseguições. Como corolário, em 1319, foi criada a Ordem de Cristo.
Foi realmente uma Ordem importante para Portugal e para o mundo na transmissão da mensagem templária? E qual era essa mensagem? A Ordem de Cristo foi uma instituição muito relevante na história de Portugal. Embora estivesse bastante associada à memória do Templo, a Ordem de Cristo teve uma identidade e uma regra própria, isto é, um texto que modelava a vida dos que nela ingressavam. Por consequência, a Ordem de Cristo teve um programa de ação independente daquele que no passado tinha sido definido para os Templários. Do Templo recebeu, sobretudo, um vasto património imóvel.
No entanto, a mensagem de ambas tinha semelhanças: perseguiam uma vida religiosa vocacionada para a prática da guerra e visavam o domínio de novos territórios à luz dos princípios da cruzada. Enquanto a do Templo teve como horizonte privilegiado a Terra Santa e rapidamente expandiu os seus interesses para o ocidente da Península Ibérica, a de Cristo nasceu no extremo sul de Portugal, em Castro Marim, com o horizonte de atuação apontado para o Estreito de Gibraltar e num segundo momento voltou-se para a costa africana rumo ao Atlântico sul.
Portanto, a ligação e a importância da Ordem dos Templários na fundação de Portugal é imensa, sobretudo na conquista e defesa da linha do Tejo. Será essa a principal razão que faz da sub-região do Médio Tejo uma rota templária com importante património? Será a rota mais importante do País? Sem dívida, que a relevância da Ordem do Templo na defesa e consolidação da chamada linha do Tejo foi um fator decisivo no processo de construção do reino de Portugal. Esse intenso envolvimento dos Templários na linha do Tejo, sobretudo no século XII, justificou a edificação de um património religioso e militar com um valor extraordinário e que suporta uma das mais importantes rotas de Portugal e que tem articulações com territórios além-fronteira.
“O intenso envolvimento dos Templários na linha do Tejo, sobretudo no século XII, justificou a edificação de um património religioso e militar com um valor extraordinário”
É correto afirmar que a Ordem do Templo foi igualmente importante para a epopeia dos Descobrimentos? Em que medida? Não. Aquando do processo de expansão portuguesa, designado frequentemente como grande epopeia dos descobrimentos, a Ordem do Templo já não existia no plano institucional. A Ordem do Templo foi suprimida em 1312 e o avanço de Portugal para África teve lugar cem anos mais tarde. A cidade norte-africana de Ceuta foi ocupada pelos portugueses em 1415. A Ordem que mais se destacou em matéria africana foi a Ordem de Cristo.
Evocar-se todos os anos em Tomar o legado dos templários. Foto arquivo: Arlindo Homem
Mas o tão referido ‘tesouro templário’ terá significado para os portugueses conhecimento geográfico, náutico e até astronómico? Em certa medida sim. Alguns Templários eram muito experimentados em viagens e, não raras vezes, atravessavam o Mediterrâneo para cumprir obrigações para com os seus superiores hierárquicos que viviam na sede conventual. A Ordem teve origem em Jerusalém e recebia muitas pessoas da Europa ocidental. Os contactos que teriam com peregrinos, comerciantes e outros aventureiros davam-lhes acesso a conhecimentos preciosos. Mas o tesouro templário também integra um património arquitetónico fabuloso e um acervo documental riquíssimo.
O que sobrou dos templários? Memórias, um espólio documental e um património riquíssimo, nomeadamente imponentes estruturas defensivas, castelos e igrejas modeladores da paisagem medieval e contemporânea. Estes edifícios de prestígio perduraram no tempo e continuam a cativar a nossa admiração.
Termina o seu livro a concluir que a história da Ordem do Templo tem sido vista de forma “invertida”. Quer explicar? Invertida, porque é contada a partir do fim. Ou seja, é exatamente o peso da supressão abrupta da Ordem que tem sido usado para justificar retroativamente a evolução da história da Ordem, como se quem viveu nos séculos XII e XIII já tivesse sido atingido pelo processo de supressão que só aconteceu formalmente no início do século XIV. Isto em história recebe o nome de anacronismo e deturpa a forma como a história dos Templários tem sido escrita.
*Entrevista publicada em fevereiro de 2021, republicada em agosto de 2021
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Paula Mourato
A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.