Autarca de Vila de Rei considera decisão unilateral do Governo de mudança de CIM "anti democrática". Foto: DR

O concelho de Vila Rei, onde o presidente da câmara destaca a “responsabilidade democrática” do povo, registou um ligeiro aumento da abstenção nas legislativas de domingo, mas conseguiu ter a mais baixa taxa em território nacional, de 30,44%.

Neste município do distrito de Castelo Branco, 69,56% dos eleitores foram votar, em contraponto com os 45,5% de abstenção nacional.

De acordo com os resultados disponíveis no portal da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, no concelho de Vila de Rei, onde se encontra o centro geodésico de Portugal, dos 2.750 eleitores inscritos, 1.913 foram exercer o seu direito de voto, havendo a registar 63 votos em branco (3,29%) e 97 votos nulos (5,07%).

Vila de Rei tem-se mantido como um dos municípios com maior histórico de participação nas várias eleições.

A par da menor taxa de abstenção nacional nas eleições legislativas de 06 de outubro – em que a abstenção em Portugal atingiu um novo máximo em legislativas (45,5%) -, o município mostrou esta tendência em 2015, quando, então num universo de 2.824 eleitores, houve 1.989 votantes e a taxa de abstenção foi de 29,57% (contra os 43% a nível nacional).

Os eleitores de Vila de Rei destacaram-se de forma continuada noutros atos, como nas eleições autárquicas de 2017, quando a taxa de abstenção em Vila de Rei foi de 26,01% (contra 45,03% a nível nacional) e nas eleições presidenciais de 2016.

Nesse ano, teve a taxa de abstenção mais baixa em todo o país, com 32,78%, contra os 51,16% de taxa de abstenção a nível nacional, a segunda mais elevada de sempre em sufrágios para a escolha do chefe de Estado.

Também nas eleições europeias realizadas em maio de 2019 Vila de Rei foi o concelho com a menor abstenção, 45,61%, enquanto a de Portugal rondou os 70%, a sexta pior taxa da União Europeia, onde a média foi de 50,82%.

Na ocasião, a esperança num futuro melhor, o reconhecimento da importância das instituições europeias e o exercício de um direito democrático foram alguns fatores que a população reconheceu à Lusa como decisivos para a sua elevada participação nas europeias.

Questionado pela Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Ricardo Aires, disse então que interpretava a participação como “um sinal de responsabilidade do povo de Vila de Rei”, lembrando que durante décadas aquele município “era como uma península, isolada, e sem as pessoas saberem o que se passava” no país.

“Por um lado, existe no povo de Vila de Rei responsabilidade democrática, por outro, sabem estabelecer a relação da melhoria da sua qualidade de vida com o facto de estarmos integrados na União Europeia”, afirmou.

Hoje, perante a mais baixa taxa de abstenção registada a nível nacional nas legislativas de domingo, o presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei emitiu um comunicado em que afirma sentir-se “orgulhoso com mais esta percentagem de votantes, que mostra o sentido de responsabilidade dos vilarregenses e a sua vontade em decidir e contribuir, neste caso, para os destinos do país”.

Para Ricardo Aires, “a contribuição e participação nos atos eleitorais é um dever cívico e os vilarregenses voltaram a mostrar que têm conhecimento da sua importância”.

O Partido Social-Democrata, liderado por Rui Rio, foi o que registou um maior número de votos no concelho, com 46,84% dos votos.

O PS alcançou o segundo lugar, com 21,8% dos votos, seguindo-se o CDS-PP, com 7%, o PCP-PEV, com 2,25%, o PAN, com 2,14% e o Chega, com 1,25%.

Os restantes partidos tiveram menos de um ponto percentual de votos.

Agência de Notícias de Portugal

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