O distrito de Santarém registou até às 07h00 de hoje 39 ocorrências na sequência das fortes chuvas e vento intenso, sobretudo com danos em telhados de habitações, queda de árvores, e algumas inundações. O maior número de ocorrências foi registado em Torres Novas (11) e não há feridos a registar, informou o Comandante Operacional Distrital (CODIS), David Lobato.
Das 39 ocorrências, 11 foram registadas em Torres Novas, cinco em Benavente e em Santarém, e 4 em Almeirim, com os restantes concelhos a sofrerem menos danos com a passagem da tempestade, tendo estado envolvidos nas operações 163 operacionais apoiados por 62 viaturas. David Lobato alerta para menor intensidade do vento e para a continuidade da chuva, em terrenos a ficarem saturados, e apelou a cuidados redobrados na circulação e à limpeza das sarjetas e algerozes.
ÁUDIO | DAVID LOBATO, COMANDANTE OPERACIONAL (CODIS) DE SANTARÉM:
Se em Santarém a situação passou de aviso vermelho para alerta laranja às 03h00, com um total de 39 ocorrências, já noutras zonas do país o mau tempo fez-se sentir de forma mais vincada. Mais de uma centena de pessoas tiveram que sair temporariamente das suas casas na sequência das fortes chuvas de quarta-feira, que atingiram sobretudo os distritos de Lisboa e Setúbal, informou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Uma mulher com cerca de 55 anos, que morava numa cave em Algés, concelho de Oeiras, não resistiu à forte inundação causa pela chuva, acabando por morrer. O marido conseguiu salvar-se. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou, ainda ontem à noite, os sentimentos à família da vítima “que faleceu nestas condições dramáticas”.

O comandante de operações José Miranda disse à Lusa que desde o início do alerta – 00:00 de dia 07 até às 07:00 de hoje – foram registadas 849 ocorrências, em todo o país.
“Destas, 71 por cento ocorreram no distrito de Lisboa e 11 por cento no distrito de Setúbal, sendo que 80 por cento – 673 ocorrências – se devem a inundações”, explicou.
A maioria das ocorrências deu-se ao início da noite de sexta-feira e entre as mais significativas, José Miranda destacou um aluimento de terras na freguesia de Mina de Água, concelho da Amadora, que “atingiu dois barracões, e que levou a que 100 pessoas tivessem sido deslocadas temporariamente das suas habitações”.
“Registámos também inundações na Costa da Caparica, em Almada, que provocaram seis deslocados das suas habitações e o resgate de 47 pessoas dos seus veículos”, disse.
O responsável adiantou que as inundações registadas na freguesia do Feijó, em Almada, provocaram 10 desalojados.
José Miranda recordou igualmente as inundações registadas na noite de quarta-feira em Algés, concelho de Oeiras, que provocaram a morte de uma mulher de 55 anos devido a uma inundação na sua habitação provocada pelas chuvas fortes.
De acordo com o comandante de operações “atualmente [antes das 09:00] não há cortes nos eixos rodoviários e ferroviários”, salientando que as situações pontuais que ocorreram durante a madrugada estão resolvidas, alertando, no entanto, para o facto da entrada para estação de comboios de Algés ainda estar bloqueada devido à inundação.
“O acesso à zona de embarque está afetado, mas não a circulação de comboios”, frisou.
De acordo com o responsável estiveram envolvidos nas operações 2.846 operacionais, apoiados por 900 meios.
Os distritos de Lisboa, Faro e Santarém estiveram até cerca das 02:30 de hoje em aviso vermelho, devido às previsões de chuva forte e trovoada, o mais grave de uma escala de três, é emitido sempre que existe uma situação meteorológica de risco extremo.
Setúbal, Leiria e Beja foram colocados em aviso laranja e os restantes distritos em amarelo.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil elevou o estado de alerta para laranja nos distritos de Lisboa, Setúbal, Faro e Santarém até às 14:00 devido às chuvas fortes que se fazem sentir no continente.
O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, disse ainda que Leiria, Beja, Évora e Portalegre se encontram em alerta amarelo.
Falando na sede da ANEPC em Carnaxide, em Oeiras, ao início da madrugada, André Fernandes indicou que no distrito de Lisboa e Setúbal havia várias estradas e linhas de comboio cortadas.
Os 18 distritos de Portugal Continental encontram-se hoje sob aviso amarelo, devido à previsão de chuva por vezes forte, podendo ser acompanhada de trovoada e de rajadas fortes de vento.
Também os arquipélagos dos Açores e da Madeira estão sob aviso amarelo devido sobretudo à agitação marítima e ao vento forte.
O aviso amarelo corresponde a uma “situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica”.
c/LUSA